AUDIÊNCIA PÚBLICA

Em debate, retorno das ações de vacinação contra HPV nas escolas municipais

Considerada a terceira causa de mortes prematuras femininas no país, doença pode ser evitada com imunização precoce

sexta-feira, 14 Julho, 2023 - 11:00
Criança, de costas, com várias tranças no cabelo presas por elásticos de diversas cores. Ao fundo, outra criança e adultos desfocados.

Foto Cláudio Rabelo/CMBH

A importância do retorno das ações para a vacinação do papilomavírus humano (HPV) nas escolas municipais e a inclusão da mesma no calendário vacinal de rotina pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte serão debatidas na Comissão de Mulheres na próxima terça (18/7), às 13h, no Plenário Helvécio Arantes. Solicitado por Marcela Trópia (Novo), o evento irá discutir a importância da imunização precoce do público de 9 a 14 anos, garantindo a proteção contra quatro tipos de vírus humano antes do início da vida sexual. O evento será transmitido em tempo real pelo Portal da CMBH e os interessados podem encaminhar perguntas, dúvidas e sugestões por meio deste link.

No texto do requerimento, Trópia explica que, além do público de 9 a 14 anos, o imunizante também é recomendado para a população imunossuprimida, que inclui portadores de HIV, submetidos a transplantes de órgãos sólidos/medula óssea e pacientes oncológicos de 15 a 45 anos. A parlamentar afirma que o HPV pode provocar verrugas genitais, tumores, câncer no colo do útero, no pênis, na vagina, na vulva e na laringe. Ela acrescenta que, apesar de a principal forma de transmissão do vírus ser por via sexual, o contágio com o HPV pode ocorrer pelo contato direto com a pele ou a mucosa infectada.

Marcela Trópia menciona estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) de que no estado de Minas Gerais, mais de 1,7 mil mulheres devem ter câncer de colo do útero em 2023. O Inca recomenda a população que se vacine para prevenir contra o HPV, uma vez que a doença é considerada a terceira causa de mortes prematuras femininas no país. A vereadora diz que, embora a doença seja passível de identificação e tratamento antes do seu surgimento, a última Pesquisa Nacional de Saúde revelou que a taxa de rastreamento é menor em mulheres de baixa escolaridade, pardas e negras.

Ela afirma que, desde 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha com a meta de eliminar o câncer de colo de útero, classificado pela entidade como um problema de saúde pública mundial. Trópia reforça ser necessário promover campanhas para dar visibilidade à importância dos exames de rotina que podem identificar alterações causadas pelo HPV e podem evoluir para o câncer. A vereadora informa que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente, nas Unidades Básicas de Saúde, o exame citopatológico, conhecido como exame preventivo.

De acordo com a parlamentar, em 2017, a Prefeitura de Belo Horizonte promoveu uma campanha de vacinação contra o HPV nas escolas da Rede Municipal de Educação direcionada para as meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 e 14 anos que não receberam a vacina HPV, ou que estavam com o esquema vacinal em atraso. Ela conclui que, nesse contexto, audiência pública proposta permitirá destacar a proteção que essa imunização oferece, visto que o câncer do colo de útero é o único para o qual existe vacina, sendo, portanto, o mais fácil de prevenir. “É fundamental retomar a definição da operacionalização da vacinação nas escolas, estabelecendo o cronograma e os locais de aplicação. Por se tratar de um público em idade escolar, é indispensável incentivar ações diretamente nas instituições educacionais”, diz. 

Foram convidados o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias, Isabela O. Brettas Marchesani, Cinira Aguida Ferreira Marcondes, o pediatra José Geraldo Leite Ribeiro, a ginecologista Lívia Murta Tanure e a oncologista Angélica Nogueira Rodrigues. 

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