Falha de internet em grandes eventos demanda esforço conjunto para solução
Vereador se comprometeu a procurar operadoras para que problema seja sanado. Ausência de sinal atrapalha empresários e consumidores
Foto Karoline Barreto/CMBH
Checagem de ingressos, venda de bebidas e comidas, transporte por aplicativo. A maioria dos serviços atuais é informatizada e requer a transmissão contínua de dados de telefonia móvel. Em eventos que reúnem muitas pessoas, a grande quantidade de aparelhos celulares sobrecarrega o sistema e gera indisponibilidade dos serviços, trazendo prejuízos para consumidores e empresários. A frequência com que os serviços de telefonia celular ficam indisponíveis em eventos em Belo Horizonte e as soluções para esse problema foram discutidas em audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor nesta segunda-feira (11/7). Solicitado por Léo (União), o evento contou com especialista e empresários, que consideraram ser importante tomar medidas para contornar o problema. Junto com o vereador de Contagem, Carlin Moura (PSB), e empresários, Léo disse que irá entrar em contato com as operadoras de telefonia celular em busca de uma solução para a questão.
Bella Gonçalves (Psol) disse que o tema é importante, pois quem vai a "eventos de grande porte não consegue se comunicar”. Léo explicou que a audiência tem o objetivo de discutir os serviços de telefonia celular em grandes eventos como jogos de futebol e defender o direito do consumidor de Belo Horizonte, garantindo-lhe um reforço no fornecimento de dados em jogos e espetáculos com grande público. O vereador afirmou que quando um cidadão vai a espetáculos ou a eventos com mais de 5 mil pessoas e tenta utilizar aplicativos ou postar nas redes sociais via telefone celular, não consegue em decorrência de problemas de conexão. “É preciso haver um reforço na infraetrutura, algo relativamente simples”, defendeu
A procura por uma solução para o problema junto aos empresários do setor de telecomunicações foi sugerida por empresários e por Leonardo Roscoe, diretor de Infraestrutura da Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel). Roscoe explicou que a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte oferece wi-fi em locais de maior visitação na capital mineira, não pensando em grandes aglomerações, e não tem como intervir em eventos privados. Ele afirmou que garantir a velocidade de transmissão de dados é uma questão de adequação da quantidade de dados para a quantidade de gente no local. “Ou o organizador do evento oferece wi-fi ou as operadoras oferecem. Todos nós pagamos por esse serviço”, disse.
Estádios
Carlin Moura disse que vai ao Estádio Independência e fica desconectado do mundo, com a sensação de que voltou ao século XIX, pois o sinal de telefonia some. O mesmo acontece em outros eventos com muitas pessoas, seja em outras arenas esportivas, seja em espaços destinados a festas e espetáculos para grandes públicos. O vereador contou que apresentou um projeto de lei sobre o tema na Câmara Municipal de Contagem e afirmou que a falta do sinal é um descumprimento ao direito do consumidor. Ele aponta que o contrato de telefonia das operadoras de celular não condiciona a disponibilização de sinal ao número de pessoas presentes em um mesmo evento e, assim, o cliente teria o direito ao serviço contratado, independentemente da quantidade de pessoas conectadas ao seu redor.
A legislação sobre o tema foi citada por Léo. Ele mencionou a Lei Federal 8.987/95, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal. O verador também citou a Lei Federal 9472/97 , que assegura a qualidade do serviço em qualquer ponto da capital. De acordo com a lei, o serviço pode ser suspenso por débito. "O consumidor está cumprindo a sua parte, a empresa de telefonia não está", disse.
O produtor e consumidor de eventos e jogos de futebol, Leo Stallone afirma ter tido que contratar serviço particular de transmissão de dados para evento realizado recentemente no Mineirão. Stallone também contou que, em casa de eventos aberta por ele no Vila da Serra, por mais de uma vez o trabalho foi inviabilizado pela falta de internet. Consumidor de grandes shows, Leo Stallone também pediu atenção para a indisponibilidade de internet nesse tipo de evento. Ele também sugeriu um incentivo para que as empresas de telefonia celular reforcem a disponibilidade de wi-fi em eventos de grande porte.
A indisponibilidade de wi-fi no Mineirão para os frequentadores do local foi ressaltada pela produtora de enventos Patrícia Filizzola. Ela frequenta o espaço devido a eventos do Clube Atlético Mineiro e, em 2019, houve momentos em que não conseguiu se comunicar via celular por ausência de sinal. Filizzola afirma que, para solicitar transporte via aplicativo de celular, as pessoas têm que ir embora antes ou depois do final do evento, caso contrário, não conseguem conexão adequada. Ela classifica a situação como "surreal".
Encaminhamentos
Como encaminhamentos, Léo apresentou pedido de informação questionando por que os consumidores não estão conseguindo acessar pacotes de dados nos grandes jogos e eventos de Belo Horizonte; e qual a solução para esse problema. O parlamentar propôs a Carlin Moura que, em conjunto com os promotores de eventos, busquem uma solução para a falta de sinal em grandes eventos junto às operadoras de celular. Moura concordou e afirmou ter certeza que com a atuação proposta os serviços prestados pela telefonia vão melhorar. Léo concluiu dizendo que as empresas de telefonia celular têm interesse em vender dados móveis e querem participar da solução das questões levantadas. “’É de interesse delas também resolver esse problema”, afirmou.
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