Comissão debate oportunidade de emprego para jovens
Vereador solicita informação da PBH sobre efetividade dos programas de capacitação

Comissão debate oportunidade de emprego para jovens
A Comissão de Direitos Humanos e Direitos do Consumidor realizou, nesta sexta-feira (6/12), audiência pública para discutir o aumento das oportunidades para profissionais em busca do primeiro emprego. O pedido do evento é de autoria do vereador Marcelo Aro (PHS).
O vereador, que tem 26 anos de idade, afirmou que grande parte de seu eleitorado é composto de jovens, e que fez um compromisso de “facilitar a inserção desses jovens no mercado de trabalho”. Segundo ele, não tem sido um trabalho fácil, devido a vários fatores. Um deles é a busca das empresas por profissionais com experiência, em detrimento daqueles que pleiteiam o primeiro emprego. Também foi relatado certo imediatismo e tendência à rotatividade dos próprios jovens, que esperariam retorno rápido – características citadas como integrantes da chamada “Geração Y”, de pessoas que nasceram após 1980. “O jovens às vezes não querem seguir o passo a passo. Eu vejo um grande número de jovens que buscam o auge na carreira muito rápido, e ficam frustrados se não conseguem”, disse Aro.
Os presentes citaram o fato de as empresas capacitarem o jovem e não conseguirem retê-lo em seus quadros, o que geraria prejuízo para elas. Como alternativa, foi lembrado o termo de concordância assinado por empregados em certas convenções coletivas, em que eles se propõem a ficar na empresa por pelo menos 12 meses após a capacitação.
A assistente de projetos da ONG Rede Cidadã, Regiane Natali Gomes Guerino, observou que a formação desses jovens para o mercado já começa nas famílias, e que muitas vezes os próprios pais incutem nos filhos uma noção de empregabilidade irreal. O coordenador de recrutamento da empresa de call Center Alma Via do Brasil, Daniel Azevedo, concordou com Guerino.
Para preparar o jovem para a realidade atual do mercado de trabalho, os presentes lembraram a necessidade de atividades e cursos específicos. A sócio-proprietária da empresa de recrutamento Quorum RH, Jaqueline Mariano Vasconcelos, afirmou que deveria haver fomento a capacidades para o mercado de trabalho ainda no ensino médio, por meio da criação de uma disciplina de empregabilidade.
Qualificação
Outro problema apontado pelo vereador Marcelo Aro foi a falta de mão de obra qualificada. Segundo ele, há a necessidade de criação e fortalecimento de escolas especializadas. O secretário municipal adjunto de Trabalho e Emprego, Rogério Fernandes, considerou que é preciso investir no jovem profissional ainda no ensino fundamental: “A melhor maneira de enfrentar os problemas citados é migrar a qualidade profissional para a educação. Estado e municípios têm que investir pesado na formação profissional”, afirmou. Ele e a gerente de Emprego e Renda da Secretaria Adjunta de Trabalho e Emprego da PBH, Andréa Santos e Campos, informaram que a Prefeitura tem vários programas profissionalizantes. Destacaram o programa Voluntários da Cidadania, que oferece formação profissional de bombeiro civil a jovens (18 a 21 anos) em conflito com a lei. Ainda foram citados o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - em parceria com o governo federal), e o programa Melhor Emprego, voltado para pessoas acima de 18 anos. Segundo Fernandes, de 2009 a 2013, a Prefeitura abriu 180 mil vagas de qualificação profissional.
Os presentes também lembraram a necessidade de criar sinergia entre a formação profissional e o mercado de trabalho, por meio de parcerias e convênios. A Secretaria Adjunta de Trabalho e Emprego da PBH citou a parceria com a Amipão (Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação), em que parte do trabalho foi desenvolvido dentro da padaria. A PBH também relatou parceria com a Drogaria Araújo. Representantes das empresas solicitaram mais divulgação de informações sobre cursos e programas do Executivo.
Encaminhamentos
Ao fim da reunião, o vereador Marcelo Aro concluiu que tanto o poder público quanto a iniciativa privada têm feito seu papel, mas será necessário avaliar a efetividade das capacitações oferecidas. A Prefeitura apontou como um gargalo dos programas a questão da falta de monitoramento sobre inserção no mercado de trabalho de profissionais que concluíram os cursos. O vereador afirmou que vai enviar indicação oficial ao Executivo solicitando instrumentos de avaliação.
Aro também pediu aos representantes da Prefeitura que informassem às empresas, por meio de e-mail, sobre a oferta de cursos. Por fim, indicou que, provavelmente por meio de projeto de lei, vai criar um seminário sobre inserção no mercado de trabalho.
Superintendência de Comunicação Institucional