Ensino híbrido nas universidades privadas traz desafios para alunos e professores
Modelo híbrido não garante qualidade e ultrapassa os 40% de aulas online permitidos pela legislação
Foto: Karoline Barreto/CMBH
O ensino híbrido, com aulas presenciais e remotas, é uma realidade nas instituições privadas de ensino superior após o relativo controle da pandemia de covid-19. Se o formato à distância foi a única alternativa no período de isolamento para seguir estudando, a continuidade do modelo online, intercalado com atividades em sala, não agrada a todos os alunos e docentes. Questões como a qualidade do ensino nesse novo sistema, algumas vezes diferente do contratado, e limitações no acesso a equipamentos de informática e internet são preocupações. Os desafios enfrentados por estudantes e trabalhadores das instituições de ensino superior privadas serão debatidos em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo na próxima quinta-feira (7/4), às 13h, no Plenário Helvécio Arantes. O evento, solicitado por Macaé Evaristo (PT), será transmitido ao vivo pelo portal da CMBH e os interessados já podem enviar por aqui perguntas, comentários ou sugestões.
De acordo com Macaé, em dois anos de pandemia muitas instituições adotaram o modelo de ensino remoto ou híbrido para garantir aos estudantes acesso a seus conteúdos, porém, muitos deles enfrentam desafios relacionados à ausência de recursos tecnológicos e internet de qualidade. Passado o período mais crítico da pandemia e com a ampliação da vacinação, as escolas têm retomado de forma gradual as aulas presenciais. Entretanto, segundo a parlamentar, muitas instituições privadas que vêm adotando o modelo de ensino híbrido não têm cumprido com as determinações da Portaria 2117/2019 - que estabelece que os cursos de EAD tenham como limite 40% da sua carga horária virtual -, fazendo com que muitos estudantes se sintam lesados em seus direitos. A vereadora acredita que as instituições estão descumprindo os acordos feitos com os alunos. “Como boa parte dos estudantes das faculdades privadas, assinaram contratos com essas instituições, compreendemos que há uma violação de seus direitos enquanto consumidor”, afirmou.
A situação do corpo docente também estará em pauta. Segundo Macaé, muitos trabalhadores de instituições de ensino privadas têm sofrido ataques em seus direitos, sendo que alguns desses foram demitidos durante o período.
Foram convidados para participar da audiência representantes da Coordenadoria Estadual de Defesa da Educação; do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais e do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais. Também foram chamados o representante estudantil da UNA-BH, Gustavo Gripp; União Nacional dos Estudantes; Procon-MG; e Grupo Ânima Educação.
Superintendência de Comunicação Institucional