Câmara homenageia personalidades que se destacaram em Belo Horizonte em 2025

Destaques do campo jurídico, midiático, religioso, político, do empreendedorismo e da cidadania foram agraciados com a maior honraria concedida pelo Parlamento Municipal, o Grande Colar do Mérito Legislativo. A solenidade foi realizada na noite desta terça-feira (9/12) e teve como patrono o secretário de estado de governo de Minas Gerais Marcelo Aro, e como oradora oficial a deputada federal e ex-vereadora de Belo Horizonte, Nely Aquino (Pode). Presidente da CMBH, Professor Juliano Lopes (Pode) enalteceu cada um dos homenageados e declarou que o trabalho deles contribui para uma cidade “mais viva, solidária, inteligente e inclusiva”. Ao todo, foram 50 homenageados, indicados pelos vereadores e pelo Conselho de Agraciamento, formado pelos membros da Mesa Diretora e pelo corregedor da Câmara de BH.

Compromisso diário

O tema do Grande Colar do Mérito Legislativo de 2025 foi os 10 anos da Lei Brasileira de Inclusão, o que, para Juliano Lopes, trouxe um significado especial para o evento. O presidente da Câmara lembrou que, segundo a LBI, “a deficiência não está na pessoa, mas sim nas barreiras físicas, comunicativas e de atitudes que limitam a plena participação social”. O parlamentar ressaltou ainda que, apesar do impacto da norma poder ser visto no cotidiano, “a inclusão é uma obra permanente que exige compromisso diário do poder público e da sociedade”.

Juliano Lopes também falou sobre a escolha do patrono e da oradora da solenidade. O parlamentar declarou que a dedicação de Marcelo Aro “às pessoas com doenças raras e deficiências garantiu políticas públicas de apoio a milhares de famílias” e motivou a sua escolha como patrono. Juliano Lopes ainda reconheceu a trajetória da deputada federal e ex-presidente da CMBH Nely Aquino para o fortalecimento das políticas de inclusão, como a implementação do cordão de girassol em Belo Horizonte.

Debate urgente e necessário

Marcelo Aro destacou a importância do tema e chamou a atenção para os doentes raros. “Eu acho que falar sobre a inclusão no nosso país é extremamente urgente e necessário”, afirmou o secretário. Segundo Aro, 90% dos doentes raros no Brasil são cuidados só pela mãe, o que se torna um problema social, já que elas precisam, ao mesmo tempo, sustentar a casa e cuidar das crianças. O patrono desta edição ainda destacou mais um dado que demonstra a necessidade de se “debater esse assunto de maneira urgente”: 30% dos doentes raros morrem antes dos cinco anos de idade. “Eles morrem porque faltam políticas públicas, porque falta tratamento, porque falta remédio. E por isso é urgente que a gente de alguma forma possa discutir esse assunto aqui”, declarou.

Nely Aquino destacou os avanços trazidos pela Lei Brasileira de Inclusão e também afirmou que ainda há muito o que ser realizado. Para a deputada, a LBI representa uma mudança de paradigma, saindo da lógica da adaptação individual para a lógica do dever coletivo. “Não se trata de inserir essa parcela da sociedade, mas de reconstruir as próprias estruturas de convivência. Antes da lei as pessoas com deficiência precisavam se adaptar ao mundo. Depois da lei, ainda que aos poucos, o mundo começou a aprender a se adaptar às pessoas com deficiência”, disse.

Marcelo Aro e Nely Aquino ainda ressaltaram o trabalho das Apaes, afirmando que estas instituições acolhem cada história com amor e esperança. Para eles, as Apaes fazem muito mais que atendimentos, devolvem a autoestima, constroem autonomia, abrem portas e criam oportunidades. A dedicação dos profissionais, que, segundo Nely, “fazem da inclusão uma prática diária e não apenas uma palavra bonita”, também foi destacada. “Mesmo que muitas vezes falte tudo, elas oferecem o essencial: a humanidade”, declarou a oradora.

Compromisso com a causa

O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, afirmou que a solenidade reuniu o triângulo que governa o município: a prefeitura, a câmara municipal e a sociedade civil. “Quando eles se juntam para melhorar a vida das pessoas ninguém segura”, declarou Damião. Segundo ele, o objetivo é seguir trabalhando para “construir uma cidade com mais mobilidade, com obras estruturantes e com políticas sociais que tornem melhor a vida e as condições do povo belo-horizontino”.

Juliano Lopes destacou os avanços feitos por Belo Horizonte na implantação da LBI, “com ações que fortalecem a acessibilidade e a educação bilíngue”. O presidente da CMBH citou como exemplo a presença de intérpretes de Libras em todas as reuniões e eventos da Casa, “assegurando participação política plenamente acessível”. Marcelo Aro pediu aos agraciados com a medalha que a deixem em local visível e que sempre que olharem para ela reforcem o compromisso com a causa das pessoas com deficiência e das pessoas com doenças raras.

“Que vocês possam parar para refletir na noite de hoje de que maneira vocês podem contribuir para esse segmento da sociedade que, muitas vezes, é ignorado, é esquecido”, declarou Aro.

Nely Aquino lembrou projetos originados na Câmara Municipal que contribuem para a inclusão e buscam garantir os direitos das pessoas com deficiência. A deputada federal afirmou que espera que Belo Horizonte seja referência não apenas em termos legislativos.

“Que Belo horizonte siga sendo referência não apenas pela legislação que adota, mas pela forma humana, acessível, e responsável com que trata cada cidadã e cada cidadão. Que a Lei Brasileira de Inclusão siga gerando efeito prático na vida daqueles que mais precisam”, disse Nely.

Grande Colar

O Grande Colar do Mérito Legislativo foi criado em 2003 em substituição à Comenda da Ordem do Mérito Legislativo Municipal, por iniciativa da Mesa Diretora. A norma foi atualizada em 2015 pela Resolução 2079, que define que, a cada edição, a medalha será outorgada a até 50 pessoas físicas ou jurídicas, de nacionalidade brasileira ou estrangeira, que, pela prestação de serviços notáveis ou por excepcional mérito, tenham se tornado merecedoras de reconhecimento. Confira a lista completa dos agraciados em 2025.

Superintendência de Comunicação Institucional