Câncer infantojuvenil: diagnóstico precoce aumenta em 70% as chances de cura
Setembro Dourado busca conscientização sobre o assunto. Fachada da CMBH terá cores da campanha

Foto: Claudio Rabelo/CMBH
O câncer é a principal causa de morte por doença - 8% do total - em crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e, embora os números preocupem, as chances de cura neste público podem chegar a 70% se diagnosticado precocemente. Para conscientizar sobre a importância de pais, responsáveis e familiares ficarem atentos aos primeiros sintomas, a Campanha Setembro Dourado busca aumentar a visibilidade do tema. Na Câmara Municipal, atendendo a pedido de Uner Augusto (PL), a fachada do prédio-sede será iluminada de dourado. O parlamentar disse da sua felicidade em ver a Câmara de BH iluminada, e lembrou que cada criança que vence a luta contra o câncer significa uma família preservada, com sonhos e esperanças renovados.
“A adesão da Câmara ao Setembro Dourado mostra que o poder público pode e deve estar ao lado das famílias nessa batalha. Não se trata apenas de um gesto simbólico, mas de reafirmar que a infância é preciosa e que precisamos cuidar dela com todo o zelo”, afirma o parlamentar.
No pedido feito, Uner Augusto citou o trabalho feito pela Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (Coniacc) e pela Fundação Sara, que diz ter "interesse em conhecer mais de perto".
Agressivo, mas responsivo à quimio
Fundada em 2008, a Coniacc atua no apoio e assistência à criança e ao adolescente com câncer, através da integração de 48 instituições filiadas. Segundo a entidade, o câncer infantojuvenil tem origem, em grande parte, em células embrionárias, o que o torna mais agressivo e de evolução rápida, mas também mais responsivo à quimioterapia. Quando a criança é diagnosticada precocemente, o tratamento possibilta taxa de cura superior a 70%.
A entidade atua na disseminação de informações sobre sinais e sintomas da doença, com o objetivo de informar e preservar vidas. A página da entidade na internet apresenta os principais tipos de câncer infantojuvenis, sua prevalência e os sintomas os quais os pais devem se atentar.
- Leucemia (25,6%): mais comum entre 0 a 19 anos, pico entre 1 e 4 anos. Sintomas: febre persistente, palidez, manchas roxas, sangramentos e dores ósseas;
- Linfoma (13,1%): origina-se no sistema linfático. Sintomas: caroços/gânglios aumentados sem infecção, falta de ar ou tosse (tórax), dor ou massa abdominal;
- Tumores do Sistema Nervoso Central (13,3%): pico entre 1 e 4 anos. Sintomas: convulsões, estrabismo, dor de cabeça, vômitos persistentes, alterações de comportamento, aumento anormal da cabeça;
- Tumores Ósseos (5,8%): adolescentes (15 a 19 anos). Sintomas: dor em ossos/membros, inchaço, calor e vermelhidão;
- Tumores de Partes Moles (5,4%). Picos em 1 a 4 anos e 12 a 19 anos. Sintomas variam conforme o local: aumento em partes moles, sangramento vaginal, protusão do olho;
- Tumores de Células Germinativas (4,9%): antes dos 5 anos e na adolescência (ovário/testículo). Sintomas: massas em sacro, abdômen ou gônadas;
- Tumor de Wilms (Nefroblastoma) (3,2%): localizado no rim; pico entre 1 a 4 anos. Sintomas: massa abdominal, dor, sangue na urina, hipertensão;
- Neuroblastoma (2,9%): até 5 anos; afeta suprarrenal e sistema nervoso simpático. Sintomas: palidez, irritabilidade, dores, perda de peso, massa abdominal, manchas roxas nos olhos;
- Retinoblastoma (1,5%): retina, até 3 anos. Sintomas: reflexo “olho de gato” (leucocoria), estrabismo, irritação ocular, proptose.
Fundação Sara
Outra entidade com importante atuação na área da oncologia pediátrica em BH e no estado de Minas Gerais é a Fundação Sara Albuquerque Costa. Criada em 1998, em Montes Claros, a instituição nasceu após a experiência dos pais da pequena Sara, durante seu tratamento contra a leucemia. Com recursos arrecadados em uma campanha de solidariedade, após a morte da filha, eles decidiram fundar a entidade para oferecer assistência a crianças e adolescentes com câncer e seus familiares. Em 2010, a Fundação expandiu suas atividades para Belo Horizonte. Sua missão é prestar apoio social e contribuir para melhorias no tratamento oncológico, sendo mantida por associados, doadores, empresas parceiras e voluntários.
Superintendência de Comunicação Institucional