Comissão discute obras em córregos do Bairro Santa Mônica
Córregos Marimbondo e Lareira serão canalizados. Famílias devem ser removidas
Será feita canalização dos córregos Marimbondo e Lareira. Famílias terão de ser removidas
A Comissão de Administração Pública realizou quinta-feira (13/6), audiência pública na Escola Municipal Professor Amílcar Martins, no Bairro Santa Amélia, para discutir assuntos relacionados às obras a serem realizadas nos córregos Marimbondo e Lareira, situados no Bairro Santa Mônica, que fazem parte da Bacia Córrego Nado.
O Córrego Marimbondo tem dois km de extensão e muito lixo e esgoto, e passa por várias ruas do Bairro Santa Mônica. Da mesma forma que o Córrego Marimbondo, o Lareira também tem lixo e esgoto. Cerca de 100 famílias moram no entorno dos dois cursos d’água. A Prefeitura já deu o sinal verde para construção de uma bacia de contenção e um sistema de drenagem. A verba para a obra já está aprovada e as desapropriações estão em estudo.
Na época das chuvas os córregos inundam e levam perigo para as casas próximas, como explicou o aposentado José Caetano Lage: “Em época de calor dá muito mau cheiro e o córrego, quando chove, enche muito. Já entrou água várias vezes aqui na minha casa”. O técnico de raio x Wanderley Calixto confirma as inundações, mas acha que se pode canalizar o córrego sem remover os moradores.
Engenheiros da Copasa explicaram como vão ser as obras: todo o esgoto vai ser tratado, parte dos córregos vai ficar em leito natural, em outros locais vai haver canalização. Os moradores estão preocupados com as desapropriações.
“A gente está muito decepcionado, querendo ou não a gente vai ter que sair, eu não queria sair. Eu nasci e cresci aqui. Aonde vão me enfiar?”, perguntou o morador Wemerson Gonzaga. A auxiliar administrativa Eliane Ribeiro tem opinião semelhante. Ela sugere que a Prefeitura doe material para que os próprios moradores canalizem o córrego. “Há uma conversa de que eles estão querendo dar um apartamento por lote. Na minha casa são três famílias. As três vão morar num apartamento só ou vai ser um apartamento por família? Nós pagamos impostos para ter tranquilidade, depois disso tudo a gente vai ser colocado num cubículo, numa lata de sardinha?”, questiona.
Já o líder comunitário Luiz Domingos Barroso está satisfeito com o valor proposto para sua indenização. “Já posso ter de vez a propriedade da sobra do meu terreno. Não tenho nada a reclamar”, garantiu.
Moradia
A representante da Sudecap, Maria Angélica Franco, respondeu sobre prazos e destino dos moradores. Segundo ela, a licitação para as obras está prevista para agosto deste ano, e até o final de 2013 ou no início de 2014 as obras começarão. Ela contou que a Prefeitura está começando os trabalhos com a selagem dos domicílios e, em seguida, cada imóvel será identificado e cadastrado. As famílias que têm a escritura do imóvel registrada em cartório serão desapropriadas e a Prefeitura vai pagar pela benfeitoria e pelo terreno. O valor depende de cada imóvel. Já as famílias que ocuparam áreas públicas podem escolher a indenização do valor da benfeitoria em dinheiro ou o reassentamento em apartamento de dois quartos.
O requerente da reunião, vereador Dr. Sandro (PC do B), considerou a audiência muito proveitosa: “Eu acho que é uma experiência que a gente deve repetir mais vezes. A gente faz esse evento no bairro, junto à população, favorece a participação de quem tem de participar, que é justamente o povo”. Como encaminhamento da audiência, ele afirmou que a Câmara vai acompanhar o andamento da obra e a resolução da questão da moradia. “Vamos ficar de olho nisso no sentido de fiscalizar, e de garantir que todas as pessoas tenham seus problemas resolvidos”, completou.
Superintendência de Comunicação Institucional