Jardim Zoológico precisa melhorar instalações de apoio a visitantes

Fiscalização realizada in loco no Jardim Zoológico da Capital pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana constatou a necessidade de reformas, especialmente em instalações de apoio aos visitantes, como restaurantes e sanitários. Segundo a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, gestora do espaço, as obras e a manutenção serão executadas por meio de parcerias público-privadas (PPPs), mas as atividades-fim do equipamento - preservação de espécies, pesquisa e educação ambiental – continuam a cargo do poder público. Os Termos de Referência das licitações, que estão na fase final de elaboração, exigirão o cumprimento de requisitos adequados às particularidades e à complexidade do equipamento, garantindo o conforto dos visitantes, sem afetar a rotina e o bem-estar dos habitantes. Requerente da visita, Ciro Pereira (PTB) aprovou a qualidade do trabalho dos técnicos e especialistas e reforçou a urgência na melhoria das estruturas de uso público. Para acompanhar a questão de perto, o vereador vai solicitar, por meio da comissão, informações detalhadas sobre os estudos, projetos e ações em andamento.

Ciro Pereira (PTB) e Marcos Crispim (PSC), presidente e vice-presidente da comissão, foram recebidos pelo presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Sérgio Augusto Domingues, pelo gerente do Zoológico, Humberto Mello, e por técnicos da entidade, que deram informações sobre o funcionamento do equipamento, os serviços de preservação ambiental e conservação da fauna e flora, que envolvem desde o design dos recintos até a dieta balanceada de cada um dos 3.800 animais de 230 espécies que nascem no local ou chegam de fora, resgatados do tráfico e de cativeiros clandestinos pela polícia e pelo Ibama ou em permuta com outros zoológicos do Brasil e do mundo. Os gestores destacaram a qualidade técnica de tratadores, veterinários e especialistas, ressaltando que o bem-estar e a proteção das espécies são as funções prioritárias do Zoológico e do Jardim Botânico. A equipe inclui efetivos e terceirizados selecionados, e pessoal de limpeza, portaria e vigilância são fornecidos por empresa especializada.

Ciro Pereira, que solicitou a visita técnica, relatou o recebimento de denúncias e reclamações de cidadãos quanto à precariedade da estrutura oferecida aos visitantes. Entre elas, destacam-se a falta de restaurantes e lanchonetes e a má conservação de sanitários e áreas públicas. Com o intuito de cumprir a função fiscalizadora e de intermediação de demandas, o parlamentar pediu para conferir de perto as instalações, questionou quando e quais foram as últimas intervenções realizadas em recintos de animais e de apoio a visitantes, se há necessidade de ampliação da equipe, quais são as reformas e melhorias mais importantes e urgentes a serem feitas e se os aprimoramentos necessários já foram requisitados. Sérgio Augusto informou que a Fundação está preparando o lançamento de edital para reforma dos restaurantes e requalificação geral dos espaços. Enquanto isso, profissionais próprios ou terceirizados realizam reparos de urgência, como troca de janelas, pintura, conserto de cercas e muretas.

Reforma dos restaurantes

A alimentação dos animais é totalmente fornecida pela Prefeitura, que licita e compra rações, carne e hortaliças, orientada pelos especialistas da Fundação. A oferta de opções de alimentação para os visitantes, no entanto, é bastante deficiente, ficando a cargo de uns poucos pipoqueiros e barraquinhas de sorvete. A reforma dos restaurantes do local, cuja estrutura é antiga e está deteriorada, ainda deve demorar para ser concluída; o edital do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para o Jardim Zoológico já foi lançado, e os termos de referência dos editais para implantação, operação, manutenção e exploração comercial de equipamentos e serviços estão em fase final de elaboração. Enquanto isso, uma portaria editada recentemente pela administração possibilitou a licitação e contratação de 14 food trucks e vendedores ambulantes de alimentos, que já estarão disponíveis aos visitantes no feriado de 21 de abril.

Entre as qualidades do Zoológico de BH, os gestores citaram a dimensão gigantesca da área, totalmente transitável, e a oferta de estacionamentos em vários pontos, que facilitam a visitação dos diferentes espaços. A Fundação realiza pesquisas periódicas para colher impressões e opiniões da população, oferece mapas impressos e digitais para orientar a visitação e pretende aperfeiçoar a acessibilidade em todos os espaços. A contratação de guias e monitores para acompanhar e dar informações aos visitantes melhoraria o atendimento e pode vir a ser necessária, mas ainda não há previsão ou recursos destinados a esse fim.

Referência internacional

O Zoológico de BH, de acordo com Sérgio Augusto, é referência e exemplo para outras cidades e países e adota os melhores padrões de bem-estar dos animais, preservação e reprodução controlada das espécies – borboletas, peixes, aves, répteis e mamíferos, especialmente as ameaçadas de extinção. Os recintos são planejados para garantir a privacidade e reproduzir ao máximo o ambiente e o comportamento natural dos animais, para tanto, aperfeiçoamentos são pensados e executados continuamente por especialistas. Nascimentos e óbitos de animais são devidamente comunicados aos órgãos nacionais e internacionais pertinentes e as carcaças são encaminhadas a museus e entidades de pesquisa. Espécimes resgatados, muitas vezes em péssimas condições de saúde, são tratados e, quando possível, reintegrados à natureza. No âmbito da botânica, a Fundação cataloga, produz e conserva espécimes vegetais, fornece árvores e plantas ornamentais para vias, praças e equipamentos públicos do Município, além de auxiliar a implementação e manutenção de hortas urbanas comunitárias.

Fechamento e privatização

Os vereadores indagaram qual é o posicionamento da Fundação sobre a possibilidade de fechamento do espaço ao público, focando apenas em preservação de espécies e pesquisas, defendida por 40% dos entrevistados em levantamento recente. O presidente afirmou que essa medida, embora eliminasse a necessidade de investimento nos equipamentos de apoio ao público, representaria uma grande perda para a população da cidade. A exposição de animais, desde que mantidas as condições adequadas, permite que o manejo e a preservação de espécies sejam conciliados com a função educativa, o lazer e o entretenimento da população. Segundo os gestores, o principal público do Zoológico é constituído por crianças e adolescentes de escolas da Capital e de outros municípios, que têm a oportunidade de conhecer e aprender sobre a natureza e os animais.

Quanto à privatização, a entidade defende que a gestão do espaço continue sob responsabilidade do poder público, garantindo a priorização do bem-estar dos animais, do caráter científico e não lucrativo do equipamento, evitando que sejam desvirtuados e negligenciados por interesses privados. As empresas privadas, segundo os gestores, podem e devem atuar em obras, serviços, manutenção e conservação da estrutura física, possibilitando que os recursos públicos sejam aplicados na qualificação das atividades educativas e ambientais.

Acompanhamento da questão

Ao final da visita, Ciro Pereira declarou-se satisfeito com a qualidade técnica da equipe composta por especialistas em cuidados e bem-estar animal, bem como com os esforços para a modernização e aperfeiçoamento dos padrões que fizeram do Zoológico de BH uma referência no manejo e na preservação de espécies. Ele reafirmou, no entanto, a necessidade de reformas e melhorias urgentes nas instalações, principalmente as de apoio ao público, para proporcionar mais conforto, especialmente a idosos e crianças, e atrair mais visitantes. O parlamentar afirmou que, por meio da Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana, vai continuar acompanhando de perto a questão e buscando informações detalhadas sobre todos os projetos e andamentos previstos e realizados.

Superintendência de Comunicação Institucional