No Barreiro de Cima, problemas de infraestrutura comprometem atendimento

Infiltrações, equipamentos sem manutenção, falta de profissionais e de material odontológico e demora para a marcação de consultas especializadas. Esses foram problemas constatados em visita técnica da Comissão de Saúde e Saneamento ao Centro de Saúde Barreiro de Cima, nesta segunda-feira (18/3). Após relatos de representantes da Regional Barreiro, síndico da unidade, Comissão Local de Saúde, Associação do Bairro Milionários, funcionários e comunidade, os vereadores propuseram a realização de audiência pública para aprofundar o debate e buscar soluções junto à empresa executora da obra e à Prefeitura.

Atendendo a cerca de 19 mil usuários e realizando, em média, 600 atendimentos por dia, o Centro de Saúde Barreiro de Cima possui cinco equipes do Programa Saúde da Família (PSF), sendo que faltam na equipe clínico, enfermeiro e ginecologista. A equipe de apoio é composta por clínico geral, psicólogo e pediatra. O posto tem também uma equipe do Nasf, com terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e nutricionista. A unidade possui, ainda, 21 agentes comunitários de sáude (ACSs) e sete agentes de combate a endemias (ACEs). Na área de odontologia, o Centro de Saúde Barreiro de Cima conta com duas equipes de PSF e uma equipe de apoio, totalizando três dentistas, três auxiliares e um assistente.

Críticas apontadas

De acordo com funcionários e a comunidade, além de infiltrações, o posto apresenta problemas como demora para a marcação de consultas especializadas e exames (teste ergométrico, cardiológicos e neurológicos). Os usuários reclamam, também, da limpeza e da segurança, bem como do atendimento insatisfatório de servidores públicos . Na recepção, duas cadeiras encontravam-se danificadas e na sala de odontologia, observou-se, também, a falta de uma cadeira. Foram constatados, ainda, problemas relativos à manutenção de bebedouros.

Burocracia

Conforme esclareceu Lucas Biagini, da Regional Barreiro, a manutenção de equipamentos como armários, mesas e cadeiras, são de responsabilidade da oficina central do posto. A Regional cuida de questões referentes à parte elétrica e hidráulica do centro de saúde. Salientando o excesso de burocracia para o retorno das demandas, encaminhadas inicialmente pela gerência do posto, depois para o distrito, para a diretoria, a oficina central e por fim à Regional, Biagini destacou que só pode liberar o material para o posto após receber o Sigesp (sistema utilizado pela PBH para registro e gestão da abertura, tramitação e encerramento de solicitações de serviços e processos administrativos), à excessão de casos emergenciais. Segundo ele, anteriormente, o pedido era feito por e-mail.

Com relação à denúncia de alagamento em período chuvoso, a Regional solicitou à sua equipe um orçamento para a instalação de um blindex, ressaltando, contudo, que devem ser observadas orientações técnicas para que a estrutura da obra não seja comprometida.

O síndico da unidade de saúde, funcionário terceirizado da APA Empregos, Milton Pereira de Souza, disse, por sua vez, que todos os problemas do centro de saúde são encaminhados para a oficina central, para que esta recolha o equipamento danificado, como é o caso do bebedouro. Ele informou que já havia solicitado o recolhimento do bebedouro, mas que este não foi retirado por não haver outro para substitui-lo. Além disso, salientou que as oficinas centrais dão prioridade às Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e aos Centros de Referência em Saúde Mental (Cersams). Disse, ainda, que quando o material é recolhido, o retorno é demorado (até 40 dias).

Eletricidade, energia e hidroterapia

Outro problema apontado foi relativo à parte elétrica do posto, de responsabilidade da empresa Sengel, que executou a obra. Conforme relatou Souza, funcionários da empresa vistoriaram o posto em fevereiro deste ano, comprometendo-se a mandar um engenheiro para fazer um levantamento da situação. Na ocasião, também foi encaminhado ofício e relatório fotográfico à Sudecap, quando foram relatados os problemas de alagamento. Até hoje, não se obteve resposta. Falou-se, ainda, que são frequentes problemas de energia, que as lâmpadas queimam com facilidade, mostrando-se uma preocupação com o fechamento de um curto circuito.  

O centro saúde possui uma piscina para que seja feito um trabalho de hidroterapia com idosos, mas devido à falta de um contrato de manutenção da água, a piscina está vazia e nunca foi utilizada.  

Providências

De acordo com o vereador Wesley Autoescola (PRP), além da denúncia de alagamentos na recepção, ocasionados pelas chuvas, foram apresentadas outras reclamações como a negligência da construtora Sengel, responsável pela execução da obra, no que se refere à manutenção. Segundo ele, será encaminhado ofício à PBH, à Sudecap e à Secretaria Municipal de Saúde, para que a empresa seja cobrada e conclua serviços básicos que deixou a desejar.

Dimas da Ambulância (Pode) destacou problemas relativos a necessidades básicas, como a falta de médicos , informando que a comissão retornará futuramente ao posto, para verificar se foram realizadas as melhorias solicitadas. Hélio da Farmácia (PHS) pontuou demandas referentes ao tempo de espera para consultas e insegurança, apontando a necessidade da construção de uma passagem para cadeirantes, em frente ao centro de saúde. Mencionou também problemas de estrutura física, lembrando que muitos serviços ainda estão na garantia, como é o caso dos vazamentos.

O vereador Fernando Borja (Avante) avaliou positivamente a estrutura do centro de sáude, mas falou sobre algumas dificuldades enfrentadas, como problemas de engenharia da obra, falta de insumos, principalmente na odontologia, e demora para a marcação de consultas especializadas.

Foi sugerida a realização de uma audiência pública com a presença da gerência do posto, que atualmente encontra-se de férias, da Regional, do síndico da unidade, da oficina central, empresa executora da obra, central de marcação de exames, Secretaria Municipal de Saúde, Sudecap e comunidade. O requerimento solicitando a realização da audiência será aprovado na próxima reunião da Comissão de Saúde e Saneamento, nesta quarta-feira (20/3).

A vistoria também contou com a participação do vereador Juliano Lopes (PTC).

Superintendência de Comunicação Institucional