Denúncias pessoais marcaram o debate político em reunião plenária

Um registro de áudio divulgado pelo vereador Gabriel (PHS), na manhã desta sexta-feira (9/3), expõe trecho de conversa entre o parlamentar e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Daniel Nepomuceno (ex-presidente do Clube Atlético Mineiro), que sugere possível articulação entre o vereador Jair Di Gregório (PP) e o prefeito Alexandre Kalil para ampliar sua base de governo na Câmara. De acordo com as denúncias apresentadas por Gabriel, Di Gregório teria negociado a contratação de seu filho como jogador de futebol da base do Atlético, em troca de oferecer apoio político à Prefeitura no Legislativo. O parlamentar rebateu as acusações em reunião plenária, na tarde desta sexta (9/3), e garantiu que seu filho treina no Atlético desde os quatro anos de idade. Di Gregório resgatou denúncias publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, na última semana, e sugeriu a participação de Gabriel em um esquema de financiamento ilegal e antecipação de campanha.

Em entrevista à imprensa, na saída do Plenário, o vereador Gabriel explicou que a denúncia e a divulgação do áudio se dão em um contexto de desgaste e disputas políticas com o Executivo. Gabriel afirmou que tem enfrentado resistência e retaliações do vereador Jair Di Gregório e de outros parlamentares da base de governo, desde que iniciou o processo de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos da BHTrans. O parlamentar contou que estaria sofrendo retaliações, tendo inclusive seus requerimentos de pedidos de informações e audiências públicas rejeitados, rotineiramente, pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário, presidida por Jair Di Gregório. “Estou profundamente decepcionado com a Prefeitura, especialmente, porque votei no prefeito Alexandre Kalil. Não esperava que fosse usar o Clube Atlético Mineiro para comprar apoio político”, denunciou Gabriel.

Financiamento de campanha

Rebatendo as denúncias, Jair Di Gregório defendeu o talento e o mérito de seu filho, Jairzinho, e afirmou que seu apoio ao prefeito Alexandre Kalil não está relacionado a isso. Questionando a postura ética do vereador Gabriel, o parlamentar lembrou notícia publicada pela mídia nacional no início deste mês, que denuncia possíveis favorecimentos econômicos escondidos sob a criação de fundos e institutos com o mote da renovação política.

Conforme divulgado pelo texto, o vereador Gabriel, um dos nomes à frente do fundo RenovaBR – criado pelo empresário Eduardo Mufarej (Tarpon), com o apoio do apresentador de TV Luciano Huck (Globo), para formação de lideranças políticas com ajuda financeira – teria fundado o Instituto de Inteligência Política (IIP) para oferecer consultoria e serviços de campanha aos candidatos selecionados pelo RenovaBR. Para isso, cada candidato, que recebe bolsas de financiamento do RenovaBR, deveria repassar ao IIP valores na faixa de R$ 260 mil.

Além dos possíveis conflitos de interesses, com a promoção de negócios junto a uma base de clientes já fidelizada, o vereador Jair Di Gregório apontou os indícios de financiamento ilegal de campanha. O parlamentar sugeriu que a criação do instituto seria uma forma de repassar os recursos dos investidores do fundo RenovaBR diretamente para o vereador Gabriel utilizar em sua campanha política. Gabriel rebateu as acusações, afirmando que a proposta busca criar uma forma mais barata de gerenciamento das campanhas, favorecendo a contratação de uma mesma consultoria por um grupo de candidatos.

Lideranças de governo na Casa, os vereadores Léo Burguês de Castro (PSL) e Elvis Côrtes (PSD) cobraram a intervenção do corregedor da Casa, vereador Reinaldo Gomes (MDB), para que acompanhe possíveis irregularidades na conduta do vereador Gabriel.

Superintendência de Comunicação Institucional

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