Comissão vistoria primeiro hospital veterinário público de Minas, previsto para outubro
O espaço é destinado a proprietários de baixa renda, de cães e gatos, e à realização de consultas, castrações e pequenas cirurgias
Foto: Heldner Costa / CMBH
Um hospital veterinário público, no Bairro Madre Gertrudes, Região Oeste da cidade, destinado a proprietários de baixa renda de cães e gatos pode ampliar as perspectivas da causa animal em Belo Horizonte, com a oferta de um serviço gratuito de qualidade. Nesta sexta-feira (9/8), em visita técnica ao Centro de Saúde Animal, que aguarda a compra de equipamentos para dar início aos atendimentos e cujo espaço passou por reformas, a Comissão de Saúde e Saneamento elogiou as instalações, onde serão realizadas consultas, castrações e pequenas cirurgias. Fruto de parceria público-privada entre a Prefeitura, Faculdade Newton Paiva e Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa), a clínica estará funcionando até outubro deste ano, atendendo diariamente cerca de 30 animais. A visita contou com a presença do ex-vereador e deputado estadual Oswaldo Lopes, à frente do projeto, e de representantes da Regional Oeste, Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura e Anclivepa.
“Um sonho da proteção animal que se tornou realidade”, destacou o deputado Oswaldo Lopes. Segundo ele, anteriormente, funcionava no local um posto de saúde, abandonado há nove anos, quando foram roubados telhados, fiação, rede hidráulica, portas e janelas, tornando-se um depósito de lixo. Hoje, após restauração e readequação dos ambientes, o espaço foi transformado num hospital-escola, onde serão atendidos animais de pessoas em situação de rua, da população de baixa renda e de protetores independentes que resgatam animais. Para a construção do centro veterinário, o prédio foi cedido pela Prefeitura, que responsabilizou-se, também, pela reforma.
Parcerias
Conforme explicou o deputado, a implantação do hospital foi fruto de articulação entre a Prefeitura, Faculdade Newton Paiva e Anclivepa, que presta serviços voluntários. Já os equipamentos estão sendo comprados via emenda parlamentar. Na parceria, a universidade atenderá gratuitamente à população de baixa renda, a Prefeitura cedeu o espaço e a Anclivepa é a empresa que detém o conhecimento no ramo em Belo Horizonte e Minas Gerais.
As obras foram iniciadas em outubro de 2018, mas foram paralisadas em função das chuvas, em dezembro, e da troca de empreiteiras. Elas foram retomadas no começo deste ano, sendo concluídas no mês de julho. O custo aproximado da obra para a PBH é de R$ 370 mil.
Instalações
Com duas salas de recepção separadas, para cães e gatos, o prédio possui acessibilidade, contando com três consultórios e uma sala de Raio X e tomografia, com paredes e porta preparadas para receber equipamentos radioativos. O centro de saúde tem, ainda, gatil para internação de gatos, canil para a internação de cães, lavabo para limpeza dos animais e sala de especialidade, com ultrassonografia e eletrocardiograma. Nos fundos, há uma área externa onde poderão ser realizadas feiras de adoção, oficinas educativas para crianças sobre posse responsável de animais, e outros eventos.
No andar térreo, existem duas alas para internação de cães de grande porte ou para cadelas em processo de parto e um bloco cirúrgico, com janela para passagem de instrumental, como bisturis. O lavatório é acionado com o pé, para evitar o contato do cirurgião com a torneira.
Parceria público-privada
Segundo o médico veterinário, professor da Faculdade Newton Paiva e vice-presidente da Anclivepa, Aldair Pinto, a proposta do hospital é atender à população carente. De acordo com a legislação, animais de rua e de pessoas carentes deveriam ser atendidos pela Prefeitura, nos Centros de Controle de Zoonoses, mas isso não é viável. Contudo, com a construção de um hospital público, é possível, por meio de parceria, o atendimento gratuito.
Na etapa atual do processo, após a entrega das chaves pela Prefeitura, a Anclivepa irá comprar os equipamentos, tendo, ainda, que submeter-se a trâmites burocráticos, como fiscalização da Vigilância Sanitária, Conselho de Veterinária após registro como clínica e Corpo de Bombeiros, que vistoriarão o local para aprovação de funcionamento.
Atendimento
O hospital vai funcionar de 8h às 12h, com cadastro prévio e distribuição de 30 senhas. Caso nesse período o animal esteja precisando de microcirurgia, colocação de tala, banho com produto medicamentoso ou castração, todos esses procedimentos não serão feitos no turno da manhã, mas à tarde, fechando-se, no referido turno, a porta de entrada e mantendo na clínica somente animais que necessitarem de procedimentos ambulatoriais.
Para o vereador Reinaldo Gomes (MDB), o espaço vai absorver as demandas da comunidade, marcando uma mudança na história da causa animal na cidade. “É uma nova era para a lei de proteção aos animais, com o envolvimento de toda a sociedade, que servirá de modelo para as nove regionais de Belo Horizonte”, ressaltou.
Salientando a qualidade do equipamento público que será entregue à população, o vereador Irlan Melo (PL), que requereu a visita, valorizou a iniciativa do ex-vereador e deputado Oswaldo Lopes, por ter encampado a ideia na Regional Oeste. “É um hospital veterinário de primeiro mundo, que vai desafogar as demandas da região e mudar o paradigma da capital no setor”, concluiu.
Também estiveram presentes na visita o coordenador da Regional Oeste, Sylvio Malta, o gerente de Manutenção da Regional Oeste, Maurício Fonseca Brandão, e Rosemar Cosenzo Géa, da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura.
Superintendência de Comunicação Institucional