Vereadores cobram intervenções imediatas no Anel Rodoviário
Construção de áreas de escape e limitação do tráfego de caminhões em horários de pico seriam alternativas para reduzir acidentes
Foto: Rafa Aguiar/ CMBH
Um dos principais gargalos na segurança viária da capital, o Anel Rodoviário Celso Mello Azevedo recebe um fluxo de mais de 160 mil veículos e registra acidentes diariamente. Em grande medida, a circulação de caminhões seria um importante fator de risco, uma vez que trafegam com excesso de carga, problemas nos freios e motoristas sem descanso. As denúncias foram apresentadas por usuários da via e parlamentares, em audiência pública realizada pela Comissão Especial de Estudo - Anel Rodoviário, criada para avaliar a situação da via.
Responsável pela administração de um trecho da rodovia, a concessionária Via 040 afirmou que a competência da empresa, conforme previsto em contrato, limita-se à manutenção da via, como recapeamento e podas nas marginais. Nesse sentido, a empresa afirmou que tem atuado na revitalização do trecho concedido e tem percebido uma redução no volume de acidentes.
Também a Polícia Militar garantiu que tem atuado, na sua área de competência, para minimizar os acidentes no Anel. A corporação explicou que disponibiliza efetivo específico para o atendimento aos usuários, em todos os trechos da via, no prazo de até 10 minutos a partir do chamado. O órgão afirmou que realiza fiscalizações regulares, mas alertou para as limitações que enfrenta para efetiva penalização dos infratores. “Não temos balanças nas rodovias. Não é possível, portanto, verificar o excesso de carga dos caminhões, ainda que estejam aparentemente em risco”, denunciou o comandante do 1º Pelotão da 1ª Companhia do Batalhão da Polícia Militar Rodoviária, tenente Pedro Henrique Barreiros.
“A maior causa de acidentes nas rodovias é a imprudência dos motoristas”, alertou o vereador Wesley Autoescola (PHS), lembrando que muitos desrespeitam a sinalização e o limite de velocidade, assim como deixam de fazer as revisões nos automóveis e dirigem sem plenas condições físicas. “É preciso fazer a manutenção das vias e criar alternativas para minimizar os danos, no entanto, é fundamental que se façam campanhas de conscientização dos motoristas”, defendeu o parlamentar.
Próximos passos
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) garantiu que realizará uma campanha nacional de educação para o trânsito em anéis rodoviários. No entanto, o órgão afirmou que não tem competência legal para fiscalizar e monitorar o trânsito, apenas o transporte.
“A burocracia dos diversos órgãos gestores sempre justifica a inação do poder público. Parecem apenas gerenciar problemas emergenciais e não iniciar ações de longo prazo para solução dos gargalos”, lamentou Paulo Gomides, usuário da via e morador do Bairro Buritis. Autor do requerimento para a audiência, o vereador Irlan Melo (PR) destacou que o grande desafio para implementar soluções é conquistar a vontade política do Poder Executivo. “São 50 anos sem nenhum tipo de intervenção no Anel. Precisamos fazer essa discussão e apresentar as sugestões. Vamos insistir”, garantiu o parlamentar.
Como alternativas, foram propostas mudanças na circulação, limitação do acesso de veículos de carga em horários de pico e a realização de obras em diversos trechos da via. As intervenções previstas incluem a ampliação da capacidade de fluxo em alguns trechos com estreitamento, assim como a criação de áreas de escape nos trechos de declive acentuado. As sugestões devem ser apresentadas ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, em reunião da comissão a ser agendada em Brasília. Os parlamentares devem solicitar à pasta também a alteração nos contratos de concessão da rodovia, de forma a permitir que a empresa realize as obras necessárias. A comissão acionará, ainda, o Ministério do Trabalho, solicitando informações sobre a fiscalização do cumprimento de jornadas exaustivas por motoristas de caminhões.
Superintendência de Comunicação Institucional
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