Atendimento pediátrico, vacinação e rede pluvial são temas de pedidos de informação
Feitas com base em reuniões e conversas com a população, solicitações serão encaminhadas a diferentes órgãos do Município
Foto: Ernandes Ferreira / CMBH
Cumprindo seu papel de fiscalização, a Comissão de Saúde e Saneamento aprovou, nesta quarta-feira (3/3), o encaminhamento de três pedidos de informação à Prefeitura. Os vereadores querem esclarecimentos acerca da rede pluvial da cidade, da vacinação de moradores atingidos por alagamentos nos Bairros Suzana e Primeiro de Maio e sobre redução do número de pediatras nas UPAs da cidade. Conforme disposto na Lei Orgânica do Município (LOMBH), o Executivo tem prazo de 30 dias úteis para responder à solicitação.
Saber se houve redução no número de pediatras nas Unidades de Pronto Atendimento de Belo Horizonte (UPAs). Este é o principal objetivo de requerimento de Iza Lourença (Psol) aprovado pela comissão como pedido de informação ao prefeito Alexandre Kalil e ao secretário de Saúde, Jackson Machado. A parlamentar afirma que, por meio de discussões feitas em órgãos de saúde do Município, obteve informação sobre a redução do número de pediatras por turno, passando de três para dois especialistas por unidade. Ainda segundo Iza, “há aumento dos casos de atendimento de crianças com infecções respiratórias no período de outono/inverno, com pico no mês de julho”, o que agravaria ainda mais o quadro e “colocaria vidas em risco”.
Iza quer saber ainda, caso exista a determinação de reduzir o número de especialistas da área, quais seriam as razões para a redução e qual o número atual de médicos pediatras em cada uma das UPAs da capital. Belo Horizonte conta com nove UPAs que fazem mais de 1800 atendimentos de emergência diariamente. Dados de 2019 apontam que cerca de 25% das crianças de Belo Horizonte sofram de asma, e desse total, até 80% tenham também rinite alérgica, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Drenagem urbana
De autoria de Wesley (Pros), pedido de informação que trata da rede pluvial de Belo Horizonte será enviado ao secretário municipal de Governo, Adalclever Lopes, e tem como objetivo obter esclarecimentos técnicos sobre a metragem desta rede construída especificamente na primeira gestão do prefeito Alexandre Kalil, entre os anos de 2017 e 2020. Rede pluvial é aquela que coleta principalmente águas vindas de chuvas, em sistemas urbanos de saneamento básico, diferentemente das águas fluviais, que são as águas próprias dos rios e ribeirões que cortam uma cidade.
Nos últimos anos BH vem sofrendo com alagamentos em diferentes regiões da cidade, ocorridos após grande volume de água que cai principalmente nos períodos chuvosos, o que pode demonstrar que há um esgotamento da rede de coleta de águas pluviais. Segundo a PBH, para tentar reduzir os danos, são realizadas desde a limpeza de bocas de lobo e fundos de vales de córregos até construções de grandes bacias de retenção e detenção de águas pluviais. Ainda segundo a Prefeitura, são feitas também limpezas de galerias e ampliação de redes de microdrenagem com o objetivo de reduzir os riscos. Os dados são do Plano Municipal de Saneamento 2016/2019. Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, o Plano 2020/2023, elaborado no ano passado, será publicado pela Prefeitura ainda este mês. Ainda segundo a secretaria, BH tem hoje cerca de 64 mil bocas de lobo que fazem a drenagem das águas pluviais.
Vacinação
Um dos problemas causados pelas inundações é o aumento de contágio por doenças vindas com águas contaminadas. Com o objetivo de saber como esse assunto está sendo tratado pela Administração Municipal, a Comissão de Saúde e Saneamento também aprovou requerimento onde pede informações sobre a programação de vacina contra hepatite, tétano e leptospirose para as famílias que moram em casas localizadas entre os Bairros Primeiro de Maio e Suzana, nas Regiões Norte e Nordeste de Belo Horizonte. No dia 7 de fevereiro, a chuva forte que atingiu a cidade alagou a Avenida Cristiano Machado na proximidade dos dois bairros, deixando várias famílias desabrigadas.
Segundo Wilsinho da Tabu (PP), foram atingidas mais de 70 famílias e aproximadamente 30 estabelecimentos comerciais apenas no Primeiro de Maio. Dentre os diversos imóveis residenciais atingidos, 11 desmoronaram, causando o caos, perigo à vida, perdas materiais e desespero em toda a população. Ainda segundo o vereador, em visita técnica realizada no dia 26 de fevereiro, os moradores relataram que não havia sido tomada nenhuma medida específica por parte da PBH para realização de vacinação contra doenças que podem ser contraídas através das águas das enchentes.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, fevereiro de 2021 foi o terceiro mais chuvoso em BH da série histórica e o maior desde 1978, se comparado ao mesmo mês dos outros anos. Foram 431,9 mm de precipitação em 28 dias, o que causou alagamentos e inundações em várias regiões da cidade.
Mudanças de data
Outros dois requerimentos de autoria do vereador Wanderley Porto (Patriotas) foram apreciados e aprovados pela comissão. Eles alteram data e horário de visitas técnicas ao Centro de Esterilização de Cães e Gatos Oeste e ao Centro de Controle de Zoonoses. As visitas foram remarcadas para o dia 5 e 12 de março respectivamente, ambas às 10h.
Participaram da reunião os vereadores Bim da Ambulância (PSD), Cláudio do Mundo Novo (PSD), Léo (PSL) e José Ferreira (PP), que presidiu os trabalhos. A reunião também contou com a presença de Sônia Lansky da Coletiva (PT), suplente na comissão.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional