SAÚDE

Comissão de Saúde e Saneamento discute leishmaniose

Comissão de Saúde e Saneamento discute leishmaniose No dia 22 de abril, às 13 horas, a Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara Municipal de Belo Horizonte realizou uma audiência pública para discutir e divulgar informações sobre medidas de combate à leishmaniose no município. A reunião foi uma solicitada pelos vereadores Luzia Ferreira (PPS), presidente da Casa, e Iran Barbosa (PMDB).
quarta-feira, 22 Abril, 2009 - 21:00
Comissão de Saúde e Saneamento discute leishmaniose No dia 22 de abril, às 13 horas, a Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara Municipal de Belo Horizonte realizou uma audiência pública para discutir e divulgar informações sobre medidas de combate à leishmaniose no município. A reunião foi uma solicitada pelos vereadores Luzia Ferreira (PPS), presidente da Casa, e Iran Barbosa (PMDB).
Participaram da reunião, representantes da Gerência de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde, de  entidades  protetoras dos animais e os vereadores Fred Costa (PHS), Alberto Rodrigues (PV), Reinaldo ‘Preto do  Sacolão’ (PMDB).

Luzia Ferreira disse estar preocupada com a expansão da doença. “Sabemos que a leishmaniose está em expansão em Belo Horizonte, principalmente no chamado eixo  Norte, compreendendo as regiões  Leste, Norte, Nordeste e Venda Nova”, afirmou.

A parlamentar revelou que os vereadores recebem e-mails e são procurados durante as reuniões de mandato, por moradores que pedem informações sobre a leishmaniose, medidas de combate e como proceder com relação ao cachorro. “Eles dizem que a prefeitura demora a aparecer para fazer o controle e que não sabem se o animal está ou não doente. Esses são os motivos da audiência. Queremos conhecer os mecanismos de controle usados pela Prefeitura”, falou a presidente da Câmara.
Vanessa de Oliveira e Silvana Tecles Brandão, da Gerência de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, explicaram que o trabalho de combate à leishmaniose da Prefeitura de Belo Horizonte segue as diretrizes do Ministério da Saúde. De acordo com as funcionárias, o trabalho envolve diferentes setores e possui três linhas de atuação: assistência ao paciente humano, controle do vetor e atenção ao reservatório canino.

“O combate ao mosquito na fase de larva, como é feito com a dengue, por exemplo, é difícil de ser feito, porque  os ovos são depositados no solo e é lá, no meio de folhas e detritos que as larvas se desenvolvem. Então precisamos combater o mosquito na fase adulta, usando o controle químico,” explicou Vanessa Oliveira.

Entidades de proteção dos animais reclamaram do extermínio dos cães infectados, medida determinada pelo Ministério da Saúde. De acordo com Vitor Ribeiro, professor da PUC-Minas e mestre em Epidemiologia, do ponto de vista técnico, o tratamento dos animais é viável e o extermínio não ajuda na contenção da doença.
Diante da complexidade do assunto, da  falta de informações sobre a doença e os métodos de combate e das polêmicas em relação à prevenção da leishmaniose, os participantes decidiram  marcar uma nova reunião, em data ainda a ser determinada, para   definir questões como tratamento ou eutanásia para os cachorros, medidas preventivas e campanhas de esclarecimento e educação  junto à população.

Leishmaniose

A leishmaniose visceral já foi caracterizada como uma doença rural, mas nos últimos 20 anos tem se desenvolvido sobretudo nos  centros urbanos, principalmente devido ao elevado número de cachorros (hospedeiros do vetor).

A doença é transmitida pelo flebótomo, também conhecido como mosquito palha,  birigui ou tatuquiras. O inseto se reproduz em locais com muita matéria orgânica no solo, como os lugares  de criação de animais (por exemplo, galinheiros e canis).

A leishmaniose ataca o cão, que, na maioria dos casos, precisa ser sacrificado. Mas acomete também o ser humano, podendo levar à morte. No ano passado, 17 pessoas morreram em Belo Horizonte, vitimadas pela doença. Em 2009, foram registrados cinco óbitos.

Informações  na Superintendência de Comunicação Institucional (3555-1105/3555-1216).