Plenário

Aprovado em 1º turno PL que declara BH Capital Nacional da Corrida de Rua

Recurso contra parecer da CLJ sobre projeto de redução da jornada de servidores com filhos com TDAH e TOD foi retirado da pauta

sexta-feira, 12 Setembro, 2025 - 18:15
Vereadores no Plenário Amintas de Barros

Foto: Denis Dias/CMBH

Na tarde desta sexta-feira (12/9), os vereadores aprovaram em 1º turno o Projeto de Lei (PL) 313/2025, que declara Belo Horizonte como a Capital Nacional da Corrida de Rua. Na mesma reunião, também foram aprovados, em 2º turno, o Substitutivo-emenda 1 ao PL 1016/2024, que autoriza a venda de um terreno da Prefeitura de BH ao lado do Centro de Saúde Betânia; e o PL 87/2025, que reclassifica a permissão de uso de uma rua do bairro Indaiá para regularizar o comércio local. Também previstos para apreciação nesta sexta, foram retirados de pauta o recurso contra o parecer pela inconstitucionalidade do PL 314/2025, que reduz a jornada de trabalho de servidores e guardas municipais com filhos que tenham Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositor Desafiador (TOD); e o PL 119/2025, que institui política de combate à alienação parental. Os parlamentares ainda discursaram sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal. Confira o resultado completo da reunião de Plenário.

Estímulo ao esporte

Sargento Jalyson (PL), um dos autores do projeto que declara BH como a Capital Nacional da Corrida de Rua, mostrou no Plenário um vídeo com o depoimento do militar veterano Juninho, que encontrou no esporte uma forma de lidar com a morte de seu filho, vítima de câncer. Na gravação, ele relata que a atividade física proporcionou o "resgate de sua vida". Hoje, é atleta amador e viaja pelo país praticando competições de corrida de rua.

O objetivo da proposição, também assinada por Pablo Almeida (PL), é tornar a cidade referência em corrida de rua no cenário brasileiro e incentivar sua prática como meio de promoção da saúde para a população. De acordo com pesquisa divulgada pela Rádio Itatiaia, mencionada na reunião, Minas Gerais apresentou crescimento de 62,65% em eventos dessa atividade entre 2023 e 2024.  

“É o primeiro passo para a gente potencializar esse esporte tão importante”, celebrou Sargento Jalyson após a aprovação.

O texto passou em 1º turno com 31 votos favoráveis e 9 abstenções. Fernanda Pereira Altoé (Novo) justificou as abstenções de seu partido afirmando que a bancada não vota a favor de propostas que instituem datas comemorativas. Apesar de não ser uma data, o projeto altera a lei que institui o calendário de datas municipais para incluir o título da cidade. Por não terem sido apresentadas emendas ao texto, o PL já está pronto para ser votado em 2° turno.

Venda de terreno da PBH

Foi aprovado em definitivo o Substitutivo-emenda 1 ao projeto que permite a desafetação e alienação de um terreno público no bairro Betânia, Região Oeste de BH. Na justificativa do texto original, o autor, Irlan Melo (Republicanos), explica que o local é uma “sobra de terreno” do centro de saúde do bairro, onde foi construído, há mais de 20 anos, um imóvel particular. Para o vereador, a venda da área vai regularizar a situação e “angariar recursos por meio da tributação ao imóvel”

Aprovado por unanimidade, o substitutivo redefine a área a ser vendida com base em uma planta topográfica disponibilizada pelo Executivo: um trecho não-implantado de 183,2 metros quadrados na Rua Amur. A emenda é de autoria do Colégio de Líderes da CMBH, feita “para adequar o projeto ao parecer da Procuradoria-Geral do Município”, conforme relatado por Irlan Melo no Plenário. Agora, o texto segue para sanção ou veto do prefeito Álvaro Damião.

Comércio liberado

Também foi aprovado em 2º turno, com 39 votos favoráveis, o projeto de lei que altera para "via de caráter misto" a classificação da Rua Borges, no trecho entre a Rua Intendente Câmara e Rua Dom Rodrigo, no bairro Indaiá. O texto é de autoria do chefe do Executivo. Na reunião, o líder do governo, Bruno Miranda (PDT), afirmou que a alteração vai regularizar os estabelecimentos comerciais situados no local, que hoje é de uso exclusivamente residencial. O trecho conta com clínica médica, hotel, salão de beleza, distribuidora de bebidas, lavanderia, supermercados e bares.    

Votação adiada

A fim de “ganhar mais tempo de negociação” com o Executivo, o recurso contra o parecer de inconstitucionalidade do PL 314/2025 teve sua discussão interrompida no Plenário a pedido de Dr. Bruno Pedralva (PT), um dos signatários do projeto com outros 26 parlamentares. A proposta reduz a jornada de trabalho de servidores e guardas municipais com filhos que tenham TDAH e TOD para 20 horas semanais.

O vereador relatou que o benefício já era concedido a esses servidores, mas que “por questões burocráticas” começou a ser negado. A proposição recebeu parecer conclusivo de inconstitucionalidade da Comissão de Legislação e Justiça, que entendeu haver violação ao princípio da separação dos poderes, já que a iniciativa de legislar sobre regime jurídico de servidores é de competência privativa do chefe do Executivo, conforme previsto na Constituição Federal. Contudo, um recurso contra o parecer, assinado por Dr. Bruno Pedralva e outros cinco autores do projeto, fez com que a decisão sobre a continuidade da tramitação da matéria ficasse por conta do Plenário.

Também previsto na pauta desta sexta, o PL 119/2025, de autoria de Arruda (Republicanos), que institui medidas de combate à alienação parental, também teve sua discussão interrompida. O adiamento da votação foi solicitado por Irlan Melo.

Condenação de Bolsonaro

Após a apreciação dos projetos em pauta, vereadores repercutiram a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que aconteceu na quinta-feira (11/9). Bolsonaro foi julgado por crimes contra o Estado Democrático de Direito junto de outras sete pessoas. Luiza Dulci (PT) afirmou que a ocasião foi uma “grande vitória da democracia”. Juhlia Santos (Psol) celebrou o que chamou de “derrota do autoritarismo e o retorno da democracia”. Pedro Patrus (PT) defendeu ter sido um dia histórico, em que o Brasil se mostrou soberano “sem se curvar a nenhuma interferência externa”. Dr. Bruno Pedralva pediu que a direita “volte para o campo democrático” e finalizou: “a gente respeita divergência, é saudável para a democracia, mas 'golpismo' não”.

Por sua vez, Uner Augusto (PL) disse que os colegas que o antecederam não conhecem os fatos imputados ao ex-presidente, e que ninguém falou sobre as provas do crime. Para ele, foi um “dia triste para o Brasil”, porque todos os brasileiros têm “direito a uma Suprema Corte que julga conforme a Constituição”. O parlamentar entende que o STF não teria competência para o julgamento, e a maioria dos votantes seriam parciais. Sargento Jalyson declarou que Bolsonaro "não é mais somente uma pessoa, mas uma ideia”, e que o poder de uma ideia não deve ser subestimado. Cláudio do Mundo Novo (PL) chamou de “absurda” a comemoração da esquerda. O vereador afirmou que Bolsonaro “corrigiu muitas coisas no país”, de segurança pública à economia, e reafirmou seu apoio ao ex-presidente. 

Superintendência de Comunicação Institucional

80ª Reunião Ordinária – Plenária