Noções de direito e empreendedorismo poderão ser incluídas na escola integrada
Projeto que prevê inclusão dessas matérias entre as atividades foi aprovado em 2º turno, na forma de substitutivo do próprio autor

Assinado por Gabriel (sem partido), foi aprovado na reunião Plenária desta terça-feira (13/5) o PL 213/17, que obriga a abordagem dos temas "empreendedorismo" e "noções de direito e cidadania” no contraturno das escolas integradas do município, com aulas ministradas por profissionais com atuação comprovada em atividades relacionadas ao empreendedorismo e graduados em curso de Direito, respectivamente. O projeto de lei foi aprovado com apenas cinco votos contrários na forma de Substitutivo apresentado pela Comissão de Orçamento. No pinga-fogo, vereadores abordaram a flexibilização das medidas de prevenção à Covid-19 e a retomada das atividades econômicas, além dos 132 anos da Abolição da Escravatura no Brasil.
Segundo Gabriel, o conhecimento de direitos como a liberdade de expressão, associação e livre iniciativa, dos direitos sociais e de todas as demais garantias fundamentais, além dos deveres da vida em sociedade, contribuem para a formação mais completa e cidadã de crianças e jovens. A abordagem do empreendedorismo, por sua vez, amplia a visão de oportunidades e incita o pensamento inovador numa geração que busca novas formas de protagonismo, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da cidade. A contratação dos monitores poderá ser feita por meio de contratos voluntários entre a escola e o profissional ou empresa, que terão preferência sobre os onerosos.
O autor do PL explicou que sua apresentação atendeu sugestão do coletivo Direito na Escola, da OAB, de advogados e de “pessoas incríveis” ligadas à inovação e ao empreendedorismo; segundo ele, a proposta já foi conversada com a Prefeitura e, para cumprir o que foi negociado e facilitar a sanção da lei, ele solicitou a votação em bloco e a rejeição do artigo 2º, do caput do artigo 5º e do artigo 8º do texto. As bancadas do Psol, PCdoB e PT se manifestaram contra a aprovação do projeto, argumentando que as atividades trabalhadas nas escolas integradas devem ser definidas no âmbito dos órgãos e entidades competentes e pelas próprias escolas, considerando o perfil e as demandas da comunidade em que se inserem.
Novo coronavírus
Antes da votação do projeto, na etapa conhecida como “pinga-fogo”, parlamentares se pronunciaram, presencialmente e remotamente, sobre questões relativas à pandemia da Covid-19. Irlan Melo (PR) defendeu a conciliação entre a prevenção do contágio e propagação do vírus e a retomada gradual das atividades econômicas, afirmando que a testagem em massa da população, distinguindo as pessoas que já desenvolveram imunidade das que continuam suscetíveis ao contágio, facilitaria o planejamento a flexibilização do isolamento social. Melo citou que os exames feitos nos colegas que contraíram a doença apontaram que todos já possuem anticorpos.
Irlan comunicou que solicitou audiência pública na Comissão de Saúde e Saneamento para debater o assunto no dia 22 de maio e encaminhamento de Indicação à Prefeitura sugerindo a suspensão da cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS) dos laboratórios a fim de baratear os testes, que custam hoje entre R$ 150 e R$ 300, inviabilizando a testagem dos 2,5 milhões moradores da capital. Para somar esforços com o poder público, ele propôs a mobilização de entidades como a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e a Câmara de Diretores Lojistas (CDL), entre outras.
Reabertura do comércio
Médico da rede SUS do Município, o vereador Dr. Nilton (PSD) afirmou que a testagem em massa não deve servir de parâmetro para o retorno das atividades econômicas, já que ainda não está comprovado que a presença de anticorpos impeça uma nova contaminação. Ele recomendou que os testes sejam feitos apenas em casos sintomáticos e suspeitos, e que os supostamente imunizados devem comportar-se como se nunca tivessem tido a doença.
Preto (DEM) declarou que, apesar das cobranças que recebeu, não pagou nem pretende pagar IPTU nem taxas de água e luz enquanto o comércio continuar fechado e sem previsão de reabertura. Segundo ele, que atua no setor, o aumento da inadimplência apurado pelo Executivo é causado pelo fechamento prolongado das lojas. Dr. Bernardo Ramos (Novo) sugeriu ao prefeito que reveja a instalação de obstáculos para fechar espaços públicos, que geram despesas e não são eficazes, e recomendou a liberação do uso com controle de público e medidas de segurança.
Aspecto social e humanitário
Gilson Reis (PCdoB) elogiou a Prefeitura e a Urbel pela antecipação da medida que ele iria solicitar: o pagamento do aluguel para 30 mil famílias que estão passando dificuldades por causa da pandemia, contribuindo para combater a miséria e a fome na capital. Arnaldo Godoy (PT) também parabenizou a “belíssima atitude” do prefeito. Bella Gonçalves (Psol) cobrou o fornecimento de serviços básicos nas ocupações urbanas e o reforço da proteção e suporte às pessoas negras, indígenas, pobres e periféricas, que são as mais afetadas pela doença e pela crise.
Abolição da escravatura
Flávio dos Santos (PSC) mencionou a passagem do dia 13 de maio, em que princesa Isabel decretou, em 1888, a abolição da escravidão no Brasil, e ressaltou necessidade de mais amor e fraternidade entre as pessoas de todas as cores e povos do país e do mundo. Wesley Autoescola (Pros) reforçou a importância da assinatura da Lei Áurea, mas lembrou que o preconceito e atitudes racistas ainda persistem na sociedade, exigindo um trabalho constante para garantir a plena inclusão dos negros no país.
Pedro Patrus e Gilson Reis endossaram a fala do colega e mencionaram a dívida histórica em relação a essa população. Para eles, a celebração da libertação dos escravos deveria saudar personagens como Zumbi dos Palmares, quilombolas, pretos velhos e umbandistas, os verdadeiros heróis e representantes das lutas e das tradições culturais do povo negro.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional