Em debate, o impacto dos vazamentos da CSN no abastecimento de água de BH
Discussão inclui vazamento ocorrido na Mina do Fernandinho, que gerou mortandade de peixes e turbidez das águas
Foto: Evandro Rodney/Semad
Os desdobramentos e impactos do vazamento da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no meio ambiente de Belo Horizonte e no abastecimento de água da Região Metropolitana são temas de audiência pública a ser realizada pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana nesta segunda-feira (15/5), às 13h30, no Plenário Camil Caram. Solicitado por Iza Lourença (Psol), o evento também irá debater as respostas e reponsabilização da empresa e do poder público sobre os impactos do vazamento ocorrido nas estruturas da CSN na Mina do Fernandinho, que gerou mortandade de peixes, forte turbidez das águas e uma lama brilhante e escura amontoada nas margens do Rio das Velhas. A reunião é aberta ao público e pode ser acompanhada ao vivo no local ou pelo Portal da CMBH e YouTube. Perguntas, comentários e sugestões podem ser enviados por este formulário até o encerramento da audiência.
Iza explicou que seu gabinete foi acionado pelo Projeto Manuelzão para realizar o debate sobre os temas. “Infelizmente, a CSN tem um histórico preocupante de tragédias ambientais, incluindo o recente vazamento no Rio das Velhas. Estamos preocupados não só com o impacto ambiental direto na região, mas também com os potenciais riscos à saúde da população de Belo Horizonte, uma vez que grande parte do abastecimento de água da cidade depende da bacia hidrográfica desse rio”, afirmou.
Foram convidados o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, o procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), Jarbas Soares Júnior, o diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Marcelo da Fonseca, e o diretor-presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Guilherme Augusto Duarte de Faria. Também estão previstas as presenças da presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Poliana Aparecida Valgas de Carvalho, além de representantes do Fórum Permanente São Francisco e do Projeto Manuelzão.
Qualidade da água
De acordo com os relatórios de monitoramento de qualidade da água das três barragens da Mina de Fernandinho/CSN - localizadas a 6 km do Rio das Velhas e a cerca de 10 km da Estação de Bela Fama (ETA Bela Fama) da Copasa -, em uma delas, a Barragem Ecológica 01, os teores de manganês, ferro, cobre, assim como a cor e a demanda bioquímica de oxigênio estariam acima dos padrões de lançamento preconizados pela legislação vigente.
Considerando-se que a captação de água no Rio das Velhas ocorre a fio d’água e que a ETA Bela Fama integra um sistema que abastece metade dos habitantes da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), além de outras medidas, os órgãos ambientais determinaram à CSN que cessasse de imediato o lançamento indevido no leito do Córrego Fazenda Velha, entre outras medidas de controle.
Mina de Fernandinho
A Mina de Fernandinho é um complexo minerário da empresa Minérios Nacional S.A./Grupo CSN que não se encontra em atividade de lavra atualmente. Ela tem duas barragens de rejeito, em processo de descaracterização, e uma com função de clarificação das águas. As barragens estão localizadas na cidade de Rio Acima, em área acima do vazamento detectado pela fiscalização estadual.
Segundo o Portal do Meio Ambiente da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a ocorrência de sedimento avermelhado foi identificada após o vertedouro da Barragem Ecológica 01. O vertedouro - que serve para escoar a água deste barramento para o Córrego Fazenda Velha - estava passando por obras de manutenção, sem procedimento eficiente quanto à redução desses sedimentos, segundo o portal. A mineradora foi autuada por degradação ambiental e recebeu a ordem de cessar imediatamente o lançamento do material, além de outras medidas de controle.
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