Comissão de Direitos Humanos debate violência no Céu Azul
Polícias militar e civil farão trabalho conjunto no bairro
População, vereadores e autoridades discutem violência no Céu Azul
A cozinheira Margarete Barbosa conta: “Meu primo foi roubado. Roubaram o carro dele na porta de casa. E um cara tentou estuprar minha filha, de moto...” Para a farmacêutica Michelle Fernandes, “nós somos assaltados assim, bem grosseiramente, com arma de fogo mesmo”. E Carmem de Oliveira, dona de um depósito, teve seu estabelecimento arrombado duas vezes e assaltado cinco. Ela chegou a pensar em fechá-lo.
As três pessoas citadas moram no mesmo bairro, o Céu Azul, na região da Pampulha. Os moradores assinaram um abaixo-assinado, entregue à Câmara, que aponta um aumento de 17% dos crimes contra o patrimônio e 13% de outros tipos de ocorrência nos últimos três anos. Por isso, autoridades municipais, representantes das polícias militar e civil, Guarda Municipal, líderes comunitários e moradores resolveram participar da reunião para buscar uma forma de reduzir a violência. A audiência pública, encabeçada pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Câmara Municipal, ocorreu em 1º/3, na Escola Municipal Professora Ondina Nobre, no bairro Céu Azul.
“Nós, que atuamos na gestão pública, sabemos a dificuldade que é trabalhar a segurança nas grandes metrópoles, principalmente numa ação integrada do Estado com o Município”, indicou o vereador Daniel Nepomuceno (PSB), autor do requerimento da audiência. O vereador Silvinho Rezende (PT) apontou a importância da participação de todos. “A segurança hoje é o mais importante. Mas se não tiver a participação da sociedade, também a cobrança ao Governo do Estado, ao comandante geral da Polícia Militar, nós não vamos conseguir chegar ao nosso objetivo”, afirmou.
Policiamento
Os moradores cobraram reforço do policiamento. Eles querem mais equipes da Polícia Militar nas ruas e guardas municipais nas escolas. O aumento dos laços entre a PM e a comunidade também deve facilitar o trabalho da Polícia Civil, uma força a mais para ajudar na segurança do bairro, e ajudar a diminuir a situação de impunidade: “É necessário um trabalho conjunto, não só com a comunidade, mas com outros órgãos também”, afirmou o Capitão Lima, da PM. Para o inspetor da Polícia Civil Gilvan Brasileiro, “a polícia tem trabalhado em conjunto, tanto a civil como a militar. Nós temos tido um entrosamento muito bom aqui na região com a Polícia Militar, e isso tem trazido frutos para a população”.
A Guarda Municipal apresentou uma iniciativa. “Um projeto novo da guarda é a regionalização. Com ela nós vamos estar mais próximos da sociedade”, garantiu o gerente-coordenador operacional da Guarda Municipal, Major Sinval.
Retorno
O vereador Juninho Paim (PT) ficou com a responsabilidade de dar um retorno a todos os questionamentos feitos pela população durante a reunião, para que o pedido por paz no Bairro Céu Azul não fique sem resposta.
“Escutei atentamente o pedido de cada um deles e vi que todos estão preocupados com a questão da segurança pública. Vamos buscar a defesa da coisa que eu mais acredito: a questão da segurança pública não está voltada só para o caso da polícia, mas sim para a área da educação, da cultura, do lazer. A melhor arma que nós temos para combater o crime é dar oportunidade para esses jovens do bairro Céu Azul e para todos os moradores de Belo Horizonte”, disse Paim.
Superintendência de Comunicação Institucional