CEMITÉRIO DA SAUDADE

Comunidade cobra celeridade nas obras e retorno dos velórios

Com reforma paralisada há três meses, o Cemitério da Saudade foi tema de audiência nesta quinta-feira (6/3)

sexta-feira, 6 Março, 2015 - 00:00
Comunidade cobra celeridade nas obras do Cemitério da Saudade e retorno dos velórios. Foto: Eduardo Profeta/CMBH

Comunidade cobra celeridade nas obras do Cemitério da Saudade e retorno dos velórios. Foto: Eduardo Profeta/CMBH

Obras atrasadas há oito meses têm causado diferentes transtornos à comunidade da regional Leste e demais usuários do Cemitério da Saudade. A paralisação da reforma, que prevê ampliação das salas de velório e melhorias estruturais, e o fechamento temporário dos velórios no local, em dezembro do ano passado, agravaram a situação nos últimos três meses. O tema foi trazido ao Legislativo Municipal e debatido em audiência pública na noite de quinta-feira (6/3). A requerimento do vereador Professor Wendel (PSB), a reunião foi realizada pela Comissão de Administração Pública, com a presença de representantes do Executivo e da população envolvida. A Prefeitura anunciou que as obras foram retomadas nesta semana e garantiu a entrega parcial da reforma e reabertura dos velórios nos próximos 10 dias.

“A nossa intenção é buscar informações sobre o atraso nas obras e o fechamento dos velórios, que vem acarretando enormes prejuízos à população”, afirmou Wendel. “As pessoas estão precisando velar os seus entes queridos nas igrejas ou dentro de suas casas o que gera desconforto e tumulto para a comunidade”, completou o parlamentar.

Wendel explicou que, ainda em 2014, a Comissão de Administração Pública havia pressionado o Executivo para adiantar as reformas em todos os cemitérios da cidade. “Elas foram iniciadas e vinham sendo feitas até dezembro, quando foram suspensas, e o Cemitério da Saudade foi fechado para velórios”, lamentou.

Transtornos à comunidade

Membro da comunidade, Padre Elias dos Santos explicou que tem cedido o saguão da Paroquia Nossa Senhora Aparecida para realização dos velórios. “Eu jamais seria insensível a um pedido de uma família em sofrimento pela morte de um parente. Mas essa situação tem tirado toda a privacidade da paróquia. O espaço fica comprometido e outros eventos precisam ser cancelados”, lamentou, lembrando sua participação em outras reuniões com o Poder Público a fim de acelerar as obras no Cemitério e minimizar os problemas.

Representante da Associação de Moradores do Bairro Saudade (Regional Leste), Kátia Silva apresentou problemas antigos e recorrentes no entorno do cemitério, como esgoto aberto, enxurradas, acúmulo de terra no meio da calçada e construção de um novo portal na entrada do cemitério impedindo a passagem dos ônibus. “Debaixo de chuva forte ou sol quente, já não podemos mais entrar de ônibus no cemitério e precisamos caminhar quilômetros para acompanhar nossos mortos”, destacou a moradora, cobrando da Prefeitura que solucione o problema. “O melhor seria debater só a vida, mas é nosso direito também ter um velório decente e com segurança. Já tivemos até tiroteios dentro do Cemitério da Saudade. É preciso cobrar do Poder Público investimentos e soluções”, completou.

Na mesma perspectiva, o conselheiro distrital de Saúde da Regional Leste, Ivan Dutra, afirmou que foram enviados “diferentes ofícios e solicitações à Prefeitura. E, de imediato, pedimos que sejam liberados dois velórios para utilização pela comunidade e, o quanto antes, seja entregue o restante da obra”, concluiu.

O deputado estadual Paulo Lamac (PT) parabenizou a mobilização da comunidade e destacou a importância de se acompanhar de perto a gestão dos recursos públicos, afirmando a expectativa de um resultado positivo das obras e cobrando que o investimento tenha uma duração de longo prazo.

Retomada das obras

“Como representante da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital), acho que preciso me desculpar com a comunidade”, afirmou o diretor de Obras, Cláudio Neto. “Quando iniciamos a reforma, em 14 de junho de 2013, a previsão era para um ano de obras, mas, infelizmente, tivemos sérios problemas com os projetos. Em dezembro de 2014, com a obra já em atraso, precisamos aditar o contrato em 23%. A empresa licitada paralisou as obras até que saísse o aditivo, o que aconteceu apenas em março”, explicou o gestor.

Conforme informações da Sudecap, o novo aditivo prevê 120 dias para conclusão das obras, o que seria no dia 4 de julho de 2015. O total investido será de R$ 4,4 milhões. “Fizemos a drenagem de todo o cemitério, já concluímos o arquivo morto, a implantação da lanchonete, a guarita, as obras de acessibilidade e passeio externos. A previsão máxima é 17 de março para concluir a ampliação de quatro novos velórios. Em seguida, faremos a reforma dos já existentes”, concluiu.

Professor Wendel considerou como boas notícias as previsões anunciadas pela Prefeitura, mas solicitou à Sudecap que avalie a possibilidade de refazer a obra do portal na entrada do cemitério para facilitar a passagem dos ônibus no local.

Superintendência de Comunicação Institucional