Espaço recebe exposição “Olhar a África: Ver o Brasil”

“Com simplicidade e alegria de viver, os africanos colocaram mais ritmos nas músicas, mais cores nas modas, mais sabores nos alimentos”. É assim que o pintor José Rosário expressa as várias influências da cultura africana no país. Em parceria com o escritor José Maria Honorato, o artista apresenta à Câmara Municipal 26 obras, acompanhadas de poesias, na exposição “Olhar a África: Ver o Brasil”, em cartaz de 6 a 16 de julho, na Galeria Guimarães Rosa.

Trazidos para o Brasil como escravos, os africanos contribuíram para a cultura brasileira em diversos aspectos: dança, música, religião, culinária e idioma. Ainda que tradicionalmente desvalorizados no período colonial e no século XIX, os aspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de revalorização a partir do século XX que continua até os dias de hoje.

As contribuições desse povo que influenciou todas as partes do mundo são resgatadas nessa exposição. O “trabalho” aparece em várias telas, retratando a pesca, o corte da lenha, o garimpo e o comércio nos mercados. Mas também há espaço para a “festa”, em rituais religiosos como o congado e em danças típicas como a capoeira.

José Rosário escolheu várias técnicas para representar uma cultura tão diversa: óleo ou mista sobre tela, nanquim sobre papel e fotografias. O pintor conta que foram quatro anos de pesquisa e estudos para criar intimidade com a cultura africana, que sempre chamou sua atenção pela riqueza e pelas cores. 

“Olhar a África e ver o Brasil não é um exercício difícil, quando se coloca emoção nos olhos. Com as devidas proporções, a miséria de lá se reflete nas favelas do país; a fauna e flora também se confundem; as riquezas da África são sugadas, assim como um dia a do Brasil foi. A grande semelhança está na alegria gratuita, no desejo de brindar à vida”, comenta José Rosário.

Parceria

As imagens produzidas por Rosário nasceram de uma parceria com o escritor José Maria Honorato. Algumas vezes, as cenas foram criadas a partir de textos literários e poesias do escritor. Em outros momentos, as telas vieram antes dos textos.

O resultado dessa parceria é o diálogo de duas artes que enriquecem a viagem do espectador pela cultura afro-brasileira. As palavras e as pinceladas vão criando uma atmosfera envolvente que remonta cenários da história do Brasil.

“Pardos, morenos, mulatos... A natureza se encarregou de misturar, aquilo que só os homens insistem em separar”, escreve José Honorato.

Responsável pelas Informações: Superintendência de Comunicação Institucional.