Audiência busca soluções para famílias que moram sob torres da Cemig
Cemig diz que aguarda posicionamento da Prefeitura para realização das intervenções
Audiência busca soluções para famílias que moram sob torres da Cemig
Na tarde de quinta-feira (20/6), a Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana discutiu com representantes da Prefeitura, Cemig e moradores a necessidade da implantação de praça de segurança embaixo das torres de alta tensão situadas na Vila Independência, na região do Barreiro, que representam riscos para as famílias que habitam o local. Na audiência pública, requerida pelo vereador Wellington Sapão (PSB), a Cemig admitiu a importância das intervenções e sua disposição para realizá-las, em parceria com a Prefeitura, mas, segundo a Urbel, ainda não há recursos ou previsão para a assinatura do convênio.
Assumindo o comando da reunião a convite da presidente da Comissão, Elaine Matozinhos (PTB), Sapão explicou que as intervenções de segurança nas áreas localizadas abaixo das torres de transmissão das Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig) na Vila Independência são uma antiga reivindicação dos moradores da região, expostos a riscos devido à proximidade com os equipamentos. Ele lembrou que outras vilas da capital em situação semelhante que foram alvo do procedimento hoje estão seguras e não convivem mais com os riscos a que os moradores da Independência continuam expostos.
O vereador apontou ainda a preocupação com a falta de manutenção das torres, citando o caso de uma delas que quase caiu sobre a comunidade, em decorrência do afundamento do terreno provocado pela construção de fossas no entorno das estruturas, e as queixas dos moradores quanto à impossibilidade de ampliar ou reformar as moradias. Segundo o morador Vicente Pires, a comunidade se sente insegura e precisa de respostas e explicações, já que não sabe o que vai acontecer, quantas e quais famílias serão removidas, quando e para onde.
Líderes comunitários presentes à reunião contaram que grande parte dos habitantes atuais da Vila chegou depois dos primeiros ocupantes do local que, há mais de 30 anos, construíram suas casas e retiraram os aterramentos do local, além de impedir o acesso de funcionários da Cemig para manutenção das torres. Vereadores e moradores ressaltaram ocorrências de choques em pessoas e danos a aparelhos eletrodomésticos, especialmente nos períodos de chuvas, e o grande número de ligações irregulares (“gatos”).
Divisão de custos
De acordo com o representante da Cemig, Omar de Alvarenga Filho, diagnóstico realizado pela companhia indicou que a preservação de um raio de segurança de 11,5 metros em volta das torres exigirá a remoção de 87 famílias, seguida de indenização ou reassentamento, que ficarão a cargo da Prefeitura, através da Urbel. Segundo o engenheiro, a empresa já enviou minuta de convênio para a Urbel, que atribui 50% do investimento para cada uma das partes, a exemplo do que foi feito ou estão em andamento em outros locais da cidade como as vilas Mangueiras, Paraíso, Industrial, aglomerado Morro das Pedras e Vila Bernadete.
O funcionário assegurou aos presentes que a manutenção anual das estruturas é realizada pela empresa por via aérea, em helicópteros, e garantiu que se encontram em bom estado e não oferecem riscos além dos relatados.
Falta de recursos
Representando a Urbel, o diretor de projetos Pablo Rezende afirmou que está a par da situação e inclusive já percorreu o local juntamente com o vereador Sapão. Segundo ele, neste momento a companhia não dispõe dos recursos necessários e ainda não há previsão de assinatura do convênio, já que o critério de 50/50 na divisão dos custos depende de interpretações jurídicas e não se aplicaria a todas as situações. Ele garantiu, no entanto, que a Prefeitura irá se empenhar em obter recursos para viabilizar as intervenções já no próximo ano.
Representando o secretário municipal de Governo, Josué Costa Valadão, o diretor de manutenção da Sudecap, Sílvio Ferreira Malta, assegurou que o diretor-presidente da Urbel, Genedempsey Bicalho, está ciente do problema e já se dispôs a conseguir um Plano Global Específico (PGE) para levar o programa Vila Viva para aquela área e, unindo forças a outras instâncias e órgãos, obter recursos para a realização das intervenções necessárias, em parceria com a Cemig.
Também participaram da audiência os vereadores Elaine Matozinhos e Alexandre Gomes (PSB), membros da comissão, Veré da Farmácia (PTdoB) e Elvis Côrtes (PSDC); o secretário de Administração Regional Barreiro, Wanderley Araújo Porto Filho; o senhor José João, representando a União Comunitária dos Bairros Independência, Petrópolis, Mangueiras e Adjacências; entre outros moradores e líderes comunitários da região.
Superintendência de Comunicação Institucional