Secretária de Assistência Social não comparece e decisão é por convocá-la
Maíra Colares falaria, como convidada, sobre as políticas e ações para pessoas em situação de rua; vereadores lamentaram ausência
Foto: Bernardo Dias/CMBH
Vereadores lamentaram ausência da secretária municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (Smasac), Maíra da Cunha Pinto Colares, em reunião, agendada para a manhã desta sexta-feira (3/9), em que era aguardada para falar sobre as políticas e ações da Prefeitura para pessoas em situação de rua na capital. Requerido por Braulio Lara (Novo), o encontro aconteceria no âmbito da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário, e foi motivado após realização de audiência pública, em que se discutiu o fechamento do projeto Canto da Rua Emergencial – ação coordenada pela Pastoral de Rua de BH, que oferecia lanche, banho e abrigo a essa população, mas que foi recentemente encerrada. Ao comentar a decisão da gestora, pelo não comparecimento, Braulio chamou a atenção para o que considerou inércia do Executivo em relação ao problema e afirmou que a própria pasta reconheceria tratar-se de um desafio interdisciplinar. “Estão achando que é normal ter 10 mil pessoas na rua. Mas não, isso não é normal! Precisamos de ações múltiplas, de vários setores da sociedade civil; a secretária mesmo já falou isso em entrevistas anteriores”, afirmou. Vereadores presentes fizeram coro ao desapontamento de Braulio Lara e, por sugestão de Henrique Braga (PSDB), o presidente da Comissão, vereador Wesley (Pros), decidiu por novo chamamento da secretária, que desta vez, ocorrerá por meio de convocação.
Problema insolúvel
Segundo Braulio Lara, a secretária Maíra Colares teria informado ainda pela manhã, por meio de mensagem telefônica, que não poderia participar da reunião. Ainda segundo o vereador foi perguntado, então, se ela enviaria algum representante, e a resposta foi negativa. Para o vereador, a postura do Município é de descaso com o trabalho do Legislativo, e isso seria frequente. “Ontem fizemos uma visita técnica às obras da Vilarinho. O engenheiro estava nos recebendo muito bem, até que recebeu uma ligação de que não era para passar nenhuma informação sobre as obras para os vereadores”, contou.
Braulio Lara ainda lembrou que a Prefeitura não tem mantido a coerência, pois, em entrevista recente, Alexandre Kalil (PSD) teria dito que o problema dos moradores em situação de rua é ‘insulóvel’ e que se alguém tivesse alguma solução que a trouxesse. “Precisamos criar soluções para a saída definitiva das pessoas da rua. Entretanto, quando começamos a buscar um caminho, a Prefeitura faz isso, se omite, se cala. Deixar como está não é uma solução”, afirmou.
Convocação e distribuição de barracas
Henrique Braga reforçou a crítica à ausência da secretária e cobrou do Executivo uma relação mais harmônica. “A Câmara quer contribuir e não consegue. Se a gente convida, não vem. Vamos convocar. Aí, se não vem, entramos com um processo administrativo, que é um direito da Câmara”, alertou o vereador.
O parlamentar pontuou ainda que o aumento expressivo do número de moradores em situação de rua poderia estar relacionado à distribuição de barracas de acampamento, que a secretária estaria fazendo na cidade. “Aí até pessoas da região metropolitana estão vindo para BH, porque ganham barracas que podem estacionar em portas de prédios, portas de lojas, então fica bom”, afirmou.
Ao também lamentar a ausência da secretária, o presidente da Comissão, Wesley, defendeu que seja feita a convocação da gestora e lembrou que outros instrumentos administrativos ainda podem ser utilizados. “Vamos usar o mecanismo da convocação e, mais pra frente, podemos pensar até mesmo em uma CPI”, afirmou o vereador, pontuando que, pior do que não ter uma solução ao problema, seria deixá-lo crescer.
Além dos citados, participou da reunião o vereador Gilson Guimarães (Rede).
Assista ao vídeo com a íntegra da reunião.
Superintendência de Comunicação Institucional