Presença de pediatra durante cesarianas será tema de debate
Substituição por profissionais de outras especialidades ou mesmo enfermeiros está sendo estudada
Segundo especialistas, presença de pediatra na sala do parto pode evitar complicações (Imagem: RedeMãe)
O acompanhamento e a assistência de um pediatra durante os partos cesáreos realizados pelo SUS, tal como ocorre hoje nos hospitais do país, pode estar com os dias contados. A possibilidade de substituição desse profissional por outro de qualquer especialidade, objeto de consulta pública lançada pelo SUS, será tema de debate na Comissão de Saúde e Saneamento nesta terça-feira (23/6). Requerida pelos vereadores Dr. Nilton (Pros) e Juliano Lopes (SD), a audiência pública reunirá poder público, especialistas e empresários do setor a partir das 9h30, no Plenário Amynthas de Barros.
A possibilidade de que profissionais de outras especialidades médicas, ou até mesmo enfermeiros, substituam o pediatra no acompanhamento de partos cesáreos “de baixo risco” está sendo estudada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que realizou consulta pública sobre o tema entre abril e maio deste ano. O profissional, presente na sala de parto juntamente com o obstetra e um anestesista, tem a função de garantir o adequado monitoramento da saúde do recém-nascido e evitar complicações no momento ou imediatamente após o parto.
Atribuída por alguns à escassez desses profissionais na maioria das redes públicas de saúde, a proposta está sendo justificada pelo Ministério da Saúde como decorrente da constatação de que a presença desse profissional em cesáreas simples, em mulheres saudáveis, não enquadradas em critérios de risco e sem indícios de sofrimento fetal, não seria imprescindível. Especialistas e representantes da categoria, no entanto, questionam a pertinência da medida, que poderá deixar os recém-nascidos desassistidos em emergências não previstas.
Conforme divulgado no jornal O Tempo, pesquisa da UFMG baseada em 1.088 partos realizados em BH entre 2011 e 2013 mostrou que em pelo menos um terço deles o bebê apresentou alguma complicação, como baixo peso e problemas respiratórios. Em 19,1% deles foi necessária a reanimação da criança, em 12% o uso de oxigênio e em 7,1% a internação em UTI.
Convidados
Para discutir a possibilidade da efetivação da medida em Belo Horizonte e seus possíveis impactos sobre a saúde dos nascituros, foram convidados o secretário municipal de Saúde Fabiano Pimenta Júnior; a coordenadora da Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde e do Movimento BH pelo Parto Normal, Dra. Sônia Lansky; o coordenador de Atenção à Saúde da Mulher da pasta, Virgílio José de Queiroz; e o presidente do Conselho Municipal de Saúde Wilton Rodrigues. Também são aguardados representantes do Conselho Regional de Medicina, entidades profissionais de pediatras, obstetras e ginecologistas e diretores clínicos de hospitais e maternidades da capital.
A audiência é aberta à participação de qualquer cidadão interessado e também pode ser acompanhada ao vivo pelo portal da CMBH, por meio da opção TV Câmara.
Superintendência de Comunicação Institucional