Retomada gradual do Escola Aberta é pleiteada por comunidade escolar

O Programa Escola Aberta, que oferece atividades educativas, culturais e esportivas aos finais de semana e à noite, nas escolas municipais, está suspenso no contexto de enfrentamento ao novo coronavírus. Para discutir sobre o retorno seguro do programa, que, antes da pandemia, atendia quase 118 mil pessoas, a Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo realizou audiência pública nesta quinta-feira (15/7), com a presença de parlamentares, da Secretaria Municipal de Educação e de coordenadores do Programa Escola Aberta. De acordo com a Secretaria de Educação, a retomada do programa depende de decisão da Secretaria Municipal de Saúde.

O requerente da audiência, Léo (PSL), salientou a importância do programa para a comunidade e sugeriu que a sua retomada aconteça gradualmente, seguindo os protocolos de saúde. Ele defende que, a princípio, sejam utilizadas apenas as quadras esportivas das escolas para o desenvolvimento das atividades. O vereador argumenta que se a Prefeitura já permitiu a reabertura de clubes sociais e de quadras esportivas privadas, deveria, de maneira isonômica, também assegurar que as quadras esportivas das escolas sejam utilizadas para a retomada do Programa Escola Aberta.

Douglas Henrique de Souza, que é um dos coordenadores do Escola Aberta, apresentou os dados do programa em Belo Horizonte. De acordo com ele, eram atendidas pelo Escola Aberta, em 2019, antes da pandemia, 171 escolas, envolvendo 112 professores, 171 coordenadores, 17 mediadores, 898 oficinas, mais de 1 mil oficineiros e quase 118 mil participantes. Ele pontua que o pleito inicial não é o retorno de todas as atividades do Escola Aberta, mas, a princípio, a reabertura das quadras das escolas para a retomada gradual do programa. O coordenador argumenta que o programa, ao oferecer atividades fora do horário escolar, contribui para deixar os estudantes longe das ruas e das drogas.

Gabriel Silveira, que também é coordenador do Escola Aberta, aponta que, apesar de playgrounds e quadras privadas estarem reabertos, nem todos os jovens têm condições de acessá-los, de modo que a retomada das atividades do programa seria essencial para diversas crianças e adolescentes de Belo Horizonte. “O nosso papel de acolher está sendo negado devido ao projeto estar encerrado no momento”, apontou.

O coordenador do Escola Aberta na Escola Doutor Julio Soares, Islanderson Junio Santana, conta que o programa nessa unidade de ensino funcionava de segunda-feira a domingo, oferecendo atividades como vôlei, futebol masculino e feminino, dança, informática, vídeo game, totó e corte de cabelo. Ele entende que as quadras seriam o espaço ideal para a retomada das atividades do programa, tendo em vista que elas são amplas o suficiente para o atendimento aos protocolos de enfrentamento à covid-19.

Junio Viana França cobrou o aumento do valor pago aos oficineiros do programa. De acordo com ele, vários candidatos a oficineiro desistem de participar do programa uma vez que o valor recebido, cerca de R$ 7,00, por hora, é muito baixo.

Retomada depende de decisão da Saúde

A subsecretária de Educação, Natália Araújo, elogiou o programa e seus resultados e afirmou que a retomada depende de decisão da secretaria municipal de Saúde. De acordo com ela, as escolas que contam com um Escola Aberta vigoroso apresentam um índice muito baixo ou inexistente de vandalismo, uma vez que o programa cria vínculos entre a comunidade e a unidade de ensino. Ela explica, contudo, que os protocolos de enfrentamento à covid-19 nas escolas ainda são muito restritivos, de modo que, mesmo durante o horário das aulas, as quadras estão permanecendo fechadas. Ainda de acordo com ela, uma possibilidade a ser estudada seria a retomada gradual do programa em algumas unidades escolares, de modo que se possa avaliar os impactos.

Importância das escolas

Professora Marli (PP) destacou que o Programa Escola Aberta contribui para a melhoria da qualidade da educação, para a inclusão social e para a construção de uma cultura de paz, além de ampliar as oportunidades de acesso a espaços de promoção da cidadania e de contribuir para a redução da violência escolar por meio da melhoria do capital social humano nas comunidades. Ela também destacou o papel social e cognitivo que as escolas exercem para os estudantes e afirmou que a retomada do programa depende do secretário municipal de Saúde.

Marcos Crispim (PSC) também destacou a importância do trabalho desenvolvido pelo Escola Aberta. Ele afirma que o programa é fundamental nas periferias onde, muitas vezes, as comunidades não contam com áreas de lazer e de socialização. O vereador também chamou a atenção para a importância do programa para a comunidade no entorno da escola; para a preservação do patrimônio escolar, com a diminuição do vandalismo e dos arrombamentos nas unidades de ensino; e para a saúde dos participantes com a prática de atividades físicas. O parlamentar também diz esperar o retorno, em breve, do programa, ainda que de maneira gradativa.

Macaé Evaristo (PT), que foi secretária municipal e estadual de Educação, conta que colaborou com a criação do Programa Escola Aberta em Belo Horizonte e disse considerar esta iniciativa fundamental na agenda da educação da capital mineira. Também Iza Lourença (Psol) e Flavia Borja (Avante) reconheceram a importância da discussão promovida pela audiência.

Marcela Trópia (Novo), que preside a Comissão de Educação, defendeu que seja priorizada a reabertura das escolas no horário regular de ensino no modelo presencial e pediu a retomada das aulas presenciais para o Ensino Médio. Ela também lembrou que a população pode acompanhar ao vivo as audiências públicas pelo Portal CMBH e, ainda, participar por meio de formulários eletrônicos, enviando perguntas e sugestões.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional