BAIRRO MARIANO DE ABREU

Comunidade pleiteia permanência de centro de saúde em endereço atual

Local não tem estrutura para abrigar equipe ampliada, mas novo centro é de difícil acesso à população do bairro

quarta-feira, 15 Setembro, 2021 - 18:00

Foto Karoline Barreto/CMBH

A manutenção do Centro de Saúde Mariano de Abreu em suas atuais instalações foi tema de audiência pública realizada pela Comissão de Saúde e Saneamento nesta quarta-feira (15/9). Solicitado por Wilsinho da Tabu (PP), o evento partiu do questionamento da população sobre a extinção da atual unidade e sua transferência para o bairro vizinho, Casa Branca, conforme anunciado pela Prefeitura. A mudança permitiria a ampliação das equipes e atendimentos, mas, segundo membros da comunidade, trabalhadores do CS Mariano de Abreu e conselheiros de saúde, o novo endereço dificultaria o acesso aos serviços considerando aspectos como logística de locomoção, transporte, atenção e viabilidade de utilização. Os participantes reivindicaram a permanência da unidade como um anexo à nova estrutura, pedido que será levado pelo vereador ao secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, e ao vice-prefeito, Fuad Noman. 

No início da audiência, Wilsinho da Tabu leu trecho da reportagem “Comunidade protesta contra mudança de endereço de centro de saúde”, publicada no site do Estado de Minas no dia 25 de agosto. O texto noticia uma manifestação dos moradores do Bairro Mariano de Abreu, ocorrida na mesma data, contra a mudança do endereço do centro de saúde da localidade. O atual Centro de Saúde Mariano de Abreu funciona na Rua Fernão Dias, 220, e a nova unidade terá endereço na Rua Barreiro, 1.007, Bairro Casa Branca, vizinho ao Mariano de Abreu. O vereador solicitou que o CS atual não fosse fechado e continuasse funcionando como um anexo da futura unidade. “O Bairro Mariano de Abreu precisa de um centro de saúde para a população”, defendeu. Cláudio do Mundo Novo (PSD) parabenizou Wilsinho da Tabu pela iniciativa e se prontificou a contribuir com a luta pela manutenção do centro se saúde, necessária para a população. 

Reivindicações

Membros da comunidade, trabalhadores do atual centro de saúde e membros dos Conselhos Estadual e Municipal de Saúde defenderam a manutenção de parte da estrutura do centro atual para que a comunidade não perca o acesso aos benefícios e a abertura do novo centro. Os moradores do bairro pediram que, caso não haja a manutenção do centro atual, que o novo trocasse de nome. Eles explicaram que o Centro de Saúde Mariano de Abreu é uma referência na região, e a manutenção do nome com outro endereço poderá causar confusão. A mudança do nome do futuro centro para Centro de Saúde Casa Branca ou Caetano Furquim, conforme os bairros onde se localiza, também facilitaria futuras reivindicações da retomada do atendimento no Bairro Mariano de Abreu. 

O vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, Ederson Alves da Silva, relembrou que o centro de saúde foi resultado de uma luta da comunidade do Bairro Mariano de Abreu, e que o novo centro será em um local de difícil acesso, pois está na divisa dos Bairros Caetano Furquim e Casa Branca. O secretário-geral do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Bruno Abreu Gomes, agradeceu o esforço de Wilsinho e de Marcos Crispim (PSC) pela causa. Gomes disse que solicitou a manutenção do centro ao secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, que respondeu que a Prefeitura não tem recursos para manter o centro de saúde no local, pois ele custaria entre R$ 800 e R$ 900 mil. O secretário-geral do Conselho Municipal de Saúde argumentou que um anexo não teria esse valor, e que o avanço obtido com a nova sede, mais moderna, também traria um retrocesso para a população mais carente, que iria ficar sem assistência no local. E pediu para que os vereadores buscassem sensibilizar o Executivo para a causa. 

Natália Pontes de Albuquerque, médica do CS Mariano de Abreu que trabalha no local desde 2014, disse que a região terá cinco equipes de saúde e uma do Programa de Saúde da Família (PSF) e um Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf), além de atendimento em saúde mental. Segundo a médica, a estrutura atual é pequena para a equipe mencionada, mas é necessária a manutenção de uma estrutura de saúde próxima à população. Ela sugeriu o argumento de que um anexo não gastaria tanto e que as equipes fossem divididas, melhorando a qualidade do atendimento. 

A usuária do Centro de Saúde Mariano de Abreu, Eliane Cruz, disse que o bairro não tem farmácia nem linha de ônibus que leve ao futuro centro de saúde, que é na divisa com Sabará. A conselheira distrital de Saúde Leste e da Comissão Local de Saúde Mariano de Abreu, Marizete Amaral Leão, disse que os conflitos em torno de um novo endereço para o centro de saúde datam de 2012, quando a Prefeitura pediu que a comunidade procurasse um local com habite-se, o que é difícil na região. Em dezembro do ano passado, foi dito à comunidade que ela teria que aceitar o novo local. Marizete acredita que a comunidade pode reivindicar a retomada do atendimento no bairro em uma nova gestão. A integrante da Comissão Local de Saúde Mariano de Abreu, Flávia Dias Lacerda, defendeu a manutenção do CS atual, considerado uma conquista da comunidade. 

Encaminhamentos

Wilsinho da Tabu disse que as pessoas estão lutando pelos seus direitos e sugeriu que as comunidades dos Bairros Casa Branca e Mariano de Abreu lutassem em conjunto. E afirmou que vai tentar se reunir com o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, e com o vice-prefeito, Fuad Noman, para viabilizar as reivindicações. Ele pediu mais diálogo e respeito do Executivo com as pessoas da comunidade e se comprometeu a pleitear a manutenção do centro atual como um anexo do novo. “Sou brasileiro e não desisto nunca”, assegurou. O vereador acrescentou que, caso não conseguisse manter o CS, iria pleitear a mudança de nome da nova estrutura. “Podemos não ganhar todas as batalhas, mas estaremos lutando”, concluiu, pedindo a contribuição dos demais vereadores para a causa. 

Estiveram presentes os membros efetivos da comissão Dr. Célio Frois (Cidadania), José Ferreira (PP), Cláudio do Mundo Novo e o suplente e proponente da audiência Wilsinho da Tabu. 

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

Audiência pública para debater a manutenção do Centro de Saúde Mariano de Abreu, em suas atuais instalações- 32ª Reunião Ordinária - Comissão de Saúde e Saneamento