Entidade da sociedade civil envia pedido de investigação contra BHTrans
Sugestão de proposição foi feita pela Associação Brasil Legal. Colegiado irá indicar relator que indicará pelo acolhimento ou não
Foto: Bernardo Dias/CMBH
Uma sugestão de proposição para que se investigue ações da BHTrans relacionadas ao sobrepreço de tarifas no transporte público foi recebida na manhã desta quinta-feira, (20/5), durante a primeira reunião da Comissão de Participação Popular realizada na atual legislatura. A proposta, anunciada pela presidente da Comissão, vereadora Macaé Evaristo (PT), é de autoria da Associação Brasil Legal e pede também alterações nas legislações vigentes de modo a proibir que motoristas acumulem cargos de agente de bordo, e que a isenção de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) esteja condicionada à operação de todos os veículos com atuação de motorista e agente. Ainda durante o encontro os parlamentares apreciaram sugestões de proposições feitas por crianças e adolescentes por meio dos projetos de educação para cidadania Câmara Mirim e Parlamento Jovem. Confira aqui o resultado completo da reunião.
Sobrepreço, isenção e acúmulo de funções
A Resolução que cria a Comissão de Participação Popular prevê que a mesma possa realizar o recebimento e a análise de proposição sugerida por entidade associativa da sociedade civil ou oriunda de projeto de educação para a cidadania promovido pela Escola do Legislativo. A proposta recebida durante a reunião é de autoria da Associação Brasil Legal e sugere investigação de ações da BHTrans relacionadas ao sobrepreço de tarifas no transporte público coletivo de Belo Horizonte, além de alterações na Lei 8.224/2001, com o objetivo de proibir que os motoristas de ônibus acumulem cargos de agente de bordo, e na Lei 10.638/2013, com o objetivo de condicionar a isenção de ISSQN à operação de todos os ônibus com atuação de motorista e agente de bordo.
Conforme prevê a resolução, a presidente da comissão deve agora indicar um relator que elaborará um parecer pelo acolhimento ou não da proposição. Antes de emitir o parecer, o relator pode também pedir audiência pública ou mais informações para debater o tema. Caso o parecer do relator seja pelo acolhimento da proposição poderá ser apresentado algum encaminhamento. Por meio de votação, o colegiado deve aprovar ou não o parecer do relator.
Ao debater o recebimento da sugestão mais de um parlamentar lembrou que a proposta pode ser encaminhada à CPI da BHTrans, recentemente criada na Casa. Ainda na reunião, Bella Gonçalves (Psol) colocou seu nome à disposição da presidente para assumir a relatoria da proposta.
Capacitação para a política e Enfermaria para todos
Apresentada pelos participantes do programa Parlamento Jovem, no ano de 2017, a sugestão para capacitação dos professores de todas as disciplinas para auxiliarem os alunos a terem uma base política recebeu do relator, então vereador César Gordim, o parecer pelo não acolhimento. Ao debater a matéria, entretanto, mais de um parlamentar destacou a relevância do tema para autonomia e conscientização para a cidadania dos jovens. Gilson Guimarães (Rede) lembrou que é essencial que este público conheça seus direitos e deveres. “Elas precisam saber como reagir a uma situação de violência dentro de casa, na rua. O que eu posso, e o que eu não posso fazer. Estas informações têm que chegar a eles”, avaliou.
Também Wilsinho da Tabu (PP) considerou que a proposta é pertinente e sugeriu que novo relator fosse designado. A proposta foi então acatada com a unanimidade dos votos dos membros da comissão e a presidente indicou o próprio parlamentar do PP como novo relator.
Outra matéria que recebeu designação de novo relator é a sugestão que cria nas escolas municipais o Programa Enfermaria para todos. De autoria dos participantes do programa Câmara Mirim, em 2018, a proposta prevê a presença de três profissionais da área da saúde para cada escola, que terão a função de prestar atendimento a alunos, professores e funcionários das unidades. Em debate na comissão, o parecer pelo acolhimento feito pelo então vereador Catatau do Povo foi questionado quanto à legalidade e constitucionalidade, uma vez que não prevê fonte de recursos para a sua implementação. Foi avaliado que nova relatoria poderia apontar um caminho diverso, como, por exemplo, a previsão de custeio na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO). Macaé Evaristo designou então a vereadora Iza Lourença (Psol) como nova relatora.
Vigilância eletrônica e psicólogos com foco na mulher
Outras duas sugestões que estavam na pauta da comissão e têm origem nos programas voltados aos adolescentes tiveram parecer pela rejeição. A proposta que cria o sistema de vigilância eletrônica nas escolas, assinada pelos participantes do Câmara Mirim em 2018, foi barrada porque o município já possui texto que regula a matéria, prevista na Lei 10.419/12.
Também a sugestão de proposição que cria nas escolas públicas e privadas programa a ser desenvolvido por psicólogos, voltado ao empoderamento da mulher e o combate ao assédio psicológico à mulher, não teve aval da comissão por tratar-se de matéria contemplada em diversas leis já existentes, como a Lei 11.304/2006 (Lei Maria da Penha) e a Lei 19.440/2011, que instituiu o Dia Estadual de Combate à Violência contra a Mulher.
Além dos parlamentares citados, participaram do encontro as vereadoras Fernanda Pereira Altoé (Novo) e Duda Salabert (PDT), além dos vereadores Helinho da Farmácia (PSD) e Pedro Patrus (PT).
Assista ao vídeo com a íntegra da reunião.
Superintendência de Comunicação Institucional