Vereadoras vão debater exposição excessiva de crianças na internet
Conhecida por 'sharenting', a prática exporia menores ao risco; baixo índice de vacinação entre grávidas e puérpuras é questionado
Foto: Bernardo Dias/CMBH
Preocupada com a exposição de crianças e adolescentes ao risco, em razão do compartilhamento excessivo de suas imagens nas redes sociais, a Comissão de Mulheres aprovou, na manhã desta sexta-feira (27/8), a realização de uma audiência pública para debater o tema. O colegiado quer discutir os possíveis impactos da prática do 'sharenting', que seria a exibição imoderada de fotos e vídeos dos filhos pelos próprios pais na internet. O encontro está agendado para o dia 3 de setembro, às 10h, no Plenário Helvécio Arantes. Ainda no encontro desta manhã, a Comissão acatou um pedido de informações sobre a baixa vacinação contra a covid-19 entre grávidas e puérperas da cidade. O requerimento pergunta se esses números estariam ligados à exigência do Município da prescrição médica para a aplicação do imunizante. Confira aqui o resultado completo da reunião, que também realizou audiência pública sobre os desafios ainda presentes após 15 anos da Lei Maria da Penha.
Direito à privacidade
Termo criado por um jornalista do The Wall Street Journal, em 2012, ‘sharenting’ é um neologismo que une as palavras share (do verbo “compartilhar”, em inglês) e parenting (termo referente à parentalidade, à função de ser pai e mãe). A expressão reflete uma preocupação sobre a exposição e o compartilhamento de imagens de crianças e adolescentes, considerados excessivos, na internet.
Segundo Fernanda Pereira Atoé (Novo), uma das signatárias do pedido de audiência, o assunto ainda é relativamente recente e precisa ser debatido e amplificado, especialmente porque, durante a pandemia, este hábito teria se amplificado, já que as famílias ficaram fortemente expostas às telas. “As pessoas vivem em função do número de likes. É uma exposição perigosa que pode ter reflexos mais tarde, até para a autoestima, porque o adolescente não lida com isso como uma pessoa adulta. Temos casos recentes de suicídios onde eles não conseguiram lidar com esta realidade”, contou Fernanda, que disse ter ficado mais atenta ao debate após ler um artigo da psicóloga belo-horizontina Renata Borja, que alerta que os riscos vão de roubo de identidade a alvo de sequestros e pedófilos.
Além de Fernanda, assinam o pedido de audiência as vereadoras Flávia Borja (Avante), Marcela Trópia (Novo), Marilda Portela (Cidadania), Nely Aquino (Pode) e Professora Marli (PP). O encontro será no dia 3 de setembro, às 10h, no Plenário Helvécio Arantes, e terá transmissão simultânea pela internet.
Também na pauta da reunião, foi aprovado pela Comissão, um pedido de informações dirigido ao secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto. De autoria das vereadoras Bella Gonçalves (Psol) e Iza Lourença (Psol), o objetivo da solicitação é obter dados mais detalhados sobre a vacinação contra a covid-19 para gestantes e puérperas da cidade.
De acordo com as parlamentares, a Prefeitura estima que existam quase 26 mil gestantes e puérperas em BH. Deste total, 14.774 foram imunizadas com a primeira dose, e 2.938 com duas doses, conforme o Boletim Epidemiológico e Assistencial - 340/2021, divulgado pela PBH em 24 de agosto. Diante destes dados, Bella e Iza questionam:
- Como a secretaria municipal de Saúde analisa os dados expostos acima?
- O que será feito para aumentar o número de gestantes e puérperas vacinadas?
- Existe uma relação entre as exigências de que as gestantes comprovem a prescrição médica para a vacinação e os baixos números de imunização entre elas?
- A secretaria pretende realizar a busca ativa para vacinação das gestantes e puérperas?
- Quantas mulheres gestantes e puérperas se inscreveram no cadastro aberto em 24 de agosto (que permanece até o dia 2 de setembro)?
- Este número é o esperado pela Secretaria?
Assista ao vídeo com a íntegra da reunião.
Superintendência de Comunicação Institucional