ESCOLA INTEGRADA

Seminário comemora dez anos da iniciativa na capital mineira

Programa atende cerca de 65 mil crianças e adolescentes da rede municipal

quinta-feira, 12 Novembro, 2015 - 00:00
Programa atende cerca de 65 mil crianças e adolescentes da rede municipal - Foto: Divulgação CMBH

Programa atende cerca de 65 mil crianças e adolescentes da rede municipal - Foto: Divulgação CMBH

Com o objetivo de avaliar a escola integrada, modelo educacional implantado com sucesso na capital mineira graças a lei de autoria do vereador Arnaldo Godoy (PT), foi realizado nesta quarta e quinta-feira (11 e 12/11) na Câmara de BH, o seminário “10 anos da escola integrada: avaliação e desafios”. No evento, foram apresentadas e analisadas experiências vivenciadas durante o período para o aprimoramento do programa, que atende a cerca de 65 mil crianças e adolescentes da rede municipal.

Estiveram presentes docentes, pais e agentes culturais, que dividiram experiências do projeto, inaugurado em 2005, em que o aluno permanece em dupla jornada no ambiente escolar, tendo, além das disciplinas previstas na grade curricular, aulas de informática, participando, ainda, de atividades artísticas, culturais, esportivas e de lazer e fazendo três refeições diárias.

No primeiro dia do encontro, a secretária municipal de Educação, Sueli Baliza, destacou a importância do seminário como oportunidade de reflexão e análise do programa, mas, também, como um momento de comemoração, lembrando que BH é uma das cidades que mais se destacam nessa experiência. Para a secretária estadual de Educação, Macaé Evaristo, o encontro possibilitou aos participantes pensar uma educação que permita a construção de redes de educação integral e equipamentos públicos. “O que se pretende é que diferentes áreas do poder público ligadas à cultura e ao esporte se articulem a fim de garantir que todas as crianças e adolescentes possam ter não somente mais tempo em atividades educativas, mas o alargamento dos seus saberes escolares”, afirmou.

Em uma das palestras, foi mostrada a experiência da Escola Municipal Monteiro Lobato, a primeira da cidade em tempo integral. Em um painel, a especialista Lucinha Alvarez, da UFMG, falou sobre as 17 pesquisas acadêmicas que estudaram o projeto; e, em outra palestra, a gerente de educação integral, Arminda Aparecida de Oliveira, avaliou a situação da escola integrada hoje, considerando que ela se fortalece como política de formação integral, com finalidades educativas e sobretudo como oferta de novas oportunidades de aprendizagem. Para Adriana Viana, professora da Escola Municipal Paulo Freire, o seminário ofereceu a educadores e pais a oportunidade de conhecer melhor a escola integrada, possibilitando, futuramente, ampliar o processo.

Diferentes focos

No segundo dia do seminário, a ex-secretária municipal de Educação, Pilar Lacerda, ressaltou a importância da concepção da escola integrada, que tem como foco não somente o aprendizado de disciplinas, mas o ser humano, com suas dimensões e possibilidades. “O objetivo é que crianças e adolescentes entendam o mundo e se entendam no mundo”, completou. 

Lacerda também informou que, a partir de 2016, a matrícula para todas as crianças e jovens, entre 4 e 17 anos, será obrigatória. Ela apontou, ainda, desafios do modelo, como a organização da escola de forma contemporânea, a inclusão, a garantia da equidade, para que todos tenham acesso à escola e concluam cada etapa na idade adequada, aprendam o conteúdo e desenvolvam valores de cidadania e respeito às diferenças. Outro desafio apresentado foi a dicotomia entre a escola regular e a escola integrada, ressaltando que é preciso ousadia nesse processo, que dependerá, essencialmente, da proposta da escola. A professora da Escola Integrada União Comunitária, Nailda Conceição Ferreira Silva, relatou, por sua vez, os desafios enfrentados na implantação da escola integrada, como formação de equipe, disputa de espaço físico, apresentação e reconhecimento do projeto na escola e número elevado de estudantes em situação de risco.

No encontro, Hernany Mendes, parceiro do projeto e integrante da ONG Corpo Cidadão, também destacou, no encontro, a função da arte, da educação e da cultura no processo de formação do sujeito, bem como dos laços afetivos, do conhecimento, da atenção ao singular e do foco no potencial.

Para o vereador Arnaldo Godoy, o seminário teve saldo positivo, pois foram apontados avanços relativos ao processo educacional, ao desempenho de professores e gestores e à organização da Secretaria Municipal de Educação e das escolas. Segundo Godoy, a educação é o caminho, mas é necessário que o poder público invista cada vez mais recursos e que o corpo docente e toda a sociedade tenham essa convicção. “A educação é o único processo para a formação de cidadãos conscientes e participativos e para a construção de uma sociedade mais justa e solidária”, concluiu.

Superintendência de Comunicação Institucional