DRENAGEM URBANA

Comissão fiscaliza construção de jardins de chuva no Bairro Planalto

Com efeito paisagístico no Planalto, jardins possibilitam a drenagem de água pluvial que iria para o Vilarinho

quinta-feira, 31 Agosto, 2023 - 14:00
Seis mulheres e um homem, de pé, conferem jardim de chuva implementado no Bairro planalto, durante o dia.

Foto Cláudio Rabelo/CMBH

Jardins do tamanho mínimo de uma vaga de carro comum estão sendo instalados nas ruas do Bairro Planalto, próximos às calçadas. A novidade, implementada por meio de emenda impositiva assinada por Fernanda Pereira Altoé (Novo), que destinou R$ 644.610,00 ao projeto Telhados Verdes e Jardins de Chuva, em 2021, foi tema de visita técnica da Comissão Especial de Estudo – Drenagem Urbana, nesta quinta-feira (31/8). A vereadora vistoriou a construção e instalação dos jardins de chuva na Rua Professor Massanielo Santos, n° 173, e arredores, acompanhados por representantes das Secretarias Municipais de Obras, de Governo e de Política Urbana (SMPU) e da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).  

De acordo com a parlamentar, a implantação de jardins de chuva visa auxiliar o sistema de macrodrenagem e melhorar a drenagem urbana em Belo Horizonte. Fernanda Altoé conheceu dois dos jardins instalados, com tamanho mínimo equivalente a uma vaga de carro: uma versão mais simples, com terra, plantas e pedras aparentes; e outra mais elaborada, com bancos e um escoadouro. 

Os recursos provenientes da emenda impositiva de Altoé estão permitindo a instalação de 60 jardins, dos quais 28 já foram entregues. Faltam 32 para serem finalizados em setembro, dos quais 18 requerem apenas plantio das mudas. Os jardins visitados já estão sob responsabilidade da Coordenadoria de Atendimento Regional Norte. Representantes da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) explicaram que a parte do subsolo dos jardins também apresenta camadas de terra, areia e brita de diferentes espessuras, para que a drenagem das águas pluviais possa ser feita. 

Benefício para paisagem e drenagem

Os jardins apresentam impacto paisagístico onde são implementados, e beneficiam principalmente as áreas mais baixas da cidade, para onde a água retida poderia ir em grande volume. Eles foram implantados no lado oposto ao da rede de esgoto e longe das entradas de garagem, inclusive nas previstas em projeto, no caso de lotes vagos. Foram selecionados mais de cem pontos para a implementação dos jardins a partir de critérios hidrográficos e variáveis como proximidade de lixeiras e pontos de ônibus. Moradores vizinhos aos pontos de instalação puderam opinar favoravelmente ou contra a iniciativa. 

Fabiana Raso, gerente do Departamento de Obras de Edificações da Sudecap, explicou que, como se trata de um projeto piloto, foram escolhidos locais planos com menor possibilidade de alagamento, com o objetivo de drenar a água que seria deslocada para os locais mais baixos da cidade. Valesca Coimbra, arquiteta da Diretoria de Licenciamento Urbanístico da Subsecretaria de Planejamento Urbano, vinculada à SMPU, disse que os jardins são instalados preferencialmente em locais altos para reter a água. Coimbra acrescentou que após a instalação dos jardins será feito um monitoramento do quanto de água está sendo infiltrada. Ela explicou que os jardins foram alocados de acordo com um mapa que considera o estudo do caminho de convergência da água da chuva. Os jardins de chuva visitados realizam a contenção da região do Córrego Vilarinho, situada abaixo do Bairro Planalto. 

Representantes da PBH disseram que a implementação do projeto trouxe reações favoráveis e desfavoráveis dos moradores, e a equipe de implementação adaptou as demandas às solicitações locais. Eles acrescentaram que há um projeto para estender a implementação de jardins de chuva para toda Belo Horizonte, com a manutenção dos mesmos sob responsabilidade da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica. Fernanda Pereira Altoé sugeriu que fosse feito o contato com associações de moradores de bairros envolvidos, para reforçar a difusão do conhecimento sobre a utilidade dos jardins de chuva, evitando possíveis resistências ou práticas como plantio de espécies diferentes das adequadas no local. 

A vereadora também contou que a ideia inicial da emenda impositiva era a implantação de telhados verdes em escolas municipais, para que elas absorvam água e as utilizem em áreas comuns, o que não é viável devido à estrutura atual das mesmas, mas que as escolas a serem construídas futuramente já serão projetadas para essa novidade. “A cidade de são Paulo tem mais de 4 mil jardins de chuva”, comentou, acrescentando que, na capital mineira, toda escola ou posto de saúde a ser construído terá incluída a análise da fundação para permitir a construção de telhados verdes.

Superintendência de Comunicação Institucional

Visita técnica para vistoriar as obras de construção e instalação dos jardins de chuva, com o intuito de verificar o andamento das obras e a aplicação dos recursos originários de emenda impositiva - Comissão Especial de Estudo - Drenagem urbana