Importância da detecção precoce do câncer infantojuvenil é defendida em audiência
Além da conscientização sobre o tema, foram discutidas formas de Estado e sociedade contribuírem com pacientes e familiares
Foto: Karoline Barreto/CMBH
O Setembro Dourado, mês no qual são intensificadas campanhas de conscientização acerca da importância da detecção precoce do câncer infantojuvenil, foi objeto de audiência pública da Comissão de Saúde e Saneamento, nesta quinta-feira (21/9). Conforme Fernanda Pereira Altoé (Novo), requerente da audiência, este mês deve ser utilizado para se promover a sensibilização de todos quanto à importância do diagnóstico precoce, principais sinais e sintomas da doença, bem como dos cuidados necessários durante o tratamento. A vereadora também defendeu que os parlamentares municipais destinem emendas orçamentárias a instituições que cuidam de pacientes com câncer infantojuvenil; que pessoas físicas e jurídicas destinem parte de seu Imposto de Renda a tais instituições; e que sejam apresentadas proposições à União, Estado e Prefeitura com o intuito de atender às reivindicações das famílias de pacientes e de profissionais da área por políticas públicas que garantam qualidade de vida às crianças e adolescentes acometidos por câncer.
Fernanda Altoé também lembrou que, desde 2022, o país conta com a Lei 14.308, que institui a Política Nacional de Atenção à Oncologia Pediátrica cujo objetivo é aumentar os índices de sobrevida, melhorar a qualidade de vida e reduzir a mortalidade e o abandono ao tratamento das crianças e dos adolescentes com câncer, por meio de ações destinadas à prevenção, à detecção precoce e ao tratamento da doença, bem como à assistência social e aos cuidados paliativos dos pacientes. De acordo com a parlamentar, o importante, neste momento, é fazer com que os direitos previstos na lei federal sejam efetivos e possam, de fato, ser acessados pelos pacientes e suas famílias.
Formas de contribuir
Com o objetivo de prestar assistência social às crianças e adolescentes com câncer, por meio da promoção de conhecimentos e de auxílio no tratamento oncológico, foi instituída, em junho de 1998, em Montes Claros, a Fundação Sara. Doze anos depois, uma filial foi instalada em Belo Horizonte, ampliando a assistência prestada. Vice-presidente da Fundação, Antônio Marcos Pereira explicou, a pedido de Fernanda Pereira Altoé, algumas das formas pelas quais a sociedade pode ajudar a organização a continuar o seu trabalho em prol das crianças e adolescentes com câncer. Ele lembrou que as pessoas físicas e jurídicas podem destinar parte do seu Imposto de Renda à Fundação Sarah, sem que isso represente custo para o declarante. A iniciativa é amparada pela legislação federal, que permite a destinação por meio do Fundo da Infância e da Adolescência (FIA).
Ainda conforme Pereira, a Fundação Sara está aberta à visitação daqueles que queiram conhecer o trabalho por ela desenvolvido. Em Belo Horizonte, a Fundação está localizada na Rua Manoel Couto, 182, no Bairro Cidade Jardim. O interessado em conhecer todas as maneiras de contribuir e também as informações necessárias para se inscrever como voluntário pode acessar o site da Fundação. Entre as ações promovidas a partir das doações estão a destinação de cestas especiais de alimentos e de suplementos alimentares a crianças e adolescentes com câncer; o custeio de medicamentos e exames; o oferecimento de apoio psicológico e pedagógico, entre outras ações.
Em reconhecimento às boas práticas de gestão, governança, integridade e conformidade, em 2022, a Fundação Sara recebeu o prêmio Integridade. Além disso, a Fundação foi escolhida, também no ano passado, como uma das 100 melhores ONGs em atuação. As premiações funcionam como incentivo à continuidade do trabalho desenvolvido pelos voluntários e também atestam o bom uso dos recursos recebidos pela instituição.
Auxílio no tratamento contra o câncer
Jessica Pereira da Silva Campos, mãe de uma criança em tratamento de câncer, conta que a Fundação Sara auxilia com atendimento psicológico e alimentação de seu filho. De acordo com ela, o trabalho da Fundação tem sido essencial para ajudar a família durante esse período. Ela explica, ainda, que, durante parte do tratamento, a criança fica impossibilitada de frequentar a escola e, nesses casos, a Fundação oferece auxílio inclusive para alfabetização dos pacientes com pouca idade.
Também mãe de paciente em tratamento contra o câncer, Marcela Luciene de Souza Florzindo elogiou o atendimento prestado pela Fundação Sara a seu filho. De acordo com ela, foi graças à instituição que o adolescente conseguiu fazer os exames necessários contra o câncer.
Para Mary Hellen Carvalho do Nascimento, assistente social do Hospital das Clínicas, o trabalho da Fundação Sara e de outras instituições que acolhem pacientes que vêm de outras cidades para tratamento de câncer representa um suporte fundamental para os assistidos. Ela defende, ainda, que, além do terceiro setor, o Estado também precisa garantir as políticas públicas necessárias ao tratamento dos pacientes.
Emendas orçamentárias
Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB) defendeu que parte do dinheiro que o Estado gasta com publicidade poderia ser destinado à divulgação de informações que o Setembro Dourado busca tornar acessíveis, como o reconhecimento precoce de sinais e sintomas sugestivos de câncer infantojuvenil. Ele também elogiou as emendas parlamentares impositivas, que possibilitam aos vereadores destinar parte do orçamento municipal a ações e políticas de saúde. De acordo com Reinaldo, desde a instituição das emendas impositivas, vereadores vêm sendo convidados por hospitais a conhecer a realidade dessas instituições e a destinar-lhes recursos do orçamento público.
Helinho da Farmácia (PSD) defendeu que este é o momento de as instituições que pleiteiam o recebimento de recursos públicos visitarem os gabinetes dos parlamentares para apresentar suas demandas, tendo em vista os prazos para apresentação de emendas parlamentares ao orçamento municipal. De acordo com ele, este ano, cada vereador terá direito a destinar R$ 1,5 milhão à área da saúde e parte desse recurso pode ser usado para salvar vidas de pacientes com câncer.
Superintendência de Comunicação Institucional