Previsto para dezembro, novo ponto de captação no Rio Paraopeba será conferido
Construção da estrutura foi uma das compensações exigidas após contaminação do curso dágua por rejeitos da barragem de Brumadinho
Foto Google Maps/2023
Após diversos atrasos nos prazos de conclusão das obras e entrada em operação, a situação atual da nova estrutura de captação de águas no Rio Paraopeba, em Brumadinho, essencial para garantir o fornecimento do recurso em Belo Horizonte, será fiscalizada na próxima terça-feira (21/11) pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana da Câmara Municipal de BH. Requerida por Irlan Melo (Patri), ex-relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou os impactos da tragédia na segurança hídrica da capital em 2019 e da Comissão Especial que se dedicou à questão em 2020, a vistoria tem a finalidade de verificar os andamentos e as estimativas da Vale, responsável pela construção do equipamento, e da Copasa, a quem cabe sua operação. O encontro dos participantes será às 10h, no Clube Aurora, situado à Rua Presidente Getúlio Vargas, 1490, em Brumadinho.
Em janeiro de 2019, após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, pertencente à Vale S/A, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) suspendeu a captação no Rio Paraopeba, responsável por 30% do abastecimento hídrico de Belo Horizonte, em razão da contaminação da água no local. No início de agosto daquele ano, a Vale assinou um termo de compromisso, referendado pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal, comprometendo-se a construir um novo ponto de captação no Paraopeba, principal alternativa à possibilidade de desabastecimento, entre outras ações. O início das obras foi anunciado para outubro, com prazo limite para conclusão em setembro de 2020. Em novembro, as obras foram paralisadas por força de decisão judicial relativa à desapropriação de terrenos na área, derrubada 14 dias depois.
O novo ponto de captação de água no Rio Paraopeba está sendo construído a aproximadamente 12 km acima da antiga estrutura, na zona rural de Brumadinho. Segundo a Vale, a adutora ligará o novo ponto de captação ao sistema de tratamento já existente da empresa, mantendo a mesma vazão da captação que foi suspensa (5 mil litros por segundo) e seguindo as mesmas premissas de engenharia.
Atrasos sucessivos
Relator da CPI das Barragens, instaurada na Câmara um mês após a tragédia e encerrada em agosto de 2019, Irlan Melo e outros parlamentares visitaram as obras em dezembro de 2019, após a determinação judicial para sua retomada. Na ocasião, o engenheiro da Vale assegurou que, mesmo com o atraso de duas semanas, a estrutura poderia ser concluída antes do prazo acertado com o Ministério Público; no entanto, a entrega acabou adiada para fevereiro de 2021. Após sucessivos atrasos, em outubro daquele ano teve início a fase de testes.
Ao longo desse período, a Comissão Especial de Estudo – Abastecimento Hídrico, que deu continuidade ao acompanhamento da questão (encerrada com o fim da legislatura 2017-2020) e a Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana enviaram diversos pedidos de informações, realizaram audiências e visitas técnicas para cobrar o cumprimento dos cronogramas e acompanhar os andamentos. A estimativa de conclusão em fevereiro de 2023 também não ocorreu e, após diversas adaptações e negociações entre a Copasa, a Vale e o MPMG e assinatura do 5º termo aditivo, que impôs o estabelecimento de prazo definitivo para a solução de pendências, a entrega do sistema foi anunciada para dezembro deste ano.
Para acompanhar a fiscalização e prestar informações aos vereadores, foram convidados os diretores-presidentes da Vale S/A, Eduardo Bartolomeo, e da Copasa, Guilherme Augusto Duarte de Faria.
Superintendência de Comunicação Institucional