SAÚDE E SANEAMENTO

Grupo questiona falta de insumos para atendimento odontológico do SUS

Itens essenciais também estariam em falta em centro de saúde do Barreiro; já o Centro Etelvina Carneiro não teria vacina de catapora

sexta-feira, 14 Fevereiro, 2025 - 16:45
Vereadores estão sentados no plenário Camil Caram. O telão atrás deles mostra a videochamada com um parlamentar presente virtualmente.

Foto: Dara Ribeiro/CMBH

Reclamações de usuários e funcionários do SUS aos vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte levaram a Comissão de Saúde e Saneamento a aprovar, na tarde desta sexta-feira (14/2), pedidos de informação à Secretaria Municipal de Saúde sobre a falta de materiais fundamentais para atendimentos médicos e odontológicos. As denúncias são de desabastecimento de itens como aventais e algodão no Centro de Saúde Maria Madalena Teodoro, do Bairro Lindeia, no Barreiro; vacinas contra o vírus da varicela, no Centro de Saúde Etelvina Carneiro, na região Norte da capital; e baixa qualidade dos insumos para procedimentos odontológicos em toda a rede municipal, entre outros relatos. Confira o resultado completo da reunião.

Condições de trabalho insuficientes

De acordo com o Dr. Bruno Pedralva (PT), autor do Requerimento de Comissão 226/2025, além da baixa qualidade de adesivos e resinas utilizadas em atendimentos odontológicos, os dentistas se veem obrigados a tirar do próprio salário para prestar um serviço satisfatório. “Conforme relato, há quatro anos não são fornecidos anestésicos tópicos, obrigando os profissionais a adquirirem esses materiais por conta própria”, afirma.
 
No documento, o vereador pede esclarecimentos sobre como estão sendo aplicadas as verbas federais recebidas pelo Município para a área da saúde bucal, se há previsão de melhora da qualidade dos insumos e se existe algum canal de denúncia para que os profissionais relatem problemas sem sofrer retaliações. “Quais medidas estão sendo tomadas para garantir que os novos profissionais concursados não desistam de seus cargos devido às condições de trabalho?”, questiona. 

Falta de itens básicos

Segundo Pedralva, também foi relatada, pelas equipes do Centro de Saúde Maria Madalena Teodoro, no Bairro Lindeia, a falta de produtos como algodão, atadura para curativo, esparadrapo, seringa, avental e jelco (cateter intravenoso). No Requerimento de Comissão 225/2025, o vereador quer saber a previsão de reposição dos produtos e a razão para seu desabastecimento.

Carência de médicos e vacinas

Já o Centro de Saúde Etelvina Carneiro, na região Norte da capital, estaria sem especialista em ginecologia e sem doses disponíveis de vacina contra o vírus da varicela, doença mais conhecida como catapora. Segundo Rudson Paixão (Solidariedade), a população relatou insatisfação com o atendimento do posto. No Requerimento de Comissão 281/2025, o parlamentar solicita esclarecimentos acerca dos problemas enfrentados e a quantidade de médicos que atendem no local, e ainda pede por melhorias no acesso de pedestres e de veículos ao prédio.

Farmácia popular

Outra falta que motivou pedido de informação ao Executivo é do medicamento nasal Desmopressina Spray, utilizado por pessoas com diabetes insipidus central. A doença consiste na ausência do hormônio antidiurético no organismo, levando a sintomas como sede extrema e vontade excessiva de urinar. De acordo com Pablo Almeida (PL), que assina o Requerimento de Comissão 224/2025, há relatos de que o remédio está em falta na Farmácia Popular de Belo Horizonte. 

Visitas técnicas

Durante a reunião extraordinária, o grupo aprovou ainda a realização de 14 visitas técnicas a centros de saúde da capital, além da Gerência de Vigilância Sanitária Norte, do Hospital Metropolitano Doutor Célio de Castro e do Centro de Especialidades Odontológicas Centro-Sul. O objetivo da Comissão é fazer vistorias em todos os centros de saúde da cidade e conhecer as demandas de usuários e funcionários.

Audiências públicas

Foi definida para 12 de março, às 13h, a data da audiência pública sobre políticas para pessoas com diabetes e o veto do presidente Lula ao Projeto de Lei 2.687/2022, que buscou classificar quem tem diabetes mellitus tipo 1 como pessoa com deficiência para todos os efeitos legais no país. Para Cláudio do Mundo Novo (PL), solicitante do encontro, a atitude desconsiderou a realidade e os desafios enfrentados por esse público, “incluindo o alto custo dos insumos e medicamentos, as complicações associadas e o impacto psicológico e social”. O plenário onde será realizada a reunião ainda não foi divulgado.

Outras audiências públicas também foram agendadas na reunião, previstas para 26 de fevereiro, 28 de maio e 24 de setembro deste ano. O objetivo é que o gestor do SUS do Município apresente relatório detalhado referente ao 3° quadrimestre de 2024, 1° quadrimestre de 2025 e 2° quadrimestre de 2025, respectivamente. Os encontros são abertos ao público. Mais informações podem ser obtidas no Requerimento de Comissão 308/2025.

Assista à reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

2ª Reunião Extraordinária: Comissão de Saúde e Saneamento