ECONOMIA POPULAR

Associação de artesãs reivindica espaço para expor produtos na Feira Hippie

Durante reunião da Comissão de Mulheres, Associação Trem de Minas também solicita incentivo à capacitação técnica

segunda-feira, 13 Maio, 2019 - 15:45

Foto: Bernardo Dias / CMBH

Economia solidária e o trabalho autônomo e organizado de mulheres, principalmente as que vivem em situação de vulnerabilidade social, foi tema da reunião da Comissão de Mulheres nesta segunda-feira (13/5), na Câmara de BH. Recém-criado na Casa, o colegiado, que neste segundo encontro contou com a presença das vereadoras Bella Gonçalves (Psol) e Cida Falabella (Psol) e dos vereadores Edmar Branco (Avante) e Maninho Félix (PSD), recebeu as demandas das representantes da Associação de Artesãs Trem de Minas. “Desde que nos desligamos, em janeiro deste ano, da economia solidária, estamos começando de novo, caminhando com as próprias pernas. Em primeiro lugar precisamos de apoio para depois traçar nossas metas”, ressalta a presidente da Trem de Minas, Regina Célia de Oliveira. Segundo ela, a principal demanda do grupo, que foi criado em 2010 e é composto por cerca de 30 mulheres de baixa renda, idosas ou vítimas de violência, é por espaços na cidade para a exposição de seus produtos.

“Somos registradas em cartório, sem fins lucrativos, estamos em dia com tudo, e gostaríamos de ter o direito de expor na Feira Hippie e em prédios públicos. Também precisamos de uma sede própria, pois, atualmente, realizamos nossas reuniões no último dia de cada mês no Centro Cultural Padre Eustáquio”, afirmou Regina Célia de Oliveira. A associação ainda apresentou a demanda por cursos de qualificação para o aprimoramento da mão de obra e de participação em eventos culturais realizados pelo município.

Para a artesã Cláudia, é importante também que seja feita uma análise da estrutura do espaço destinado aos artesãos e do seu entorno, pois, “muitas vezes, os locais reservados para exposição dos produtos não são bons para venda”. De acordo com Edmar Branco, uma estratégia que vem sendo utilizada por grupos de artesãos de bairros da Região Nordeste é a utilização de locais que sejam próximos a centros comerciais dos bairros onde atuam. “Pode ser feita uma feira aberta para a comunidade onde vocês estão”.

De acordo com Bella Gonçalves, esse tema da economia desenvolvida pelas mulheres é importante e necessário já que, conforme aponta a parlamentar, elas são as principais vítimas do desemprego e da precarização do trabalho. Segundo Cida Falabella, nesse contexto de escassez de emprego e falta de perspectiva, a economia popular pode surgir como saída. “Tudo que debate as questões das mulheres nós temos que avançar nessa comissão. Vamos estreitar laços com órgãos e organizações da cidade que ainda não nos conhecem, e, a partir daí, construir parcerias para melhorar a vida das mulheres”, afirma.

Encaminhamentos

Ao final da reunião foram aprovados pela Comissão de Mulheres dois requerimentos: o primeiro é um convite aos componentes da Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos das Mulheres, criada em 8 de fevereiro de 2018, para participarem da reunião desta comissão e debaterem sobre possíveis formas de colaboração e articulação entre elas, uma vez que ambas defendem os direitos das mulheres.

Já o segundo requerimento, também com parecer favorável, é um pedido de informação às secretarias municipais de Política Urbana e de Desenvolvimento Econômico sobre o número de espaços e de vagas ofertadas pela Prefeitura de Belo Horizonte para a exposição de produtos de artesanato e sobre o processo de revisão do licenciamento para expositores de artesanato na Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena (Feira Hippie). Também será encaminhado às secretarias questionamento sobre cursos de capacitação ofertados e previstos para as mulheres.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional