POLÍTICA URBANA

Atraso das obras na Regional Leste foi debatido em audiência

Vereador vai compor força-tarefa que visitará áreas de risco na região

terça-feira, 27 Agosto, 2013 - 00:00

A Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana realizou, na noite da última sexta-feira (23/8), uma audiência pública externa no Colégio São Francisco de Assis, no Bairro Pompeia, para cobrar esclarecimentos da Prefeitura sobre o atraso em obras aprovadas no Orçamento Participativo e financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a Regional Leste. O encontro foi solicitado pelo vereador Tarcísio Caixeta (PT), que elogiou o empenho das lideranças e a mobilização da comunidade.

De acordo com o parlamentar, algumas dessas obras já foram aprovadas há bastante tempo e ainda nem começaram a ser executadas; a comunidade local, que participou da escolha e votação dessas obras para o Orçamento Participativo, cobra uma posição da administração municipal em relação à situação.  

Um dos temas mais citados na audiência foram as obras de saneamento na Avenida Belém, no Bairro Pompeia, sujeita a inundações nos períodos de chuva. Segundo os participantes, a obra foi iniciada em 2007 e, até hoje, apenas 1,3 km foram concluídos. Toda vez que chove, a enxurrada toma conta da minha casa. A água vem com uma violência incrível. Não aguento mais, reclamou a moradora Maria Atanázia.

De acordo com o secretário municipal adjunto de Gestão Compartilhada, Pier Senesi, a questão da Av. Belém deverá merecer maior atenção por parte da Prefeitura de Belo Horizonte, para que as intervenções sejam agilizadas. Segundo ele, trata-se de uma obra cara, mas prioritária. Vamos nos empenhar ao máximo para levar essa solução à comunidade”, afirmou o secretário.

O secretário também mencionou as outras intervenções previstas para a região e a situação atual de cada uma. Segundo ele, a recente aprovação da Câmara Municipal para a contratação de um empréstimo de R$ 480 milhões, pela Prefeitura, permitirá a conclusão de obras como a do Centro de Saúde Parque Centenário, que deverá ser iniciada em até 90 dias, do Centro Cultural Santa Tereza, que deverá ficar pronto até fevereiro de 2014, e do Centro Esportivo Pompeia, aprovado no OP 2007/2008. Senesi informou que, após a desistência da empresa vencedora, uma nova licitação deverá ser realizada em setembro e, caso não surja nenhum problema, as obras poderão ser iniciadas até fevereiro do ano que vem.“Estamos em fase de negociação com o Banco do Brasil e posso garantir que estes recursos serão integralmente aplicados no OP”, disse o secretário.

Áreas de risco

Com relação à Vila São Rafael, além da urbanização dos becos Vicença, Eleonor, N. S. de Fátima e Dom Bosco (OP 2009/2010), foram aprovadas a elaboração de um Plano Global de Execução (PGE), remoções de moradores de áreas de risco e implantação de unidade habitacional (OP 2005/2006). De acordo com moradores, as casas já foram marcadas, mas o processo ainda não foi iniciado.

A representante da Urbel, Adriana Lemos, afirmou que os atrasos na construção foram devidos a alterações no escopo do empreendimento, solicitadas pelos próprios moradores.

O líder comunitário da Vila São Rafael, Orlando Menezes, conhecido como Cassetete, apontou que atualmente existem 28 famílias morando em situação de risco na região, recomendando sua retirada imediata. “Se não forem tomadas providências, poderemos ter outra Vila Barraginha naquele local”, alertou. Segundo ele, as casas foram construídas em local inadequado e o perigo tende a aumentar com a chegada das chuvas.  Cassetete criticou ainda o valor da Bolsa-Aluguel (R$ 500) oferecida a moradores removidos que, segundo ele, é insuficiente para custear uma nova moradia. “O valor dos aluguéis na Região Leste supera muito essa quantia. Além disso, pobre tem maior dificuldade para conseguir avalista”, ponderou.

O secretário Pier Senesi assegurou que irá encaminhar a criação de uma força tarefa composta pela Regional Leste, Urbel e Defesa Civil para visitar o local e avaliar a questão, com a participação do vereador Tarcísio Caixeta.

Mobilização

Caixeta elogiou o empenho das lideranças e a mobilização popular. Declarando-se “muito satisfeito” com o comparecimento da comunidade na audiência, ele ressaltou a disposição das pessoas em participar das discussões, em plena sexta-feira, até quase 10 da noite. “Vale a pena ser vereador com lideranças comunitárias que lutam, discutem e buscam solução para seus problemas”, comemorou o parlamentar. “Vamos no empenhar ao máximo para que estas obras saiam do papel”.

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