Moradores das Regiões Norte e Pampulha pedem esclarecimentos sobre obras
Macrodrenagem para evitar enchentes é prioritária para comunidade. População também cobra informações sobre construção de viadutos
Foto Karoline Barreto/CMBH
A falta de diálogo da Prefeitura com os moradores das Regiões Norte e Pampulha sobre obra de macrodrenagem em andamento e a respeito da futura construção de viadutos no complexo das Avenidas Waldomiro Lobo e Saramenha, no encontro com a Avenida Cristiano Machado, marcou os depoimentos dos cidadãos que participaram de audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário nesta quinta-feira (4/8). Sem informações, lideranças comunitárias e moradores demonstraram apreensão quanto aos impactos das obras nas comunidades e solicitaram que os vereadores intervenham junto ao Executivo em favor das regiões. Eles manifestaram receio quanto à possibilidade de remoção de moradias por conta das obras e destacaram a grande importância da macrodrenagem para que alagamentos não se repitam. Representante da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte esclareceu que a próxima etapa de obra de macrodrenagem requer projeto de esgoto da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e se comprometeu a explicar os detalhes dos projetos que ainda serão executados e daqueles já em andamento. Autor da solicitação da audiência, Wilsinho da Tabu (PP) disse que irá requerer explicações do Executivo e salientou que o Legislativo cumpre seu papel ao trabalhar para que os cidadãos tenham acesso às informações pleiteadas
Wilsinho da Tabu disse ser muito importante que a comunidade envolvida em qualquer obra tenha informações gerais sobre a mesma e sobre os impactos que ela irá causar na comunidade, A esse respeito, o vereador mencionou um projeto de lei de sua autoria, que pode vir a ser sancionado pelo prefeito e preconiza a obrigatoriedade de placas informativas nas intervenções em logradouros públicos realizadas em Belo Horizonte. Wilsinho acrescentou que o vereador exerce o papel de ser o elo da comunidade com o Poder Executivo.
As lideranças comunitárias presentes reclamaram da falta de informação aos moradores das regiões afetadas sobre as obras, o que gera insegurança quanto a possíveis remoções de famílias e outras consequências em potencial. As lideranças destacaram que a obra de macrodrenagem é muito aguardada pelas comunidades. Núbia Botelho Pereira afirmou, entretanto, que uma obra de grande porte não pode ser feita sem que a Prefeitura preste esclarecimentos à comunidade. Paulo Carvalho de Freitas, líder comunitário do Bairro 1º de Maio, ressaltou que a obra de drenagem na região é fundamental porque “mães e pais de famílias sofrem todos os anos com as enchentes”. O padre Cássio Ferreira Borges ressaltou a necessidade de transparência e planejamento.
Esclarecimentos
O engenheiro Leandro Cupertino, representante da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), afirmou que as obras de macrodrenagem são um conjunto de intervenções de responsabilidade da Superintendência e não prevêem desapropriações. A fase inicial incluiu a canalização do Ribeirão do Onça e a fase atual se refere à Praça das Águas, que irá acomodar vazões de água do Córrego Cachoeirinha e do Ribeirão Pampulha e conduzi-las para o Ribeirão do Onça até o Rio das Velhas. Essa fase está com o projeto concluído mas, para ser executada, é necessário que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) apresente um projeto de remanejamento do esgoto em um trecho da Avenida Cristiano Machado. Cupertino esclareceu que é preciso avançar no projeto de construção de um viaduto no cruzamento das avenidas Cristiano Machado e Waldomiro Lobo para determinar se haverá desapropriações.
As lideranças comunitárias e cidadãos presentes agradeceram a oportunidade de discussão sobre o tema e reforçaram o pedido para que a Câmara escute os anseios da Região Norte. Padre Cássio Borges reforçou o pedido de que os dois projetos em pauta sejam apresentados às comunidades locais, em especial o que ainda não foi concluído, para que as reivindicações possam ser contempladas. Núbia Botelho Pereira solicitou que a Copasa seja consultada para saber o atual estágio do projeto de remanejamento do esgoto. Ela fez um apelo veemente a favor da prioridade ao projeto de macrodrenagem. “Há 12 anos esta obra está em andamento e não acaba. Está na hora de alguma coisa ser feita. São 420 famílias chorando com receio da chuva. Até quando elas serão atingidas? Não estou satisfeita com as respostas”, reclamou.
Cleiton Xavier (PMN) colocou a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário à disposição para facilitar a interlocução do Executivo com a comunidade para queseja dado “o devido respeito aos moradores no andamento das obras”. Humberto Guimarães Bernardes disse que compartilha da ansiedade dos moradores, e que todos os representantes do Executivo estão envolvidos na superação dos entraves técnicos existentes.
Wilsinho da Tabu afirmou que compreende os apelos da comunidade e explicou que o diálogo é o melhor caminho para tentar resolver a situação. Segundo ele, a audiência representa o início de um diálogo mais aberto e franco para que as soluções sejam encontradas. O parlamentar também propôs que a Sudecap apresente os projetos para as comunidades envolvidas. O representante da Superintendência se colocou à disposição para que a proposta seja concretizada.
Superintendência de Comunicação Institucional