Metas da Belotur para 2023 incluem apoio a grandes eventos e volta de city tour
Audiência pública foi para conhecer projetos do turismo que podem receber recursos por meio de emendas parlamentares impositivas
Foto: Karoline Barreto/CMBH
As prioridades da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte S/A (Belotur) para 2023 foram apresentadas em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, nesta quinta-feira (15/9). Divididas em eixos temáticos, as ações incluem a elaboração de plano de destino turístico inteligente (DTI), com pesquisa de demanda e monitoramento de parques, museus e condições de mobilidade; retomada dos ônibus que circulavam em pontos turísticos desde a Praça do Papa até a Lagoa da Pampulha; e apoio a grandes eventos de entretenimento, como Carnaval, Arraial de Belô e festivais gastronômicos. As iniciativas podem receber reforço por meio de emendas parlamentares impositivas ao Orçamento Municipal, por isso a comissão tem realizado reuniões para conhecer os projetos da Prefeitura nas áreas de atuação do colegiado. Marcela Trópia (Novo), que solicitou a audiência junto com Professora Marli (PP), sugeriu investimentos em eventos esportivos e maior divulgação das ações de turismo.
Marcela explicou que, ao conhecerem os projetos que precisam de financiamento, será mais fácil para os parlamentares fazer emendas por meio do orçamento impositivo. “A ideia desta apresentação é facilitar para que os vereadores conheçam o portfólio da PBH, entendendo que vocês estão cheios de projetos precisando de recursos´”, afirmou.
O presidente da Belotur, Gilberto Castro, fez um apanhado do trabalho desenvolvido desde 2017 e afirmou que a orientação do prefeito Fuad Noman (PSD) é trabalhar para ter uma cidade feliz, uma cidade mais viva e, nesse sentido, o turismo é uma ferramenta muito importante. Ele apresentou em detalhes a proposta de atuação da empresa que pretende retornar aos indicadores de turismo anteriores à pandemia, considerando a ocupação hoteleira, movimento nos aeroportos e bares, arrecadação de ISS, entre outros.
Potencial lucrativo
Embora reconheça que não é papel do poder público, e sim da iniciativa privada, fomentar o turismo na cidade, Gilberto ressaltou que, até que isso aconteça, a Prefeitura deverá trabalhar para criar um mercado e mostrar para o empreendedor que explorar a cidade turisticamente pode ser uma atividade lucrativa. “O grande desafio é mostrar para a iniciativa privada que existem mercados que ainda precisam ser explorados”, afirmou. Ele destacou que, sem o apoio do empreendedor, não adianta o poder público fazer roteiro turístico e que “o belo-horizontino precisa aprender a vender a sua cidade”.
Segundo o presidente da Belotur, internamente o município vai trabalhar com um plano de destino turístico inteligente (DTI), com pesquisa de demanda turística, e monitoramento. Desta forma, serão observados aspectos como infraestrutura de praças, parques, museus e até mesmo mobilidade urbana, de forma a atrair o interesse tanto do turista como do munícipe, pois “uma cidade boa para o cidadão também é uma cidade boa para o turista”.
Além da necessidade de criar mercado, Gilberto também salientou o desejo de retornar com programas que ele julga importantes para o desenvolvimento do turismo na cidade, como por exemplo, os ônibus que circulavam em pontos turísticos desde a Praça do Papa até a Lagoa da Pampulha. Ele destacou que existem na cidade projetos semelhantes desenvolvidos por particulares que levam turistas, a pé, para conhecer a história do Bairro Lagoinha; ou de bike, para conhecer projetos arquitetônicos que merecem destaque na capital.
Capital do entretenimento
De acordo com o responsável pela empresa de turismo, BH ainda é muito conhecida pelo turismo de negócios ou ligado às cidades históricas do entorno, mas, na realidade, os eventos de entretenimento já superaram em muito os de negócios. Ele pediu apoio aos parlamentares para ajudar a disseminar o entendimento de que os eventos de entretenimento trazem barulho, porém são importantes para a cidade e para a economia.
Gilberto explicou que a Belotur trabalha com cinco grandes eixos temáticos: 1) Fortalecimento institucional de governança; 2) Inteligência de mercado e inovação; 3)Desenvolvimento e qualificação turística; 4) Desenvolvimento do posicionamento e promoção; e por fim, 5) Realização e fomento de eventos.
O primeiro eixo engloba o Conselho Municipal do Turismo (Comtur); a rede de gestores do Carnaval; o Comitê Gestor de Gastronomia e a realização da 1ª Conferência Municipal de Turismo, que deve acontecer em dezembro deste ano ou em janeiro do ano que vem. O Plano de Destino e Turismo Inteligente, a pesquisa de demanda turística e o monitoramento estão presentes no eixo de Mercado e inovação e estão ligados ao conceito de cidade inteligente e sustentável.
O terceiro eixo é um desafio, pois trabalha a infraestrutura turística. Isso requer disponibilização de local para estacionamento dos ônibus de turismo, cuidado com praças, com museus e tantos outros equipamentos que podem ou não serem públicos. Gilberto citou a preocupação com a sinalização interpretativa da Pampulha que “está muito degradada”. Ele também anunciou que a Belotur vai investir mais uma vez no ônibus turístico, na expectativa de que a atividade possa ser sustentável. Para isso, a ideia é usar o terceiro andar da Estação da Pampulha para que o empreendedor possa explorar lojas de conveniência e, a partir daí, conseguir uma receita positiva e manter o serviço de transporte funcionando.
Já a promoção da cidade como destino turístico envolve ações internas e externas, como participação em feiras, exploração do Portal Belo Horizonte, fomento de city tours e o que o presidente da Belotur chamou de cardápio de experiências (passeios, sensações, culinária, paisagens, e/ou apresentações artísticas inesquecíveis) que devem ser oferecidas aos turistas. Por fim, o último eixo aborda eventos de grande potencial turístico como o Carnaval e o Arraial de Belo Horizonte, além do edital Quatro Estações, que fomenta eventos de potencial turístico e apoio institucional com grande destaque para os eventos gastronômicos.
Eventos de esporte e divulgação
Marcela Trópia sugeriu que BH invista em mais eventos esportivos, utilizando inclusive a estrutura do Mineirinho e promovendo maratonas na cidade. Ela se queixou da falta de uma rede social que concentre todas essas informações e revelou que recorre a outros perfis para saber dos eventos da cidade. A vereadora citou a experiência de Buenos Aires, onde os city tours são explorados pela iniciativa privada com ônibus saindo diariamente e com horários marcados. Ela quer saber se em BH também poderia ser usado o mesmo modelo de negócios. Gilberto explicou que o city tour da Pampulha é uma experiência antiga na cidade, mas que não se sustentou por muito tempo. Ele afirmou que a proposta é retornar com esse modelo e conseguir um parceiro para explorar o serviço de uma forma sustentável.
Por fim, a parlamentar quis saber se existe algum plano para usar as Estações José Cândido da Silveira e São Gabriel como ponto de embarque e desembarque de passageiros da Buser - empresa de ônibus por aplicativo que pretende dobrar as operações em Minas Gerais. A medida, segundo ela, seria uma maneira de fomentar a atividade e garantir a segurança do cidadão. De acordo com Gilberto, não há ainda planos para realização deste tipo de operação, mas já há uma preocupação por parte do município com a questão.
Satisfeita com as propostas, Professora Marli afirmou que torce para o retorno do ônibus turístico de dois andares na Pampulha que, segundo ela, deveria sair com horário marcado todos os dias: “Seria um bom cartão de visitas”.
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