Em pauta, avaliação e cuidado às crianças e adolescentes com TEA no SUS
Em 2021, 4.1 milhões de crianças até 9 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram atendidas no país por meio do SUS
Foto: Cláudio Rabelo/CMBH
Quantos neuropediatras e psiquiatras há na rede SUS-BH? Nos Centros de Referência em Saúde Mental (Cersams), qual o prazo para se conseguir uma consulta com psiquiatras? Estas e outras perguntas devem ser feitas e respondidas durante a audiência pública que irá debater o cuidado para com crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no SUS-BH. Realizado pela Comissão de Saúde e Saneamento, o encontro será nesta quinta-feira (10/8), às 13h, no Plenário Camil Caram, e deve contar com a presença de professores, terapeutas, especialistas e ainda representantes de associações de pais e dirigentes dos Centros de Referência em Reabilitação da Prefeitura. A audiência, que é aberta à participação da população, será transmitida ao vivo pelo Canal da Câmara Municipal no YouTube e os interessados podem enviar, desde já, perguntas, dúvidas ou sugestões ao encontro. O debate sobre o atendimento do público infanto-juvenil com diagnóstico de TEA na Rede SUS-BH foi proposto por Bruno Pedralva (PT), Dr. Célio Frois (PV), Helinho da Farmácia (PSD), Maninho Félix (PSD) e Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB).
Dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) mostram que o Brasil realizou, em 2021, 9,6 milhões de atendimentos em ambulatórios a pessoas com autismo, sendo 4,1 milhões ao público infantil com até 9 anos de idade.
O TEA é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento. O diagnóstico precoce, entretanto, permite o desenvolvimento de estímulos para independência e qualidade de vida das crianças. O TEA pode englobar alterações qualitativas e quantitativas da comunicação, seja na linguagem verbal ou não verbal, na interação social e do comportamento, como: ações repetitivas, hiperfoco para objetos específicos e restrição de interesses. Dentro do espectro são identificados graus que podem ser leves e com total independência, apresentando discretas dificuldades de adaptação, até níveis de total dependência para atividades cotidianas ao longo de toda a vida.
A suspeita inicial do Transtorno do Espectro Autista é feita normalmente ainda na infância, durante as consultas para o acompanhamento do desenvolvimento infantil. Por ser essencialmente clínica, a identificação de traços do espectro autista é realizada a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de métodos de monitoramento do desenvolvimento infantil, durante as consultas de avaliação do crescimento da criança.
Alvo de debate
A assistência de crianças e jovens diagnosticadas com TEA já foi pauta de debate no início desta ano, no mês de março. Na ocasião, a Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo discutiu com representantes da Prefeitura o acolhimento do público infanto-juvenil na Rede Municipal de Educação. Enquanto pais cobraram a efetivação do atendimento especializado em sala de aula, dirigentes ressaltaram que escola é espaço para aprendizagem e não para tratamento. A estimativa do Município é que a rede tenha hoje cerca de 6 mil crianças com algum tipo de deficiência matriculadas, sendo 2300 delas caracterizadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Superintendência de Comunicação Institucional