Comissão pede informações sobre falta de pediatras nos centros de saúde

A partir de visitas técnicas a centros de saúde da capital e de relatos de usuários, a Comissão de Saúde e Saneamento constatou que faltam médicos nas unidades. A situação motivou a aprovação, nesta quarta-feira (24/11), de dois questionamentos à Secretaria Municipal de Saúde sobre a ausência de pediatras e de médicos generalistas e especialistas nos centros de saúde e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Barreiro, onde os pacientes chegam a esperar por horas sem garantia de atendimento. A comissão também registrou o recebimento de resposta sobre questionamentos a respeito dos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) de Belo Horizonte. Confira aqui o resultado completo da reunião. 

 

A pedido de Wilsinho da Tabu (PP), a comissão vai perguntar ao secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, por que faltam pediatras nas unidades, situação observada in loco durante visitas técnicas. Requerimento de Wanderley Porto (Patri) também questiona o secretário sobre a falta de médicos generalistas e especialistas e a demora nos atendimentos da UPA Barreiro. O vereador afirma ter recebido denúncias de vários moradores e usuários da UPA Barreiro que ficaram quase 24 horas na unidade sem receberem atendimento médico, e de mães e pais indo buscar outro local para atendimento de seus filhos devido à ausência de pediatra. De acordo com Porto, os usuários da referida UPA estão submetidos a longas e exaustivas filas de espera sem garantia de atendimento. A Secretaria de Saúde deverá responder quantos pediatras trabalham da unidade e qual o tempo médio de espera entre um atendimento e o outro. Além disso, o requerimento solicita a escala de trabalho de todos os profissionais da UPA, incluindo a noturna, de finais de semana e feriados.

 

 

Também foi recebida resposta da Subsecretaria de Atenção à Saúde a pedido de informação apresentado por José Ferreira (PP) sobre os SRTs de Belo Horizonte. O vereador solicitou dados detalhados sobre as 33 residências terapêuticas existentes, como endereço, telefone, quantidade de pessoas residentes e forma de seleção dos integrantes. Na resposta, a secretária adjunta da subsecretária de Atenção à Saúde, Taciana Malheiros Lima Carvalho, informa que o SRT é um equipamento da Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS) caracterizado por moradias inseridas no espaço urbano destinadas ao acolhimento de pessoas com transtornos mentais graves. Os moradores são, prioritariamente, cidadãos egressos de longa internação em hospitais psiquiátricos ou de custódia cuja ausência de suporte familiar ou social permitem sua reinserção social.

 

Carvalho conta que os SRTs têm, atualmente, 235 moradores distribuídos em 33 casas, egressos de sete locais, entre eles as Clínicas Nossa Senhora de Lourdes e Serra Verde, os Hospitais Galba Veloso e Sofia Feldman e o Instituto Raul Soares, além de cidadãos que decorrem de abandono familiar em Centros de Referência em Saúde Mental.  Ela explica que a inserção da pessoa com transtorno mental grave nos SRTs é uma construção da Rede de Atenção Psicossocial, que trabalha previamente todas as condições para a construção da autonomia desses sujeitos, e a tentativa de resgate e fortalecimento do vínculo social e familiar. Identificada a impossibilidade de moradia autônoma e a inexistência ou impossibilidade do resgate ou fortalecimento de vínculos, é iniciada a identificação de qual das casas apresenta perfil compatível com a pessoa atendida. A pessoa realiza visitas paulatinas para que possa se integrar na futura moradia e com seus colegas. A gestora enumera os 33 endereços de Serviços Residenciais Terapêuticos de Belo Horizonte, com nome, endereço e telefone de contato. 

 

Estiveram presentes os seguintes membros efetivos da comissão: Dr. Célio Frois (Cidadania), Bim da Ambulância (PSD), Léo (PSL), José Ferreira e Cláudio do Mundo Novo (PSD).