ORÇAMENTO E FINANÇAS

Penalização dos atos de arrastar animais e vilipendiar cadáver será discutida em audiência

Audiência visa a embasar o parecer sobre projeto que insere essas práticas na legislação pertinente e institui penalidades aos infratores

quarta-feira, 27 Dezembro, 2023 - 16:30

Foto: Karoline Barreto/ CMBH

Na última reunião de 2023, nesta quarta-feira (27/12), a Comissão de Orçamento e Finanças Públicas aprovou a realização de audiência pública para discutir o Projeto de Lei 725/2023, de Miltinho CGE (PDT), que acrescenta os atos de conduzir ou arrastar animal preso a veículo em movimento, motorizado ou não, com uso de corda, coleira ou quaisquer outros meios, entre as formas de maus tratos e crueldade definidos na legislação, e institui multa para quem vilipendiar cadáver de animal. Solicitada pela relatora do PL, Marilda Portela (Cidadania), a obtenção do posicionamento dos órgãos pertinentes irá subsidiar a emissão do parecer sobre aspectos financeiros da matéria, como o cálculo dos valores das multas. Também em 1º turno, recebeu parecer favorável o PL 707/2023, de Rubão (PP), que institui a campanha permanente para prevenção, diagnóstico e tratamento da depressão, transtornos de ansiedade e de pânico. Encerrada a primeira etapa da tramitação, a proposição já pode ser incluída na pauta do Plenário.

Para coibir esses atos no município, o PL 725/2023 acrescenta a prática de “exercitar, conduzir ou arrastar animal preso a veículo em movimento, motorizado ou não, com uso de corda, de coleira, de corrente ou de quaisquer outros meios” ao art. 4° da Lei 8.565/2003, que define maus tratos e ação cruel contra o animal, sujeitando o infrator a multa e apreensão do animal. Para garantir a disposição adequada e a dignidade do animal morto, o texto adiciona dispositivo que classifica que o vilipêndio do cadáver ou cinzas como infração administrativa, sujeita a multa de R$200,00, aumentada de um terço à metade se o ato causar danos ao meio ambiente.

O autor do projeto menciona, em sua justificativa, os “casos estarrecedores” de maus tratos em que a pessoa, para livrar-se do cão, o amarra ao veículo e o arrasta, o que “não só leva o animal a óbito, mas o faz de maneira lenta e dolorosa, configurando os níveis mais altos de crueldade que se pode imaginar”. Miltinho CGE ressalta ainda que o artigo 225 da Constituição Federal incumbe ao poder público o dever de proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

O parlamentar ressalta ainda a ausência de remorso ou receio das consequências por parte dos infratores, que praticam essas condutas abertamente, na frente de todos que transitam nas vias públicas, e manifesta a esperança de que sua inclusão expressa na legislação de proteção animal, com previsão de responsabilização e penalização, sirva para conscientizar a população e desencorajar futuras ocorrências.

Correção dos valores

Ponderando que, ao determinar o aumento da pena de um terço à metade em caso de danos ao meio ambiente, o autor não encontrou um parâmetro definido para aplicação de correção dos valores, a proposta de diligência solicita que a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão se manifeste sobre a majoração apresentada e, caso seja necessário, apresente uma proposta para melhor ação do município para aplicação da penalidade, com objetivo de evitar toda a tramitação legislativa para simples clareza do dispositivo.

O PL obteve o aval da Comissão de Legislação e Justiça, que atestou sua constitucionalidade e legalidade, e pareceres favoráveis das Comissões de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana e de Administração Pública, e aguarda apenas o parecer da Comissão de Orçamento antes de seguir para o Plenário em 1º turno, onde a aprovação exige o voto favorável de, no mínimo, a maioria dos presentes. Até o momento, o texto não recebeu emendas.

Saúde mental

Também em 1º turno, recebeu parecer pela aprovação o PL 707/2023, que institui campanha permanente sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da depressão, transtornos de ansiedade e de pânico. Proposta por Rubão (PP), a medida visa a garantir a realização de ações educativas sobre o tema, a difusão de informações a respeito do diagnóstico precoce, dos tratamentos disponíveis na rede municipal de saúde e do combate ao preconceito às pessoas afetadas por essas doenças, que comprometem a qualidade de vida e podem gerar consequências graves, como a automutilação e o suicídio. 

O parecer de José Ferreira (PP) menciona a justificativa do PL, segundo a qual o suicídio é a terceira principal causa externa de mortes no país (cerca de 12 mil casos todos os anos, conforme o Ministério da Saúde), e que 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, especialmente a depressão. Considerando que a medida “reúne em uma mesma ação o cumprimento de várias legislações já existentes”, o relator entende que o PL “está perfeitamente compatível com as proposições do plano diretor, plano plurianual e lei de diretrizes orçamentárias” do municipio.

O PL 707/2023 obteve o aval das Comissões de Legislação e Justiça (com apresentação de emenda); Saúde e Saneamento; e Administração Pública. Encerrada a primeira etapa da tramitação, o PL está pronto para ser votado no Plenário, sujeito ao quórum mínimo da maioria dos membros da Câmara (21). Se for aprovado, retornará às Comissões para análise da emenda 1

Balanço dos trabalhos

Lembrando que esta foi a última reunião deste ano, o presidente da Comissão de Orçamento e Finanças Públicas, Cleiton Xavier (PMN), destacou o debate e o acompanhamento da execução do orçamento municipal, de mais de R$ 17 bilhões, e apontou como maior desafio do próximo ano a fiscalização de um orçamento que ultrapassa R$ 20 bilhões, em ano de eleições municipais. 

O vice-presidente, José Ferreira, ressaltou a discussão e aprovação de vários requerimentos e projetos de lei em 2023 e afirmou que a experiência e o aprendizado adquridos durante o ano serão colocados em prática em 2024, em que presidirá o colegiado. Elogiando a atuação do atual presidente e dos colegas, ele agredeceu o apoio de todos e assegurou sua dedicação e empenho para que os temas da comissão continuem a ter um bom andamento, em benefício da população e da cidade.

Superintendência de Comunicação Institucional

45ª Reunião Ordinária: Comissão de Orçamento e Finanças Públicas