CEO do Galo, Bruno Muzzi deverá depor sobre contrapartidas da Arena MRV
Oitiva está prevista para esta quinta-feira (15/6), às 9h30. Depoimento pode contribuir com investigações em curso na CPI
Foto: Cláudio Rabelo/CMBH
O CEO do Clube Atlético Mineiro e da Arena MRV, Bruno Muzzi, deverá prestar informações à Comissão Parlamentar de Inquérito - Abuso de Poder na PBH, na próxima quinta-feira (15/6), às 9h30, a respeito das contrapartidas exigidas pelo poder público municipal à Arena Multiuso, localizada no Bairro Califórnia, Região Noroeste de Belo Horizonte. No requerimento para constituição da CPI, datado de dezembro de 2022, é citada “uma clara suspeita de que as contrapartidas exigidas pela construção do estádio do Clube Atlético Mineiro, denominado Arena MRV ou Arena do Galo, foram impostas exclusivamente para prejudicar o andamento das obras do novo complexo esportivo mineiro, por motivos alheios ao interesse da cidade”. O requerimento que solicitou a intimação de Bruno Muzzi é assinado pela relatora da CPI, Fernanda Pereira Altoé (Novo).
Ao longo de suas atividades, a CPI vem investigando a situação. Em fevereiro deste ano, membros da comissão realizaram visita técnica à Arena MRV com o intuito de buscar informações sobre o processo de licenciamento do empreendimento e a respeito das contrapartidas exigidas.
Já no dia 1º de junho, a CPI ouviu o arquiteto Bernardo Farkasvölgyi, cujo escritório foi responsável pelo projeto da Arena, que terá capacidade para receber 46 mil torcedores e contará com 112 camarotes, 42 bares e lanchonetes, cerca de 2.300 vagas de estacionamento e sete cozinhas em um terreno de 128 mil m².
Quando questionado sobre as contrapartidas que precisaram ser apresentadas para a obtenção do licenciamento do empreendimento, Farkasvölgyi disse que o CEO do Atlético, Bruno Muzzi, era integrante da equipe que tratava da questão no final de 2018, e, portanto, ele é quem teria informações mais precisas sobre o tema. "Quando houve a redução (no escopo do projeto), houve redução nas contrapartidas. Não acompanhei de perto, mas sei que houve reduções, e o Bruno Muzzi é que tem conhecimento profundo sobre as contrapartidas", declarou o arquiteto.
A Arena
O Atlético é detentor da totalidade da Arena, que teve seu naming rights adquirido pela MRV Engenharia. Com projeto arquitetônico da Farkasvölgyi Arquitetura, as obras estão a cargo da Racional Engenharia e tiveram início em abril de 2020 em um terreno de 128 mil m², no Bairro Califórnia, quase na divisa com o município de Contagem.
Conforme informações do Clube Atlético Mineiro, a Arena MRV contará com uma esplanada de 46 mil m², que será um espaço de convivência para a comunidade em dias sem jogos e eventos. No local, deverão funcionar espaços operados pela Prefeitura de Belo Horizonte: um Centro de Línguas Integrado, uma Academia da Cidade e Um Núcleo de Atendimento à Saúde da Família. Essas são algumas das contrapartidas sociais que o Clube Atlético Mineiro afirma estar cumprindo em decorrência do empreendimento. Também está prevista a criação do Instituto Galo, voltado para o desenvolvimento de atividades e projetos de assistência pública e social, cultura, educação e lazer, com centro de línguas, inovação e criatividade.
Ainda em relação às contrapartidas, o Clube destaca a revitalização da Mata dos Morcegos, maior área verde do Bairro Califórnia. O local, segundo o Atlético, será transformado em um espaço para a comunidade e terá um parque linear, que será construído e mantido por 30 anos pela Arena MRV. Haverá, ainda, a manutenção de uma Reserva Particular Ecológica (RPE), uma mata de 26 mil m² localizada ao lado da arena. No local, há nascentes que foram canalizadas e seu curso passa por baixo da construção.
Projeto de lei
Tramita na Câmara, em 1º turno, o Projeto de Lei 606/2023, que libera o funcionamento da Arena MRV antes do cumprimento integral das contrapartidas estabelecidas pelo poder público. A proposição apresentada por César Gordin (SDD), ex-presidente e membro da Torcida Organizada Galoucura, terá apreciação conjunta de três comissões, de modo a acelerar sua tramitação.
Janaina Cardoso (União) foi designada relatora do projeto nas Comissões de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana; Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo; e Administração Pública.
Em Plenário, o projeto que permitirá a concessão de alvará de funcionamento à Arena MRV, independentemente do cumprimento total das contrapartidas, estará sujeito ao quórum de 28 parlamentares.
Superintendência de Comunicação Institucional