Comunidade expõe problemas e pede requalificação do Parque Alexander Brandt
Abandono da área, localizada na Regional Venda Nova, atrai vândalos e usuários de drogas e afasta as famílias do equipamento
Foto: Rafa Aguiar/CMBH
Moradores do entorno do Parque Alexander Brandt, localizado entre os Bairros Candelária e Rio Branco, em Venda Nova, acompanharam a visita técnica da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana na manhã desta terça (19/9). Mães e educadoras da escola vizinha reclamaram do abandono do equipamento, sujeito ao vandalismo, furtos e usuários de drogas que invadem o local, impedindo sua utilização pelos estudantes e pelas famílias da região. A vereadora Nely (PMN), que requereu a atividade, o presidente da Fundação de Parques Municipais e o coordenador da Administração Regional se comprometeram a encaminhar ações de recuperação das estruturas degradadas e maior policiamento do local.
Mais de dez moradores vizinhos ao Parque Alexander Brandt, área verde localizada em meio a residências e conjuntos habitacionais, aproveitaram a presença do poder público no local para expor os problemas enfrentados em decorrência do abandono e da invasão da área por desocupados, ladrões e usuários de drogas, que se aproveitam da ausência de porteiros e vigilantes para promover furtos e vandalismo. A cerca de arame que protege os fundos, de acordo com os eles, também é recorrentemente cortada para dar passagem a essas pessoas. Vizinha ao parque, a dona de casa Valdirene Rodrigues reafirmou à vereadora e aos representantes da prefeitura as denúncias que motivaram a solicitação da visita técnica. Diversas mães se queixaram da impossibilidade de frequentar e de levar os filhos ao local, devido à insegurança.
A comunidade solicitou a requalificação da infraestrutura e a adoção de ações de vigilância no parque, que abriga cobertura vegetal nativa e árvores de grande porte e é considerado um importante espaço de lazer, convivência e prática de atividades físicas. Afastados da área em razão da deterioração da infraestrutura, os moradores sugeriram um programa permanente de manejo e manutenção, que ocupa aproximadamente 12.500 m² e constitui uma importante área de preservação ambiental, que chegou a ser utilizada para atividades dos alunos da Escola Municipal Professor Tabajara Pedroso. Risco de incêndios e desaparecimento de espécimes da fauna, como micos e aves, também foram observados.
Prefeitura anuncia ações
O presidente da Fundação de Parques Municipais, Sérgio Augusto Domingues, acompanhado por técnicos de manutenção, e o coordenador da Regional Venda Nova, Humberto Pereira de Abreu Júnior, acompanhado pelo respectivo gerente de Infraestrutura, Ricardo Luiz de Lima, ouviram as reclamações dos moradores e informaram a intenção da prefeitura de recuperar o espaço, destacando o mau estado em que a nova gestão encontrou este e outros equipamentos da cidade. Segundo Sérgio Augusto, conhecido como Guto, que também é biólogo, a cobertura vegetal e as trilhas do parque se encontram em boas condições, sendo necessário, no entanto, recuperar as estruturas danificadas e furtadas, possibilitando a presença de funcionários fixos e o devido controle de acesso. Para a captação de recursos, Guto vai sugerir à prefeitura a priorização do Alexander Brandt em contratos que evolvam compensações e contrapartidas ambientais.
Ainda durante a visita técnica, o presidente da FPM entrou em contato com o comando da Guarda Municipal, solicitando a realização de rondas periódicas e a elaboração de um plano de segurança baseado em inteligência e na cooperação entre o poder público e a comunidade. A Polícia Militar também deverá ser acionada, segundo ele, para que sua presença regular na área intimide os invasores e crie maior sensação de segurança para os usuários e vizinhos. Após as reformas, será solicitada a presença de um porteiro durante o horário de funcionamento do parque, para que o acesso ao local volte a ser controlado.
Os serviços de capina, poda de árvores, limpeza da área, recuperação de guarita, sanitários, brinquedos, bancos e mesas também serão encaminhados, juntamente com a reforma dos muros e cercas que protegem o equipamento. De acordo com os moradores e representantes da Regional, o local não constitui passagem ou atalho para acesso aos bairros, o que permite seu fechamento durante a noite e facilita os trabalhos de vigilância. Os levantamentos de custos e outros procedimentos pertinentes serão iniciados pela Administração Regional ainda neste mês, segundo o coordenador.
Atividades educativas e culturais
Educadora na escoa municipal anexa ao parque, Juliana Bartho Vieira relatou as atividades da Escola Integrada que eram desenvolvidas com os alunos na área verde, como o reconhecimento de espécies vegetais e animais nativos e o plantio de legumes e hortaliças, que chegaram a ser colhidas e usadas no preparo de merendas na cantina da escola. Segundo ela, a deterioração e a insegurança levaram ao cancelamento das atividades e à subutilização do parque pela própria comunidade. Para colaborar na manutenção e promover a ocupação do espaço pela escola e pelas famílias, espantando os maus elementos, Guto sugeriu à educadora e às lideranças comunitárias que mobilizem mais pessoas da comunidade no sentido de ocupar e se reapropriar da área.
Para essa finalidade, foi sugerida ainda a criação de uma rede colaborativa nos moldes da Rede de Vizinhos Protegidos da Polícia Militar, a qual manteria contato permanente dos moradores do entorno entre si e com o poder público, encorajando toda a comunidade a vigiar e tomar conta do equipamento, acionando a prefeitura e os agentes de segurança sempre que seja observada alguma irregularidade, dano ou ameaça à segurança no interior e no entorno do Parque Alexandre Brandt. Além disso, foi sugerida a realização de eventos e atividades educativas e culturais regulares após a reforma da infraestrutura, atraindo os moradores e as famílias a frequentar o espaço, intimidando naturalmente o vandalismo e o uso de drogas no local.
As equipes da Fundação de Parques e da Regional Venda Nova também se comprometeram a buscar o apoio da Faculdade Kennedy, que fica nas proximidades, propondo a “adoção” do espaço pela instituição, a exemplo do que ocorreu no Parque Amílcar de Castro, localizado ao lado da Universidade Fumec.
Nova visita em outubro
Para conferir os avanços obtidos após os encaminhamentos feitos durante a visita técnica, a vereadora irá solicitar, por meio da comissão, a realização de um novo encontro entre os participantes no mesmo local, no próximo dia 16 de outubro, também a partir das 10h.
Superintendência de Comunicação Institucional