Em pauta, volta do Programa Escola Aberta, com atividades em fins de semana

A abertura de escolas públicas no período noturno e aos finais de semana, com atividades educativas, culturais, esportivas e de formação inicial para o trabalho e para geração de renda, pode contribuir para a promoção da cidadania e para a redução da violência escolar na capital. Essa é a proposta do Programa Escola Aberta, da Prefeitura de Belo Horizonte, que será tema de audiência pública na Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, na próxima quinta-feira (15/7), às 13h, no Plenário Helvécio Arantes. O objetivo da audiência, requerida pelo vereador Léo (PSL), é discutir o retorno do programa, desativado na pandemia e destinado a escolas localizadas em territórios de vulnerabilidade social. Segundo coordenadores do Escola Aberta, o retorno poderia se dar de forma gradual, iniciando-se pela ativação de quadras esportivas e respeitando-se os protocolos sanitários. Um problema apontado pelos profissionais é a falta de recursos para a manutenção das atividades. A população também pode participar da audiência enviando perguntas, comentários e sugestões por meio de formulário eletrônico  já disponível no Portal CMBH.

Conforme relata Paulo César Gomes, coordenador do programa na Escola Municipal Francisco Campos - que entrou para o Escola Aberta ainda no projeto piloto, em 2004 - o programa foi implantado nas nove regionais de BH, mas foi suspenso, devido à pandemia, deixando coordenadores e monitores de mais de 170 escolas de BH sem nenhum suporte financeiro. Segundo ele, as atividades estão suspensas há um ano e quatro meses.

“O que reivindicamos é que a prefeitura retorne com o Escola Aberta, que envolve mais de 170 coordenadores, mais de 170 professores comunitários e mais de 2 mil oficineiros”, alerta Gomes. Ele ressalta que, com a desativação do programa, a população mais vulnerável encontra-se, hoje, nas ruas. Salientou, ainda, que o intuito do programa não é somente diversão e lazer, mas tirar o jovem das drogas e fazer um trabalho social dentro da comunidade, possibilitando-lhe, por meio de oficinas - como a de informática - o acesso ao primeiro emprego. “Pude perceber, nesses dezessete anos de trabalho, que alguns jovens se casaram, saíram do tráfico de drogas e engajaram-se num trabalho voltado à cidadania, por meio de uma troca, de uma parceria, entre a Prefeitura e a comunidade”, constatou Paulo César Gomes.

Para a PBH, a abertura das escolas aos finais de semana e à noite potencializa a parceria entre a instituição e a comunidade, ao ocupar criativamente o espaço escolar. Segundo o Executivo, o programa tem por objetivo contribuir para a melhoria da qualidade da educação, inclusão social e redução da violência nas escolas, com a melhoria do capital social e humano nas comunidades. O projeto visa, em suma, ampliar as oportunidades de acesso a espaços de promoção da cidadania na cidade.

O Programa

O Programa Escola Aberta oferece uma programação diversificada durante todo o ano, aos sábados, domingos e no turno da noite, em 173 escolas municipais da cidade, oferecendo cerca de 1,2 mil oficinas nas áreas de esportes, informática, artes marciais, artesanato, dança e música, para públicos de diferentes idades. Em 41 escolas do programa, as bibliotecas ficam abertas para toda a comunidade.

Totalmente financiado com recursos do Município, o Programa Escola Aberta registra cerca de 160 mil participantes por mês, em toda a capital. O horário de funcionamento é definido pelas escolas e, para informações, os interessados podem procurar as unidades mais próximas de sua residência. Para participar, basta procurar a escola de interesse, comparecer nos dias e horários do Escola Aberta e escolher as atividades dentro da programação ofertada.

Foram convidados para a audiência a secretária municipal de Educação, Ângela Dalben, e representantes do Programa Escola Aberta, Douglas Henrique Silva de Souza, Gabriel Silveira de Souza Pires, Henrique Junio Gomes da Silva Rocha, Igor Santos Guedes Pereira, Islanderson Junio Santana Demetrio e Paulo Cesar Gomes,

Superintendência de Comunicação Institucional