Câmara declara luto oficial por três dias pelo falecimento de Fuad Noman
Vereadores expressaram nas redes sociais sentimentos pela morte do prefeito. Vice, Álvaro Damião será empossado no cargo dia 3/4, às 9h

Foto: Claudio Rabelo/CMBH
A Câmara Municipal de Belo Horizonte declarou luto oficial de três dias pela morte do prefeito Fuad Noman, nesta quarta-feira (26/3). O falecimento do chefe do Executivo, conhecido pelo modo afável, jeito tranquilo e extrema dedicação ao serviço público, foi lamentado pelo presidente do Legislativo, Professor Juliano Lopes (Pode), e por vereadores de diferentes espectros políticos, todos ressaltando as qualidades do gestor e suas contribuições para a cidade. Manifestando condolências pela partida de Fuad, reuniões de comissões e audiências públicas no início da tarde foram abertas com minutos de silêncio e palmas em homenagem ao prefeito; solenidade prevista para esta noite foi cancelada em respeito ao luto. Aberto à população, o velório de Fuad Noman será realizado no saguão da PBH, na Avenida Afonso Pena, nesta quinta-feira (27), de 13h às 16h.
Fuad estava internado no Hospital Mater Dei desde 3 de janeiro, dois dias depois de tomar posse de forma virtual para seu segundo mandato à frente da administração pública municipal. Em julho de 2024, em meio à campanha para reeleição, Fuad anunciou que estava em tratamento contra um linfoma não Hodgkin, câncer que tem origem nas células do sistema linfático. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória na noite de terça-feira (25), foi reanimado, mas respirava com ajuda de aparelhos. Segundo boletim médico divulgado pelo hospital, estava com insuficiência renal aguda e entrou em choque cardiogênico (quando o coração não consegue bombear sangue para outro órgãos).
Professor Juliano Lopes afirmou que recebeu a notícia do falecimento “com muito pesar e muita tristeza no coração”. “Tive o privilégio de conviver com ele durante dois anos como vereador e percebi o ser humano fantástico que ele é, preocupado sempre em resolver os problemas da nossa população. Quem sai perdendo de fato é a cidade de Belo Horizonte. Desejo a dona Mônica, sua esposa, e a seus filhos e netos que Deus possa confortar o coração de cada um”, disse. O presidente também desejou muita sorte ao radialista e ex-vereador Álvaro Damião, eleito vice em outubro passado e que assume a Prefeitura. A Câmara Municipal formalizará, em ato solene no dia 3 de abril, às 9h, a posse de Álvaro Damião no cargo de prefeito de Belo Horizonte. “Que ele consiga colocar em prática o plano de trabalho proposto pelo Fuad e por ele durante o período eleitoral”, ressaltou o presidente da Casa.
Vereadores de diferentes correntes ideológicas manifestaram pesar nas redes sociais. O líder de governo, Bruno Miranda (PDT), lembrou que teve a honra de testemunhar de perto o amor de Fuad por BH e sua dedicação em fazer o melhor para as pessoas. "As lembranças que ficam em nosso coração são de um homem forte, sensível e profundamente comprometido com a nossa cidade. Deus sabe o quanto ele lutou nesses mais de 80 dias de internação", escreveu. Para Wagner Ferreira (PV), fica o legado da dedicação de uma vida “ao trabalho por BH e MG”. Trópia (Novo) destacou que, apesar de a política muitas vezes tê-los colocado em "lados opostos", o respeito e a dedicação ao bem comum sempre os uniram. "A dedicação e o comprometimento de Fuad com a cidade de Belo Horizonte nos últimos anos foram inegáveis", disse. Cida Falabella (Psol) também ressaltou que o relacionamento com Fuad ultrapassou as divergências políticas. “Apesar das nossas diferenças, ele estava sempre aberto ao diálogo e de fato interessado em promover conciliações em um momento em que isso faz tanta falta na política brasileira”, afirmou.
Fuad Noman ingressou no serviço público na década de 1970, como funcionário do Banco Central. Depois, trabalhou no Tesouro Nacional, foi secretário-executivo da Casa Civil da Presidência da República, diretor do Banco do Brasil e presidente da BrasilPrev, além de consultor do Fundo Monetário Internacional para o governo de Cabo Verde. No governo de Minas, foi secretário da Fazenda, de Transporte e de Obras Públicas, além de presidente da Gasmig, entre outras funções. Eleito vice-prefeito em 2020, assumiu a administração da capital mineira em março de 2022. Formado em ciências econômicas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (Ceub) e pós-graduado em programação econômica e execução orçamentária, Fuad era doutor honoris causa pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Escreveu três livros: O Amargo e o Doce (2017), Cobiça (2020) e Marcas do Passado (2022). Aos 77 anos, deixa a mulher, Mônica Drummond, com quem era casado há 52 anos, dois filhos, Paulo Henrique e Gustavo, e quatro netos.
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