Encontro debaterá direito e acessibilidade da comunidade surda e surdocega
Mês de setembro guarda conquistas importantes para o segmento. População pode participar enviando perguntas e/ou sugestões
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No próximo domingo, dia 26 de setembro, o país celebra o Dia Nacional dos Surdos. Em referência à data e para debater os desafios e perspectivas da comunidade surda e surdocega, a Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor realiza na próxima segunda-feira (27/9), às 13h30, no Plenário Helvécio Arantes, audiência pública abordando o tema a partir dos direitos linguísticos e da acessibilidade. Requerido por Duda Salabert (PDT), o encontro será no formato remoto e a população poderá participar enviando perguntas e/ou sugestões por meio de formulário disponível aqui.
Para a comunidade surda, o mês de setembro tem significado especial. No dia 23 é celebrado o Dia Internacional das Línguas de Sinais e no dia 30 é o Dia do Tradutor. No Brasil, o mês também se destaca pela fundação da primeira escola de surdos, o Instituto Nacional de Educação dos Surdos (Ines), ocorrido em 1857, há 164 anos. O dia 23 foi escolhido em virtude da criação, nesta data, da Word Federation Of The Deaf (WFD) - a Federação Mundial dos Surdos, no ano de 1951. A organização visa salvaguardar os direitos dos surdos e surdocegos e tem como pilar a proteção, a defesa da língua de sinais e da cultura dos surdos e surdocegos como premissa para a efetivação dos direitos humanos das pessoas surdas.
Dez milhões apenas no Brasil
Análise trazida pela Agência Brasil reflete estudo feito em conjunto pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda e aponta a existência, no Brasil, de 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa. A surdez atinge 54% de homens e 46% de mulheres e a predominância é na faixa de 60 anos de idade ou mais (57%). Nove por cento das pessoas com deficiência auditiva nasceram com essa condição e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que metade foi antes dos 50 anos. Entre os que apresentam deficiência auditiva severa, 15% já nasceram surdos. Do total pesquisado, 87% não usam aparelhos auditivos.
Ainda de acordo com a agência do governo, a pesquisa mostra que a maior parcela de pessoas com deficiência auditiva está na Região Sudeste (42%), seguida pelo Nordeste (26%) e Sul (19%). Já as Regiões Centro-Oeste e Norte detêm os menores percentuais de surdos (6% e 7%, respectivamente). Das pessoas com deficiência auditiva, 28% declararam ter também algum tipo de deficiência visual e 2%, deficiência intelectual.
A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 5 de setembro passado, com 1,5 mil brasileiros surdos e ouvintes. Ainda de acordo com os dados coletados, 14% dos brasileiros com problemas auditivos disseram não se sentir à vontade em poder falar sobre quase tudo com a família; 40% sentem isso em relação a amigos, contra 11% e 34% da população de forma geral. A sondagem revela, ainda, que pessoas com deficiência auditiva severa têm três vezes mais chance de sofrerem discriminação em serviços de saúde do que pessoas ouvintes.
Para o encontro de segunda-feira foram convidados os secretários municipais de Educação, Ângela Dalben; de Saúde, Jackson Machado, e de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Maíra Colares. Também são esperados o presidente da Associação dos Surdos de Minas Gerais (ASMG), Flávio Alberti; o presidente da Sociedade dos Surdos de BH (SSBH), Jorge Pongeluppe, além de representantes da Federação Mineira Desportiva dos Surdos (FMDS), do Movimento Bilíngue Mineiro, da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos/ Regional BH; da Associação Mineira dos Tradutores e Intérpretes e Guia-Intérpretes de Língua de Sinais e da Confederação Brasileira dos Surdos - Regional/BH.
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