Comissão discutiu desordem no entorno do Mineirão em dias de jogos
Problemas seriam decorrentes das proibições de estacionamento nas vias de acesso e restrições à venda de bebidas
Comissão de Direitos Humanos discute segurança pública no Mineirão. Foto:divulgação CMBH
Audiência pública na manhã desta quinta-feira (20/11) discutiu impactos no trânsito, comércio irregular de bebidas e alimentos e tumultos envolvendo torcedores nos arredores do Mineirão nos dias de jogos. Os problemas seriam decorrentes das proibições de estacionamento nas vias de acesso ao estádio e restrições à venda de bebidas no seu interior depois da última reforma. Realizado pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, o encontro reuniu PM, Bombeiros, Guarda Municipal, BHTrans, governo estadual e Minas Arena. Não houve consenso entre os participantes e nova reunião será marcada.
Segundo o vereador Coronel Piccinini (PSB), que solicitou o debate, com a proibição das bebidas alcóolicas e o alto preço da comida dentro da arena, uma grande massa se aglomera no entorno do estádio, onde também ficam ambulantes não licenciados vendendo tanto comida quanto bebida, sem vigilância sanitária. Também há problemas no fluxo de veículos, pois, após a reforma, tornou-se proibido estacionar no entorno, e os carros se deslocaram para as estreitas vias residenciais, embora o estacionamento seja permitido na pista direita da Avenida Abraão Caram. Outra questão apontada foi a falta de banheiros na área externa. O resultado seria tumultos, violência, aumento no número de roubos e furtos, comércio descontrolado, sujeira, ilhamento de moradores e desvalorização de imóveis, entre outros.
“Nossa proposta é a venda de alimentos de qualidade e bebidas alcóolicas a preços razoáveis em barracas licenciadas, dentro e fora do Mineirão, respeitando o período de até 90 minutos antes da partida do lado de fora e 30 minutos do lado de dentro”, posicionou-se Piccinini. Já o gerente de Operação José Severiano Braga da Silva, do Consórcio Minas Arena, que administra o Mineirão, relatou que, quando a venda de bebidas no interior era permitida, o número de ocorrências de transtornos era muito maior. Ainda segundo ele, o preço da comida é razoável.
Moradores
Representantes da Associação de Moradores Pro-Civitas concordaram com os problemas apontados, e ainda citaram outros, como pessoas que fazem churrasco sobre caminhonetes, o que poderia causar incêndios, e carros com som no volume máximo. Segundo o vice-presidente da associação, Claude Rene Camille Mines, a Polícia e a Prefeitura não conseguem fiscalizar porque sofrem violência de grupos de torcedores.
A superintendente de Ação Regional da BHTrans, Maria Odila de Matos, afirmou que, recentemente, o Move foi implantado na pista da Avenida Abraão Caram para melhorar o acesso à arena e ajudar na migração do transporte privado para o público. Em jogos clássicos, como Atlético X Cruzeiro, são colocados ônibus especiais para os torcedores de cada time, em pontos diferentes. Ela também garantiu que a questão do trânsito na região tem sido discutida exaustivamente, em conjunto com a Polícia Militar e a Guarda Municipal.
Reforço na segurança
O representante do Comando Geral da Polícia Militar, major Renan Santos Chaves, afirmou que a situação de insegurança passa pela falta de respeito e pela certeza da impunidade, por conta de entraves jurídicos que permitem ao infrator pagar uma multa e cometer novas infrações. Mas garantiu que a polícia tem condições de garantir a segurança em qualquer situação.
O secretário de Estado de Defesa Social, Marco Antônio Romanelli, também citou entraves. Entretanto, afirmou que, nos últimos jogos, o reforço policial foi maior na área externa que em partidas anteriores. Também citou medidas de monitoramento com a conexão de todas as câmeras a um centro de comando e controle reunindo órgãos de segurança do estado, tanto públicos quanto privados.
Plateia
Na plateia, o comerciante Evandro Tameirão afirmou que as pessoas não respeitam o espaço público porque faltam mínimas condições de infraestrutura, como banheiros. Ele reclamou que a mudança de trânsito feita pela BHTrans reduziu o movimento comercial em 25% e a categoria não foi consultada. O representante da Federação Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas, Luciano Medrado, considerou a intervenção “absurda”, pois, segundo ele, piorou o tráfego.
Na falta de um consenso entre os participantes, o autor da audiência sugeriu que os debatem continuem em novas reuniões sobre o assunto.
Assista aqui à reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional