Condenada há três anos, parte da estrutura de escola será demolida
Rachaduras no teto, descolamento nas paredes e buracos abertos no chão comprometeram banheiros, vestiários, biblioteca e auditório
Foto: Natália De Lima Quaresma / Gabinete Vereador Álvaro Damião
Com grande parte da sua área comprometida e isolada por risco de queda, a Escola Municipal Américo Renné Giannetti, no Bairro Concórdia (Região Nordeste), tem contado, há cerca de três anos, com adaptações provisórias e com a disposição dos funcionários, professores e estudantes em se adequar às limitações. Obras iniciadas e paralisadas no final de 2017 foram retomadas, em fevereiro deste ano, e preveem a reconstrução dos banheiros, a demolição de toda a estrutura condenada pela Defesa Civil e um estudo do solo para avaliar possível reedificação no terreno. A comunidade escolar cobra o retorno da estrutura originalmente disponibilizada pela escola. Em visita ao local, na tarde desta quarta-feira (25/4), a Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo verificou ainda possíveis impactos das obras na E.M. Hugo Pinheiro Soares, instalada no terreno vizinho. O requerimento para a realização da atividade foi apresentado pelo vereador Álvaro Damião (PSB).
Funcionária da Renné Giannetti há nove anos, a Auxiliar de Biblioteca Escolar Desirée Araújo Mineiro contou que, ainda em 2015, seis anos após a última reforma de ampliação na escola, começaram a surgir diversas rachaduras no teto, descolamento nas paredes e buracos abertos no chão, que comprometeram os banheiros masculino e feminino utilizados pelos alunos, os vestiários dos funcionários, o sanitário adaptado para pessoas com deficiência, a biblioteca, o auditório e uma das salas de aula. Todo esse setor está isolado com tapumes e teve suas portas trancadas, impedindo o acesso das crianças e riscos de acidentes. Em alguns cômodos, o teto está amparado por estacas de ferro para evitar a queda.
De acordo com o cronograma de obras apresentado pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), toda essa área será demolida no período de férias escolares, a partir do dia 14 de julho, para aproveitar a ausência de estudantes e funcionários. O processo de demolição deve durar 10 dias. Os outros cinco dias devem ser usados para retirada de todo o entulho produzido.
Adaptações
Coordenadora da Escola Integrada na Renné Giannetti, a professora Evely Aquino explicou que, durante os primeiros meses, após a interdição dos banheiros, a escola precisou instalar, emergencialmente, sanitários químicos no pátio da unidade. Diante do desconforto e inadequação da medida, conforme denunciado pela comunidade escolar, a Prefeitura destinou recursos para a construção de pequenos banheiros provisórios na entrada da unidade, que são compartilhados hoje por professores e alunos.
A professora lamentou também a insuficiência do espaço para a biblioteca escolar. Instalada inicialmente em um salão de cerca de 40m², a biblioteca precisou ser transferida para um espaço de quase um terço do tamanho, compartilhado com um fraldário para atendimento a crianças da educação infantil. O espaço já não comporta todos os livros, nem permite receber uma turma completa (de 24 alunos) para contação de histórias.
Mães de alunos e professoras da unidade destacaram a urgência das obras para reconstrução do espaço perdido, pontuando que a estrutura da escola ficou muito prejudicada. No entanto, foi destacado o esforço dos educadores e da gestão da unidade em zelar pela manutenção da qualidade do ensino e do atendimento às crianças. Com idades entre dois e oito anos (Educação Infantil e 1º ciclo do Ensino Fundamental), os alunos têm convivido com o barulho e a poeira das obras de adaptação de algumas salas de aulas em amplos banheiros, que irão substituir os provisórios, com estrutura de acessibilidade e fraldário.
Nova estrutura
“É triste ver uma estrutura como essa ser demolida, mas a certeza é de que vai ser feito um espaço melhor do que esse e mais seguro”, afirmou o vereador Álvaro Damião (PSB), autor do requerimento para a visita. O parlamentar contou que a realização das obras foi uma promessa do prefeito Alexandre Kalil, ainda no início do ano passado, mas que só agora pôde ser iniciada. “A comunidade estava muito insegura com a indefinição. Agora que as obras foram iniciadas e que a demolição vai acontecer, permanece a dúvida sobre o que será construído em seguida”, alertou o vereador, garantindo que irá cobrar um posicionamento da Sudecap.
A Smed afirmou que, conforme orientado pela Sudecap, só será possível definir a nova estrutura a ser construída após a demolição da área comprometida. O órgão explicou que fará uma análise do solo para verificar a qualidade do assentamento e a causa do problema.
“Nós pedimos que as novas construções sejam feitas a partir das demandas da comunidade e da diretoria da escola”, alertou a Evely Aquino, propondo que “seja feita essa escuta e que seja elaborado um projeto de forma coletiva e democrática”, completou a professora. Damião afirmou que atuará junto ao Executivo para garantir a reconstrução de, no mínimo, toda estrutura que já existia na escola. E, se possível, ampliar as salas.
E.M. Hugo Pinheiro Soares
Instalada no terreno vizinho, a E.M. Hugo Pinheiro Soares sofre com algumas consequências das obras na Renné Giannetti. Diretor da unidade, o professor Vanderlei Nunes explicou que, em razão do desnível entre os terrenos, em dias de chuva, a água de lama tem descido da Renné Giannetti e se acumulado no pátio da sua escola. A expectativa do gestor é de que as obras prevejam soluções de drenagem para acabar com o problema.
Nunes afirmou que a sua preocupação maior é com o muro de baixo da unidade, no limite com o Beco Tamboril, em que são visíveis as grandes rachaduras. O gestor teme a queda do muro e afirmou que já solicitou providências da Prefeitura. Damião garantiu que vai interceder junto ao Executivo para acelerar uma possível obra no local, incluindo a revitalização e pavimentação do beco.
Superintendência de Comunicação Institucional
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