Vereadores visitarão Zoológico de BH para verificar condições de animais
Mortes de leoa e chimpanzé levantaram dúvidas sobre protocolos de manejo
Fotos: Juan Espanha/PBH
A Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana aprovou, em reunião extraordinária desta quarta-feira (26/11), visita técnica às instalações da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, no Zoológico de Belo Horizonte. O objetivo é verificar in loco os procedimentos adotados em relação aos cuidados com os animais. O presidente do colegiado, Wanderley Porto (PRD), um dos autores do requerimento, explicou que estavam marcadas outras duas visitas em dias e horários diferentes ao mesmo local, e que “para facilitar” os parlamentares decidiram juntar os dois procedimentos em um único dia. A nova data está marcada para o dia 1º de dezembro (segunda-feira), com ponto de encontro na Avenida Otacílio Negrão de Lima, 800, na portaria principal do zoológico. Além de Wanderley Porto, assinam o novo pedido Sargento Jalyson (PL) e Osvaldo Lopes (Republicanos).
Mortes investigadas
A leoa Pretória e a chimpanzé Kelly morreram com um dia de diferença, após passarem por procedimentos com uso de anestesia no zoológico. Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que foi aberto um processo de investigação interna para apurar as causas dos óbitos. Segundo a PBH, uma comissão de sindicância será responsável pela análise de documentos técnicos e procedimentos realizados, a fim de verificar se houve eventuais falhas nas condutas adotadas. O prazo para conclusão dos trabalhos é de 30 dias, chegando a meados de dezembro, podendo ser prorrogado pelo mesmo período, caso necessário.
Além disso, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica também estaria em contato com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) para averiguar a possibilidade de recolhimento do lote de anestésicos utilizados nos procedimentos. O intuito é identificar possíveis alterações, contaminações ou outras irregularidades que possam ter contribuído para as mortes.
De acordo com dados divulgados pela imprensa, o zoológico de BH registrou 273 mortes de animais entre os anos de 2021 e 2025. Desse total, 168 seriam aves. Atualmente, a instituição abriga 3 mil animais de cerca de 200 espécies que, em sua maioria, são resgatados de situações de tráfico ou provenientes de apreensões devido à ilegalidade ou maus cuidados domésticos.
Função fiscalizatória
No requerimento apresentado, os autores destacam a função fiscalizatória da comissão. Sob essa justificativa, cabe ao colegiado acompanhar atos da administração e “verificar se a gestão do zoológico vem sendo conduzida com observância dos critérios de responsabilidade técnica adequada e zelo pela vida do animal sob sua custódia”.
Além das visitas técnicas, em reunião passada, os parlamentares aprovaram um pedido de informação acerca do tema destinado à PBH, à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e à Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica. No pedido, assinado pelos colegas de partido Pedro Patrus, Dr. Bruno Pedralva e Luiza Dulci (PT), os vereadores questionam a quantidade de óbitos registrados no zoológico nos últimos 24 meses, com detalhes sobre espécies, além da causa e da data de ocorrência das mortes. O documento também faz questionamentos sobre protocolos de manejo, supervisão técnica e veterinária e medidas adotadas para reduzir a mortalidade animal. O Executivo tem até o dia 23 de dezembro para enviar os esclarecimentos.
Superintendência de Comunicação Institucional



