Vereadores são contrários à barragem de rejeitos em Rio Acima
Parlamentares defenderam criação de comissão multidisciplinar e seminário
Sergio Fernando e Gilson Reis em visita técnica a Rio Acima / Foto: Divulgação CMBH
Os vereadores Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV) e Gilson Reis (PCdoB) apresentaram posicionamento contrário à possível construção de uma barragem de rejeitos na área denominada Fazenda Velha, em Rio Acima, cuja vegetação apresenta características de Cerrado e Mata Atlântica. A área contribui para o manancial de Bela Fama, que é responsável por mais de 60% do abastecimento de água de Belo Horizonte. Durante visita técnica da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana ao município vizinho, nesta quarta-feira (23/12), os parlamentares defenderam a criação de uma comissão multidisciplinar para discutir alternativas à construção da barragem, bem como a realização de um seminário, no mês de fevereiro, com a participação de movimentos populares, prefeitos e vereadores. O objetivo será debater formas de desenvolvimento que não tragam riscos ao meio ambiente e ao abastecimento de água da região metropolitana.
O prefeito de Rio Acima, Wanderson Lima, que recebeu os vereadores, defendeu ampla discussão sobre a possível construção de uma barragem de rejeitos na Fazenda Velha. Ele explicou que a área está protegida por tombamento provisório e reivindicou que ela seja aproveitada de modo a contribuir para o aumento da arrecadação do município. “Eu penso em fazer um tombamento condicionado a alguma coisa que traga o progresso financeiro, tributos para o município - condomínios, chácaras - porque hoje a gente está com uma decadência financeira de aproximadamente 40%”.
Para o vereador Sérgio Fernando, seria um “crime ambiental” a construção de uma barragem na região tanto por conta do patrimônio ambiental lá presente, como pelo risco que o empreendimento traria para o abastecimento das populações de Rio Acima, Raposos e Belo Horizonte.
De acordo com Gilson Reis, a ocorrência de um crime ambiental em Rio Acima - como o ocorrido com duas barragens de Mariana, que se romperam no final desse ano - inviabilizaria a existência de Belo Horizonte. “Temos que pensar estrategicamente e, por isso, nossa ação aqui (em Rio Acima) hoje é para pensar a cidade não para a minha geração, mas para gerações futuras”.
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