AUDIÊNCIA PÚBLICA

Presença de pediatra durante cesarianas será tema de debate

Substituição por profissionais de outras especialidades ou mesmo enfermeiros está sendo estudada

sexta-feira, 19 Junho, 2015 - 00:00
Segundo especialistas, presença de pediatra na sala do parto pode evitar complicações (Imagem: RedeMãe)

Segundo especialistas, presença de pediatra na sala do parto pode evitar complicações (Imagem: RedeMãe)

O acompanhamento e a assistência de um pediatra durante os partos cesáreos realizados pelo SUS, tal como ocorre hoje nos hospitais do país, pode estar com os dias contados. A possibilidade de substituição desse profissional por outro de qualquer especialidade, objeto de consulta pública lançada pelo SUS, será tema de debate na Comissão de Saúde e Saneamento nesta terça-feira (23/6). Requerida pelos vereadores Dr. Nilton (Pros) e Juliano Lopes (SD), a audiência pública reunirá poder público, especialistas e empresários do setor a partir das 9h30, no Plenário Amynthas de Barros.

A possibilidade de que profissionais de outras especialidades médicas, ou até mesmo enfermeiros, substituam o pediatra no acompanhamento de partos cesáreos “de baixo risco” está sendo estudada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que realizou consulta pública sobre o tema entre abril e maio deste ano. O profissional, presente na sala de parto juntamente com o obstetra e um anestesista, tem a função de garantir o adequado monitoramento da saúde do recém-nascido e evitar complicações no momento ou imediatamente após o parto.                 

Atribuída por alguns à escassez desses profissionais na maioria das redes públicas de saúde, a proposta está sendo justificada pelo Ministério da Saúde como decorrente da constatação de que a presença desse profissional em cesáreas simples, em mulheres saudáveis, não enquadradas em critérios de risco e sem indícios de sofrimento fetal, não seria imprescindível. Especialistas e representantes da categoria, no entanto, questionam a pertinência da medida, que poderá deixar os recém-nascidos desassistidos em emergências não previstas.

Conforme divulgado no jornal O Tempo, pesquisa da UFMG baseada em 1.088 partos realizados em BH entre 2011 e 2013 mostrou que em pelo menos um terço deles o bebê apresentou alguma complicação, como baixo peso e problemas respiratórios. Em 19,1% deles foi necessária a reanimação da criança, em 12% o uso de oxigênio e em 7,1% a internação em UTI.

Convidados

Para discutir a possibilidade da efetivação da medida em Belo Horizonte e seus possíveis impactos sobre a saúde dos nascituros, foram convidados o secretário municipal de Saúde Fabiano Pimenta Júnior; a coordenadora da Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde e do Movimento BH pelo Parto Normal, Dra. Sônia Lansky; o coordenador de Atenção à Saúde da Mulher da pasta, Virgílio José de Queiroz; e o presidente do Conselho Municipal de Saúde Wilton Rodrigues. Também são aguardados representantes do Conselho Regional de Medicina, entidades profissionais de pediatras, obstetras e ginecologistas e diretores clínicos de hospitais e maternidades da capital.

A audiência é aberta à participação de qualquer cidadão interessado e também pode ser acompanhada ao vivo pelo portal da CMBH, por meio da opção TV Câmara.

Superintendência de Comunicação Institucional