Combate à covid-19 e ampliação do atendimento foram destaques
Cobertura vacinal e redução do tempo de espera para cirurgias eletivas são desafios a serem enfrentados na área da saúde
Foto: Abrão Bruck/ CMBH
A despesa em saúde liquidada pelo Município até 15 de setembro deste ano foi de quase R$ 3 bilhões, conforme a prestação de contas do Sistema Único de Saúde (SUS-BH) referente ao 2º quadrimestre de 2022. O dado foi apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde, nesta quarta-feira (28/9), durante audiência pública da Comissão de Saúde e Saneamento solicitada pelo presidente do colegiado José Ferreira (PP). A subsecretária de Atenção à Saúde, Taciana Malheiros, detalhou as ações e os gastos praticados pela pasta. De acordo com Taciana, o Município empenhou este ano, para ações e serviços públicos de Saúde, R$ 3.578.944.970,00, dos quais R$ 2.977.924.559,00 já foram liquidados. Os recursos foram aplicados, sobretudo, no combate à covid, em manutenção e reforma de equipamentos, e ainda, na ampliação da capacidade de atendimento, seja por meio de treinamentos das equipes, seja por meio de contratações. Varíola dos Macacos (Monkeypox) e cumprimento de metas das campanhas de vacinação encabeçaram a lista dos desafios enfrentados, bem como a redução da fila de cirurgias eletivas.
Combate à Covid-19
Ao destacar o avanço na imunização, a subsecretária afirmou que, na capital mineira, a cobertura vacinal com duas doses ou dose única contra a covid-19 atingiu, no segundo quadrimestre, 101% na faixa etária acima de 12 anos de idade e 64% na população de 3 a 11 anos de idade. Além disso, 88,4% da população total da capital já foi vacinada com a 2ª dose ou dose única. Os dados também demonstraram avanço na imunização em relação à prestação de contas realizada em maio de 2022: na faixa etária acima de 12 anos 99,4% estavam imunizados com a segunda dose ou dose única. Já entre a população de 5 a 11 anos, o percentual chegava a 52,6%.
Ampliação do atendimento
Segundo Taciana, devido ao grande número de casos de doenças respiratórias em junho e julho, a PBH ampliou o horário para atendimento de casos respiratórios no público infantil. Em cada regional, uma unidade básica de saúde atendeu das 7h às 19h, inclusive aos sábados e domingos. A prática de teleconsulta para o público infantil também foi implantada a partir de junho como forma de agilizar o atendimento. A medida teve impacto positivo no atendimento nas UPAs da cidade, que estavam sobrecarregadas.
Monkeypox
Taciana Malheiros explicou que, desde junho, quando foi identificado o primeiro caso de Monkeypox em Minas Gerais, a Secretaria Municipal de Saúde acompanha todos os casos suspeitos na cidade. Até setembro, 802 moradores de BH que apresentaram sintomas condizentes com a varíola dos macacos foram monitorados. Desse total, 225 casos foram confirmados e um óbito pela doença foi registrado.
Além de atuar na capacitação dos profissionais para acolhimento, identificação de sintomas e atendimento, o monitoramento dos casos contou com articulação do fluxo de testagem de casos suspeitos, rastreamento dos contatos e estabelecimento de pontos de coleta. Segundo a subsecretária foi necessária uma articulação com a Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania para definir um fluxo de isolamento da população em situação de rua, suspeitos e confirmados.
Ampliação do quadro de trabalhadores
Taciana destacou o investimento em recursos humanos com a manutenção de 250 dos 331 profissionais contratados temporariamente para atuar na campanha de vacinação contra a covid-19, gripe/influenza e sarampo, sendo 27 enfermeiros e 223 técnicos de enfermagem. Quanto aos serviços vinculados ao enfretamento da Covid-19, foram mantidos os 284 profissionais contratados temporariamente, contando ainda com o incremento de cinco enfermeiros. Ela também destacou a nomeação, entre julho e setembro, de 298 profissionais da área da Saúde, aprovados em concurso, sendo 245 médicos de diversas especialidades e 53 nutricionistas. “Também merece destaque a contratação de sete supervisores clínicos institucionais, pessoas com vasta experiência em saúde mental, que integrarão a Rede de Atenção Psicossocial para apoiar gestores e profissionais de saúde durante 12 meses”, afirmou.
Vacinação contra poliomielite
Um dos desafios do SUS-BH, de acordo com a subsecretária de Saúde, é a necessidade de se ampliar a cobertura de vacinação contra poliomielite. Segundo ela, apesar de apresentar números superiores à média nacional - que é de 49% -, BH conta com uma cobertura de apenas 56% de crianças vacinadas contra pólio. Ela destacou o trabalho das equipes de vacinação durante os fins de semana tanto nas unidades de saúde quanto em praças e parques da cidade na tentativa de garantir e ampliar o acesso à vacina e alcançar uma cobertura mais eficiente. “A meta do Ministério da Saúde é 95% e nós ainda temos um caminho importante para alcançar a proteção de nossas crianças”.
Combate ao Aedes aegypti
A subsecretária destacou, ainda, a ação da Zoonoses no combate ao mosquito Aedes aegypti, com 70% da meta de vistoria já cumprida; e a ampliação das ações de vigilância, prevenção e controle de doenças e agravos como a Leishmaniose Visceral, por exemplo.
Ela salientou como pontos positivos o retorno das atividades terapêuticas como lian gong e Academia da Cidade, o índice de mais de 90% das escolas municipais cobertas com ações de saúde bucal e a ampliação nos tratamentos completados em relação à primeira consulta odontológica.
Cirurgias eletivas, UPA e atenção hospitalar
Taciana explicou que durante a pandemia foi necessário reduzir as agendas de consultas especializadas e também de cirurgias eletivas. “Isso causou um acúmulo que se reflete até hoje, impedindo que a demanda seja atendida em até 60 dias”. Para resolver o problema, a SMSA está trabalhando em duas frentes: melhorando a articulação dos serviços próprios como serviço de contratados e trabalhando a qualificação dos encaminhamentos para a rede especializada.
Para reduzir o tempo de espera de pacientes com problemas de menor complexidade nas UPAs , a SMSA implantou uma nova metodologia que permite um atendimento mais rápido. A metodologia também impacta positivamente no tempo de espera dos casos com maior complexidade.
Na rede hospitalar, a SMSA concluiu um estudo das filas de espera de dez especialidades estratégicas e os hospitais já estão empenhados em reduzir a fila de espera de cirurgias eletivas. “Nossa meta para 2022 é realizar 27 mil cirurgias e já realizamos 23 mil e estamos buscando a ampliação para garantir o acesso da população que está aguardando”, disse.
Centros de saúde
Em 2022, a PBH concluiu a construção de dez sedes de centros de saúde. No segundo quadrimestre de 2022, foram concluídas as obras dos Centros de Saúde Mariano de Abreu, Tupi, Pedreira Prado Lopes e Serrano. Ainda estão em construção as unidades do Jardim Leblon, Santa Amélia, Maria Goretti, Campo Alegre, Padre Eustáquio e Fábio Corrêa Lima. Também está previsto o início das obras das unidades Granja de Freitas; Horto; Trevo; Conjunto Santa Maria e Primeiro de Maio.
Superintendência de Comunicação Institucional