Vereadores defendem proibição de bebida em estádios
PBH e Polícia Militar defendem volta da comercialização de cerveja em arenas esportivas, mas sob novas regras
PBH e Polícia Militar defendem volta da comercialização de cerveja em arenas esportivas, sob novas regras - Foto: Mila Milowski
A manutenção da proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios foi defendida pelo vereador Joel Moreira (PTN), nesta segunda-feira (29/6), durante audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário, que discutiu, ainda, os locais de estacionamento em dias de jogos no Mineirão, o horário de funcionamento do metrô quando há partidas no Independência, o preço dos ingressos e o horário dos jogos. Durante a audiência, que foi requerida por Joel Moreira, a PBH e a Polícia Militar defenderam a volta da bebida alcoólica aos estádios de futebol.
De acordo com Moreira, a venda de cerveja nas arenas esportivas é um dos fatores que contribuem para a violência durante os jogos de futebol. O vereador Bispo Fernando Luiz (PSB) endossou o posicionamento de Joel ao associar o consumo de bebidas alcoólicas a atos violentos praticados nos estádios. Também para o vereador Autair Gomes (PSC), a proibição das bebidas contribui para garantir a segurança dos torcedores. Segundo Jorge Santos (PRB), a venda de bebidas nos estádios afastaria as famílias dos espetáculos esportivos, temerosas de que o álcool amplifique a violência.
Para o promotor público, Fernando Abreu, a volta da comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios seria um retrocesso. Segundo ele, estudos demonstram que o álcool tem o potencial de aumentar a violência nos estádios. Ele destaca que o benefício gerado pela liberação do álcool dentro dos estádios não compensa o custo da medida: o aumento da violência.
Defesa do álcool nos estádios
Já o major da Polícia Militar, Marcelo Campos Pinheiro, defendeu que a venda de bebidas alcoólicas seja permitida dentro dos estádios até 30 minutos antes do início do jogo e no intervalo da partida, devendo ser interrompida durante o primeiro e segundo tempo e ao final do espetáculo. De acordo com o major, como atualmente os torcedores são proibidos de consumir bebida no estádio, eles ficam bebendo nos arredores e quando entram para assistir a partida já estão alcoolizados. Além disso, o policial afirmou que, caso a venda seja liberada no interior do estádio, é necessário que o preço cobrado pela bebida seja compatível com o valor pago na área externa da arena, de modo a que o torcedor prefira permanecer dentro de campo mesmo antes do início da partida.
De acordo com o secretário municipal adjunto de Fiscalização, Alexandre Salles Cordeiro, a PBH também defende que a cerveja volte a ser vendida no interior dos estádios, seguindo as mesmas condicionalidades externadas pelo major da PM.
Acesso aos estádios
Joel Moreira defendeu a ampliação do horário de funcionamento do metrô, de modo que torcedores que forem à Arena Independência tenham a possibilidade de usar o transporte público sobre trilhos na saída do estádio. Atualmente, o metrô encerra suas atividades às 23 horas, antes do fim das partidas noturnas. Para buscar uma solução para o problema, Moreira apresentou o PL 965/14, que tramita em 1º turno, e determina que o término das atividades do sistema metroviário de Belo Horizonte dar-se-á à meia-noite. O projeto ainda precisa ser aprovado em Plenário em dois turnos antes de ir para apreciação do prefeito Marcio Lacerda.
Outro problema discutido na reunião foi a diminuição das vagas para veículos nas proximidades do Mineirão. Os parlamentares defenderam a liberação do estacionamento nos arredores do estádio. De acordo com o vereador Bispo Fernando luiz, não faz sentido rebocar e multar trocedores que vão ao Mineirão no domingo e deixam seus veículos nos locais hoje proibidos. Para Autair Gomes, há um clamor popular para que haja mais áreas disponíveis para estacionamento nas proximidades do campo de futebol nos dias de jogos.
De acordo o secretário de Fiscalização da PBH, a área de contenção próxima ao Mineirão onde o estacionamento é proibido foi definida com o objetivo de promover a fluidez do trânsito. Ele afirmou, entretanto, que a BHTrans irá testar a liberação dessa área para o estacionamento de veículos em data a ser definida. Segundo ele, caso o impacto no tráfego da região não seja negativo, a permissão para estacionar no entorno do estádio poderá vir a ser permanente.
Ele também defendeu medidas para melhorar o trânsito na região, como a venda antecipada das vagas do estacionamento que existem dentro do estádio e a instalação de painéis luminosos nas principais vias de acesso ao Mineirão para informar ao torcedor se há vagas e a quantidade disponível.
Os vereadores também defenderam que os jogos deveriam ser realizados mais cedo durante os dias de semana. Atualmente, as partidas têm tido início às 22 horas. Ainda em relação ao horário dos jogos, os parlamentares elogiaram a escolha do horário de 11 horas da manhã para as partidas de domingo.
Sobre o preço dos ingressos cobrados dos torcedores - considerados altos pelos parlamentares - o promotor Fernando Abreu informou que o Ministério Público não pode atuar para definir preços. A esse respeito, o representante do Consórcio Minas Arena afirmou que o valor cobrado pelos ingressos é definido pelos times de futebol e que o Consórcio não tem nenhuma ingerência nesse processo.
O presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário, Wagner Messias Preto (DEM), informou que o colegiado poderá apreciar as proposições que venham a ser apresentadas a respeito dos temas tratados na audiência já em sua próxima reunião.
Assista ao vídeo da reunião.
Superintendência de Comunicação Institucional